Centena e meia de pessoas pertencentes e representantes de grupos corais de Cante Alentejano reuniram-se, domingo dia 8 de Janeiro, na Casa do Alentejo, em Lisboa, com a Comissão executiva da candidatura do Cante a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO, naquela que foi a primeira reunião alargada da iniciativa. O encontro serviu para recolher pareceres e contributos técnicos dos grupos para o dossiê de candidatura que será entrega 30 de Março, em Paris.

A reunião contou com o contributo do presidente de João Rocha, presidente da Câmara Municipal de Serpa, que deu o primeiro passo para o lançamento da candidatura, de Ceia da Silva, presidente da Região de Turismo do Alentejo, também patrocinadora da iniciativa, e dos presidentes da Casa do Alentejo, da Associação Moda e da Confraria do Cante Alentejano, entidades promotoras.

O presidente da Comissão Executiva, Carlos Medeiros, chamou a atenção para a importância da contribuição e envolvimento dos grupos corais na candidatura, sem os quais não será possível demonstrar a vivacidade do Cante e a sua importância cultural. Por outro lado, pediu que os grupos se empenhem em captar apoios junto de instituições e autarquias alentejanas que ainda não estejam envolvidas ou não tenham ainda manifestado apoio oficial à candidatura.

Para Carlos Medeiros, "esta candidatura está a ser montada em pouco tempo, porque entendemos que é este o tempo e a oportunidade. Temos que envolver todos para que chegue a bom porto, como estou convencido que vai mesmo acontecer". O responsável pelo dossiê de candidatura falou ainda dos apoios já recebidos de muitas autarquias do Alentejo, mas também da importância da Comissão de Honra, presidida pelo Presidente da República e que conta com nomes como os do Primeiro-Ministro, do Bispo do Porto, do presidente da Fundação Gulbenkian ou do comendador Nabeiro.

O presidente da Comissão Executiva lembrou ainda que o que está em causa não é provar à UNESCO que o Cante Alentejano é um fenómeno de dimensão mundial, mas antes demonstrar que é um fenómeno de qualidade mundial e que está bem vivo, colocando especial ênfase no “plano de salvaguarda” que está a ser preparado e em ficar assegurado o futuro do Cante, nomeadamente através de novos grupos e da promoção do Cante junto dos mais jovens.

João Rocha, presidente da Câmara de Serpa, informou que a candidatura surge de um desafio lançado pelo embaixador na UNESCO, Andresen Guimarães quando Serpa apresentou uma candidatura à rede de cidades criativas da UNESCO e manifestou a convicção de que o Cante vai ser bem sucedido neste enorme desafio.

Francisco Torrão, presidente da Confraria do Cante Alentejano, fez uma contextualização histórica do Cante Alentejano, antes de pedir empenho aos grupos corais e de escutar os contributos que a centena e meia de elementos de grupos corais quiseram deixar.

Ceia da Silva, presidente da Região de Turismo do Alentejo, um dos patrocinadores da candidatura, lembrou a importância que este movimento poderá ter para o turismo na Região, mas deixou um aviso: “Podemos ter os melhores jogadores, mas se não tivermos equipa não vamos ganhar. E a equipa são os grupos corais e todos aqueles que, da sociedade civil, possam contribuir”.

Joaquim Soares, da Associação MODA, que se associou também à promoção da candidatura, disse “não estar espantado com a adesão dos grupos corais de todo o Alentejo, porque o Cante esta vivo e sempre que há oportunidade as pessoas reúnem-se e estão disponíveis”.

João Proença, da Casa do Alentejo, moderou a reunião e demonstrou a satisfação da instituição que dirige por receber a reunião que terminou com centena e meia de pessoas a cantar Cante Alentejano em plena Lisboa.

Os interessados podem deixar o seu apoio e contributos no site ou no facebook.