Em abril, no dia 21, o Auditório de Espinho apresenta o ProjectoXXI, um duo formado em 1998 pelo clarinetista António Rosa e pelo pianista António Oliveira que tem vindo a apresentar-se em recital por todo o país e também além-fronteiras, incluindo Espanha, Estados Unidos da América e Canadá. Continuando a aposta na criação e divulgação do património musical, estabelecem no seu segundo trabalho discográfico pontes e diálogos com um género musical, jazz, sinónimo de liberdade individual e coletiva. Em maio, no dia 3, Sérgio Godinho regressa ao Auditório de Espinho com Mútuo Consentimento, o título do novo disco que promete ser um dos mais importantes da sua discografia. No ano em que passaram 40 anos da edição de Os Sobreviventes, o primeiro longa duração da sua carreira, Sérgio Godinho olhou em frente e apresentou-nos um disco constituído por 11 novas canções como só ele nos sabe oferecer. 

No dia seguinte, 4 de maio, Sofia Ribeiro faz o pré-lançamento do tão esperado álbum de originais, acompanhada pelo pianista e compositor Juan Andrés Ospina, uma dupla que tem vindo a ganhar reconhecimento internacional a um ritmo galopante. Neste quarto CD, a cantora, que nasceu com o talento de provocar uma mistura de emoções em apenas alguns minutos (OJE), revela, com excelência, o seu imenso potencial, e reúne harmoniosamente diversas influências, que, para além do jazz, passam pela música pop, portuguesa e brasileira. No dia 11 de maio, a Orquestra Clássica de Espinho, com direção musical de Pedro Neves, apresenta-se com um programa que inclui a Abertura-fantasia "Romeu e Julieta", terminada por Tchaikovsky aos 29 anos. Neste concerto ouviremos também alguns dos melhores alunos da Escola Profissional de Música de Espinho que farão a sua estreia tocando a solo com orquestra.

No dia 12 de maio acontece a primeira noite do Festival Tonalidades 2012. Noiserv tem vindo a afirmar-se na última década como um dos mais criativos e estimulantes projetos da música nova portuguesa. David Santos, reduzido a si mesmo e a um sem fim de instrumentos, constrói narrativas que têm encontrado o maior dos reconhecimentos junto do público português e além-fronteiras. Os seus concertos são verdadeiras viagens sensoriais. Mandrax Icon é a casa que Márcio da Cunha encontrou para as suas canções, algures entre a folk e os blues; neste concerto apresentará o seu disco de estreia, Mary Climbed The Ladder For The Sun. No dia 18 de maio, Isabel Barros apresenta Pan Órama, uma proposta de teatro de imagem construído a partir de uma história de amor que se vai contando lentamente. É um desfile de memórias, pequeninas partículas de uma história que se vai revelando entre as palavras, a música e o movimento dos intérpretes e dos objetos. Um panorama, um poema visual criado para olhar e guardar. 

A segunda noite do Festival Tonalidades 2012 acontece no dia 19 de maio. Os Osso Vaidoso são a pele que Ana Deus e Alexandre Soares decidiram vestir depois da experiência com os Três Tristes Tigres nos anos 90. As canções que registaram no disco de estreia Animal, com selo da Optimus Discos, fazem justiça ao seu título: são viscerais, estão em carne viva e são urgentes. Ao vivo, Osso Vaidoso é uma experiência de cortar a respiração. Os conimbricenses a Jigsaw têm vindo a navegar as águas calmas da folk tingida de tons melancólicos e atracaram em terra firme com a edição de Drunken Sailors & Happy Pirates, um disco lhes trouxe grande reconhecimento em Portugal e no estrangeiro. No dia 25 de maio, o vibrafonista Jeff Davis regressa ao Auditório de Espinho com o seu mais recente projeto, o trio formado  em 2010 com Damien Cabaud no contrabaixo e Marcos Cavaleiro na bateria. Desta forma o Jeff Davis Trio apresenta em palco um reportório composto por originais de Jeff Davis, bem como arranjos de alguns standards do reportório convencional. Com o novo disco a ser gravado e lançado ainda em 2011, esta será uma excelente oportunidade para ouvir as novas explorações deste grupo que assume a influência clara dos trios pianísticos de Bill Evans, Keith Jarrett, Brad Mehldau entre outros. 

A encerrar a programação deste trimestre, no dia 8 de junho, o Teatro e Marionetas de Mandrágora apresenta Lenheiras de Cuca Macuca, um espetáculo que não pretende recuar ao tempo das lendas mas antes revisitá-las, com um olhar contemporâneo, para colocarmo-nos frente a frente com os nossos medos ancestrais. O texto de João Pedro Mésseder, criado especificamente para o espetáculo, a partir da recolha de lendas locais, poeticamente elaboradas estimula a reconstrução de uma identidade própria. A encenação de José Caldas, transpõem cenicamente a dimensão onírica e simbólica das lendas através de metamorfoses constantes por parte da cenografia, dos objetos manipulados, do corpo, da música e das atrizes.

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