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RÓMULO DE CARVALHO / ANTÓNIO GEDEÃO
Morreram há 15 anos (19 fevereiro) o homem de ciência e o poeta. Ou o Poeta da Ciência. Inseparáveis e ao mesmo tempo distanciados.
RÓMULO DE CARVALHO / ANTÓNIO GEDEÃO |
Sim, intencionalmente usamos o plural «morreram».
Morreram há 15 anos (19 fevereiro) o homem de ciência e o poeta. Ou o Poeta da Ciência. Inseparáveis e ao mesmo tempo distanciados. A condição de "pessoa partida ao meio" foi gerada pelo próprio cientista / poeta: o primeiro não disfarçava a incomodidade de lhe citarem a sua "outra metade", pelo que os amigos se habituaram a respeitar a "partição" de individualidades.
Continuamos a trautear Pedra Filosofal, especialmente divulgada pela voz de Manuel Freire. Continuamos a celebrar o Dia Nacional da Cultura Científica na data de nascimento do cientista. E hoje celebramos ambos recordando a grande entrevista que lhe fizemos em 1995, decerto a mais extensa por ele concedida a um órgão de informação (Diário de Notícias), depois antologiada em livro e reproduzida aqui na íntegra.
Sobre este trabalho de Maria Augusta Silva, assinalado como um documento de referência no que respeita ao pensamento e à estatura cívica e intelectual de Rómulo / Gedeão, escreveu Eduardo Pereira:
«Uma entrevista tormentosa, conduzida com elegante tenacidade, difícil para o entrevistado e para a entrevistadora. Um não quer responder, outro quer obter respostas! Note-se – isto é surpreendente – que o entrevistado chega a hostilizar a entrevistadora e, se me é permitida uma opinião, acho que ele chegou a ser, num passo ou noutro, um bocadinho malcriado… Acontece que no meio desta peleja surgem constantemente declarações extraordinárias e corajosas (também deprimentes, é verdade) que só um espírito superior como o de Rómulo de Carvalho poderia fazer.»
A efeméride suscita-nos a oportunidade de eleger, no espaço próprio deste sítio, Rómulo de Carvalho / António Gedeão como uma das cem mais fascinantes figuras do século XX português. Ler aqui.
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