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PALÁCIO DA PENA COM PROJETOS DE RESTAURO
Palácio da Pena com 6 grandes projetos de restauro em curso tais como oficinas de restauro visíveis para os visitantes.
Palácio da Pena com 6 grandes projetos de restauro em curso
- Oficinas de restauro visíveis para os visitantes
- Cúpulas, Salão Nobre, janela neomanuelina, escada das Cabaças: restauro
- Sala de Estar: remoção da seda da parede e análise da pintura mural
- Vitrais/janela da Capela: restauro/recolocação (parceria Univ. Nova Lisboa)
A Parques de Sintra deu recentemente início a várias obras de conservação e restauro no Palácio Nacional da Pena, com vista à recuperação de diversas áreas-chave do monumento. Os meses de menor afluência de visitantes foram os escolhidos para o avançar de 6 importantes projetos em simultâneo, mantendo-se a política da empresa de “aberto para obras”, permitindo assim aos visitantes observar os trabalhos de restauro, que tanta curiosidade despertam, e dialogar com os técnicos.
Assim, o Palácio entrou numa fase de alguma movimentação, com o início de projetos que estavam em preparação, e que simultaneamente representam uma mais-valia para os visitantes, que procuram sempre saber mais sobre os “bastidores” e as várias formas de manter e recuperar Património.
Os trabalhos em curso incluem o restauro das famosas Cúpulas de azulejos dourados. As cúpulas consistem num dos elementos mais emblemáticos do Palácio, com as suas flechas de crescente lunar que remetem para o “Monte da Lua” sintrense e, simultaneamente, para uma evocação do exotismo mourisco. O restauro dos azulejos que, em alguns casos, se encontram partidos ou sem vidrado devido ao impacto das intempéries, permitirá a correção desta situação e o evitar de infiltrações no Palácio.
Outro dos projetos prende-se com o mobiliário do Salão Nobre, que será restaurado no local, evitando a sua deslocação e potenciais estragos, o que tornará possível, aos visitantes, observarem a “oficina de restauro” in loco. Trata-se do mobiliário que D. Fernando adquiriu à Casa Barbosa e Costa, de Lisboa, em 1867, possivelmente já na perspetiva do casamento com a sua segunda mulher, a Condessa d’Edla.
A famosa janela neomanuelina, inspirada na janela do Convento de Cristo, em Tomar, também verá os seus caixilhos de madeira restaurados. Este é igualmente um dos elementos mais importantes do Palácio Nacional da Pena, na medida em que concretiza o revivalismo do séc. XIX.
Também a escada das Cabaças será alvo de recuperação, dado que a sua pintura mural, devido às condensações, estava bastante degradada; será agora limpa, liberta de fungos e restaurada. Esta escada consistia no acesso principal ao Palácio Novo e ao Salão Nobre, para os convidados não terem de passar pela zona residencial íntima da Família Real, organizada em torno do claustro manuelino.
Outro grande projeto, também em curso, envolve a Sala de Estar da Família Real. Esta sala apresentava uma pintura mural em trompe l’oeil muito sofisticada, mas a queda parcial do revestimento da abóbada, em 1991, foi preenchida a branco mas sem o repinte necessário e colada, nas paredes e teto, seda verde, forrando toda a sala para encobrir o estado incompleto da pintura mural. Agora, será retirado o tecido de forro, com extremo cuidado, para permitir projetar e realizar o restauro da pintura original.
Na Capela do Palácio decorre o importante projeto de restauro da histórica janela de pau-santo e dos vitrais, sendo também necessário reparar os azulejos que a contornam. Será criada uma estrutura leve e resistente para encaixilhar os vitrais e, posteriormente, a janela será recolocada. Os vitrais, de Nuremberga (1841), remetem para as figuras de D. Manuel I e Vasco da Gama, afirmando a ligação intencional de D. Fernando II ao passado mais emblemático do país. A figura de São Jorge e a de Nossa Senhora da Pen(h)a completam a referência à fundação do Palácio da Pena.
Estes projetos envolvem parcerias entre os técnicos da Parques de Sintra e o Instituto dos Museus e Conservação, e a complexidade de alguns justificou inclusivamente a parceria com universidades, como é o caso do restauro dos vitrais da Capela, que contou com o apoio do Departamento de Conservação e Restauro da Universidade Nova de Lisboa.
Sobre a Parques de Sintra - Monte da Lua