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CONCERTO NO CCB

O coro Voces Caelestes e a cravista Ana Mafalda Castro, sob a direção do maestro Sérgio Fontão, apresentam-se no domingo, 29 de abril, pelas 15h00, no Centro Cultural de Belém.


O coro Voces Caelestes e a cravista Ana Mafalda Castro, sob a direção do maestro Sérgio Fontão, apresentam-se no domingo, 29 de abril, pelas 15h00, no Centro Cultural de Belém (Sala Luís de Freitas Branco), para interpretar as canções a três e quatro vozes de Joseph Haydn (1732-1809), um programa muito raramente ouvido em Portugal.
 
Este concerto está integrado nos Dias da Música em Belém, que decorrem no CCB entre 27 e 29 de abril.
 
As Voces Caelestes estrearam-se, com grande êxito, em 1997, na produção da ópera Platée, de Rameau, que assinalou a reinauguração do Jardim Botânico da Ajuda, em Lisboa. Dirigido desde o início por Sérgio Fontão, o grupo, que se tem distinguido pela grande qualidade das suas prestações, tem sido chamado a colaborar com maestros como Harry Christophers e Peter Schreier, entre outros.
 
Com uma intensa atividade artística, a cravista Ana Mafalda Castro afirma-se como solista, acompanhadora e na direção e criação de vários grupos que se dedicam à Música Antiga. Toca regularmente nos festivais mais importantes do País, tanto a solo como música de câmara, tendo tocado, entre outros, com Anner Bylsma, Ketil Haugsand e Andrew Manze.

Como diretor ou membro de diversos agrupamentos vocais e instrumentais, Sérgio Fontão tem desenvolvido uma intensa atividade, que se estende da música medieval à criação musical contemporânea. Este intenso labor tem-no levado a inúmeros pontos do País, mas também a Espanha, França, Bélgica, Holanda, Reino Unido, Áustria, Itália, Malta, Brasil, Argentina, Uruguai, EUA, Canadá, Índia, Japão e China.

"Con amore"
Canções de Joseph Haydn
Na viragem do século XVIII para o século XIX, Joseph Haydn era o mais célebre compositor vivo. Não espanta, por isso, que as encomendas de obras que recebia fossem cada vez mais numerosas, sem que as suas forças conseguissem acompanhar o crescente volume de trabalho. É neste contexto desfavorável que, surpreendentemente, surgem as treze canções para três e quatro vozes, com acompanhamento de cravo ou pianoforte. Escritas entre 1796 e 1801, resultaram não de uma encomenda, mas da vontade de Haydn, que afirmou tê-las composto "con amore, em horas de felicidade". Estas canções revelam características muito pessoais de Haydn, como um apurado sentido de humor ou uma religiosidade pessoal que o compositor raramente teve a oportunidade de exprimir. Da canção Der Greis (O Velho), marcadamente autobiográfica, Haydn retirou um excerto que viria a servir-lhe de assinatura até ao fim dos seus dias: Hin is alle meine Kraft / Alt und schwach bin ich (Foi-se todo o meu vigor / Velho e fraco estou).

Joseph Haydn
(1732-1809)
Canções a três e quatro vozes
1. Der Augenblick
2. Die Harmonie in der Ehe
3. Alles hat seine Zeit
4. Die Beredsamkeit
5. Der Greis
6. An den Vetter
7. Daphnens einziger Fehler
8. Die Warnung
9. Betrachtung des Todes
10. Wider den Übermut
11. An die Frauen
12. Aus dem Danklied zu Gott
13. Abendlied zu Gott

Voces Caelestes
Ana Mafalda Castro, cravo
Sérgio Fontão, direção

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Voces Caelestes
Voces Caelestes é um grupo vocal de constituição variável, de acordo com as exigências das obras a interpretar. Esta característica, aliada à vasta experiência dos cantores que o integram – que se estende da música medieval à criação musical contemporânea –, permite às Voces Caelestes abordar um extenso repertório.
Assim, desde a sua estreia, em setembro de 1997, o grupo tem interpretado obras de Machaut, Ciconia, Lantins, Dufay, Josquin, Lasso, Victoria, Gesualdo, Monteverdi, Allegri, Buxtehude, Bach, Händel, Vivaldi, Scarlatti, Haydn, Schubert, Brahms, Debussy, Ravel, Franck, Grieg, Stanford, Lloyd Webber e Lopes-Graça, entre outros. Paralelamente, tem feito incursões esporádicas nos domínios da ópera e de outros espetáculos multidisciplinares, tendo participado nas produções de Platée (Rameau), Cenas do Fausto de Goethe (Schumann), A Flauta Mágica, As Bodas de Fígaro (Mozart), A Filha do Regimento (Donizetti), Sonho de uma Noite de verão (Mendelssohn), Peter Pan (Bernstein) e Rigoletto (Verdi) encenadas por Tito Celestino da Costa e nos espetáculos Deus. Pátria. Revolução (Luís Bragança Gil/Luísa Costa Gomes), Crioulo - uma ópera cabo-verdiana (António Tavares/Vasco Martins) e Le Carnaval et la Folie (Destouches). A par do seu empenhamento na divulgação da música antiga portuguesa – traduzido, até agora, na apresentação de obras de Duarte Lobo, Filipe de Magalhães, Frei Manuel Cardoso, Estêvão Lopes Morago, Diogo Dias Melgaz, Francisco Martins, António Teixeira, Carlos Seixas, Francisco António de Almeida, João Rodrigues Esteves e Pedro António Avondano –, as Voces Caelestes têm dedicado especial atenção à música contemporânea. Neste âmbito, estrearam em Portugal as Street Songs, de Steve Martland, e apresentaram em estreia mundial obras de Alain Bioteau (Vat 69), Pedro Amaral (Os Jogadores de Xadrez) e Pedro Carneiro (… ni mots, ni signes…).
Este vasto repertório tem sido apresentado em diversos auditórios de Lisboa (Centro Cultural de Belém, Culturgest, Fundação Calouste Gulbenkian, Teatro Municipal de S. Luiz, Jardim Botânico e Palácio Nacional da Ajuda, Sé Patriarcal, Basílica dos Mártires, Igreja de S. Nicolau, Igreja de S. Roque, Igreja de S. Vicente de Fora e Convento do Beato), bem como noutras localidades (Cascais, Castelo Branco, Caxias, Coimbra, Évora, Fátima, Mértola, Óbidos, Portimão, Porto, Santarém, Santiago do Cacém, Setúbal, Tavira), no âmbito de algumas das mais prestigiadas manifestações musicais (Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo, Festival Internacional de Música de Coimbra, primavera Musical - Festival Internacional de Música de Castelo Branco, Jornadas Internacionais "Escola de Música da Sé de Évora", Comemorações dos 250 Anos do Nascimento da Cantora Luísa Todi, Música em S. Roque, Festival Internacional de Órgão de Lisboa, Festival Rota dos Monumentos, Festival das Artes). Em agosto de 2006, as Voces Caelestes fizeram a sua estreia internacional, participando, com grande sucesso, no prestigiado Festival Internacional de Música Antiga de Daroca (Espanha). O grupo participou na gravação do CD de música sacra Alleluia, da soprano Teresa Cardoso de Menezes, e gravou para a RTP excertos do Te Deum de Frei José Marques e Silva.
As Voces Caelestes têm-se apresentado a cappella e em colaboração com instrumentistas como a cravista Ana Mafalda Castro, a harpista Stéphanie Manzo, a pianista Ana Telles, a contrabaixista Marta Vicente, os organistas António Duarte, António Esteireiro, David Paccetti, Isabel Albergaria, João Vaz, Margarida Oliveira, Rui Paiva e Sérgio Silva, os violoncelistas Paulo Gaio Lima e Miguel Ivo Cruz e os percussionistas Abel Cardoso, Pedro Carneiro e Jean-François Lézé, e agrupamentos como Camerata Academica Salzburg, Orquestra de Câmara Portuguesa, Orquestra Metropolitana de Lisboa, orquestra barroca Capela Real, Orquestra Aldrabófona, Os Músicos do Tejo, Quarteto ArtZen, Segréis de Lisboa e Sete Lágrimas, sob a direção dos maestros Pedro Amaral, Stephen Barlow, Martyn Brabbins, Luís Bragança Gil, Pedro Carneiro, Harry Christophers, Laurence Cummings, Christian Curnyn, Osvaldo Ferreira, Sérgio Fontão, Alexander Frey, Manuel Ivo Cruz, Marcos Magalhães, Manuel Morais, Pedro Neves, Elio Orciuolo, Jean-Bernard Pommier, João Paulo Santos, Peter Schreier e Michael Zilm.
 


Ana Mafalda Castro
Com uma intensa atividade artística, a cravista Ana Mafalda Castro afirma-se como solista, acompanhadora e na direção e criação de vários grupos que se dedicam à Música Antiga. Toca regularmente nos festivais mais importantes do País, tanto a solo como música de câmara, tendo tocado, entre outros, com Anner Bylsma, Ketil Haugsand e Andrew Manze.
Ana Mafalda Castro é professora e coordenadora do Curso de Música Antiga na Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo do Porto, professora na Escola Superior de Música de Lisboa e na Academia de Música Antiga de Lisboa, onde também integra a Direção. Em 2011 participou nos exames de cravo do Conservatório Real de Haia, Holanda, como elemento de Júri convidado.
Nasceu no Porto, onde completou os seus estudos de piano com Fernanda Wandschneider. Entre 1983 e 1990, estudou cravo na Holanda com Glen Wilson, Jacques Ogg, Bob van Asperen e Annelie de Man.
Na sua rica carreira artística, destaca-se a participação na homenagem a José Saramago, em Estocolmo, por ocasião da entrega do prémio Nobel, nas Folles Journées de Nantes e de Bilbau e no Festival de San Luis Potosí, no México.
Dedica-se também ao repertório contemporâneo, nomeadamente na estreia da obra Il ritorno, composta para si por António Pinho Vargas.
Tendo recebido calorosas críticas, Ana Mafalda Castro gravou vários CD para as etiquetas EMI Classics, Numérica e Portugaler.
 


Sérgio Fontão

Sérgio Fontão iniciou os estudos musicais aos cinco anos de idade, sob a orientação de seu pai. Posteriormente, frequentou a Escola de Música e Bailado de Linda-a-Velha e a Escola de Música do Conservatório Nacional, onde se diplomou em Canto, após estudos de Piano, Harpa e Percussão. Paralelamente, concluiu a Licenciatura em Comunicação Social na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e o Curso de Gestão das Artes no Centro de Formação do Centro Cultural de Belém. Atualmente, prepara a sua tese de Mestrado em Direção Coral (Instituto Piaget).
Frequentou cursos de aperfeiçoamento em Canto com Jill Feldman, Marius van Altena, Max von Egmond, Peter Harvey e Tom Krause; em Música Antiga com Richard Gwilt, Ketil Haugsand, Peter Holtslag, Jonathan Manson, Owen Rees e Rainer Zipperling; em Direção Coral com Luc Guilloré, Tõnu Kaljuste, David Lawrence, Julian Wilkins, Simon Halsey, André Thomas, Frieder Bernius, Georg Grün, Peter Broadbent, Colin Durrant e Jo McNally; e em Direção de Orquestra com Robert Houlihan.
Como membro ou diretor de diversas formações vocais e instrumentais, realizou concertos em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Reino Unido, Áustria, Itália, Malta, Brasil, Argentina, Uruguai, México, EUA, Canadá, Índia, Japão e China. Participou, também, em espetáculos de ópera e teatro e efetuou gravações para cinema, rádio, televisão e em disco, para as etiquetas Aria Music, Dinemec Classics, EMI Classics, Fnac Music, Milan, Movieplay Classics, Numérica, PentaTone, Philips, PortugalSom, Sole mio, Virgin Classics e Virgin Veritas.
Entre os diversos agrupamentos com os quais tem colaborado, contam-se o Coro Gulbenkian, Coro de Câmara de Lisboa, Vozes Alfonsinas, Smoking Voices, Ensemble Barroco do Chiado, Ensemble Orphée et Coetera, Concertus Antiquus, Coro Dom Luís I, Cantus Firmus, Syntagma Musicum, Camerata Vocal de Lisboa e Coro do Teatro Nacional de São Carlos. Atualmente, além do grupo vocal Voces Caelestes, dirige os coros Polyphonia Schola Cantorum, Coro dos Jerónimos, Coro do Grupo Desportivo e Cultural do Banco de Portugal, Coral Encontro, Coral Allegro e Coral Vértice (grupo vocal masculino fundado em 1974 por cantores do Coro Gulbenkian). Integra o corpo docente dos Cursos de Direção Coral e Técnica Vocal promovidos pela Fundação INATEL.
Paralelamente ao seu trabalho como intérprete, tem desenvolvido atividade nas áreas do jornalismo, da comunicação institucional, da edição de música impressa e da gestão de projetos e instituições culturais. Entre outras atividades, foi colaborador do jornal A Capital, na área da música clássica; foi Assistente do Editor na Musicoteca – Edições de Música; desempenhou as funções de Coordenador Artístico-Organizativo da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos; ocupou o cargo de Vice-Presidente do Conselho de Administração da Federação Internacional das Juventudes Musicais; foi membro do Comité do World Youth Choir (uma organização conjunta da Europa Cantat, da Federação Internacional para a Música Coral e da Federação Internacional das Juventudes Musicais); e ocupou o cargo de Secretário-Geral da Juventude Musical Portuguesa. Em 2007 foi membro da comissão de apreciação das candidaturas aos apoios financeiros a projetos pontuais atribuídos pela Direção-Geral das Artes/Ministério da Cultura. Em 2008 e 2010 integrou o júri do Concurso Nacional de Música promovido pela Fundação INATEL. Foi o diretor artístico do ciclo Concertos à Conversa | Viagens no Tempo | Música Coral, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em janeiro e fevereiro de 2011.



Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.

 

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