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TEATRO NO SÃO LUIZ
Em Outubro o Teatro Oficina e o Teatro da Rainha cruzam-se no São Luiz, com a apresentação de A Febre, um solo de João Reis e Ella com Fernando Mora Ramos e Manuela Cassola.
Em Outubro o Teatro Oficina e o Teatro da Rainha cruzam-se no São Luiz, com a apresentação de A Febre, um solo de João Reis e Ella com Fernando Mora Ramos e Manuela Cassola.
O Teatro Oficina de Guimarães apresenta de 19 a 21 de Outubro, na Sala Principal, A Febre, um solo de João Reis encenado por Marcos Barbosa a partir do texto de Wallace Shawn. Este trabalho, nas palavras do encenador, coloca-nos perante uma questão fundamental: “como poderemos nós, público, continuar a ignorar a cadeia interminável de acções em que estamos inseridos, em que cada gesto feito tem consequência na vida de toda a comunidade, no frágil equilíbrio do universo?”
O Teatro da Rainha de Caldas da Rainha traz-nos uma história verídica, Ella, ficcionada a partir de uma memória directa. O autor, Herbert Achternbusch, fala do que sabe, da sua família, dos seus, de si mesmo. Mas Ella, a peça e a personagem, está muito para além da sua própria história. Com interpretação de Manuela Cassola e interpretação e encenação de Fernando Mora Ramos, no Jardim de Inverno de 20 a 22 de Outubro.
"A FEBRE"
19 A 21 OUTUBRO
DE WALLACE SHAWN
TEATRO OFICINA
QUARTA A SEXTA ÀS 21H00
SALA PRINCIPAL
M/12
Projectando-se a solo no palco grande do Teatro, João Reis vive para nós um homem da classe média nova-iorquina que viaja para um país pobre e em plena guerra civil. Longe da sua vida confortável e subitamente doente, confinado ao quarto de hotel, é possuído por um coro interior de vozes contraditórias: sonhos de conforto, imagens de violência física e económica, acusações de indiferença e argumentos impiedosos a favor da opressão. Uma importante discussão sobre a compatibilidade entre uma ideia moral e a vida das sociedades contemporâneas.
“Um texto escrito por um actor/autor, maravilhosa dualidade que nos levanta outra, aquela que nos interessa mais, a relação da palavra com a acção, não só na forma como usaremos o espaço e o tempo em transformar a peça em teatro, o que é dito em drama, mas sobretudo com a questão fundamental que este texto nos põe: o que fazemos depois de dizer todas estas palavras, o que é que fazemos depois de as ouvir, e como poderemos nós, público, continuar a ignorar a cadeia interminável de acções em que estamos inseridos, em que cada gesto feito tem consequência na vida de toda a comunidade, no frágil equilíbrio de todo o universo?”
Marcos Barbosa
Ficha Técnica
Tradução Jacinto Lucas Pires Encenação Marcos Barbosa Cenografia F. Ribeiro Figurinos Susana Abreu Desenho de Luz Pedro Vieira de Carvalho Interpretação João Reis Produção Teatro Oficina (Guimarães)
Preçário €10 €20 com os habituais descontos SLTM
"ELLA"
DE HERBERT ACHTERNBUSCH
TEATRO DA RAINHA
QUINTA A SÁBADO ÀS 23H30
JARDIM DE INVERNO
M/16
Joseph, filho de Ella, sobreviveu e embrenhou-se no corpo de Fernando Mora Ramos, amadureceu, envelheceu com ele. Vestido com o avental da mãe, começa de repente a debitar sem quase parar para recuperar o fôlego, a regurgitar, o solilóquio que Ella, a sua mãe, calou durante toda uma vida, dos anos do nazismo aos do boom económico, de decepção em decepção, de exclusão em exclusão. Uma história sobre as margens, um exercício em que a língua, ou o domínio estilhaçado da língua, é já um sintoma da incapacidade última das palavras para traduzirem a realidade íntima das pessoas.
Uma história verídica, ficcionada a partir de uma memória directa. Herbert Achternbusch fala do que sabe, da sua família, dos seus, de si mesmo. Mas Ella está muito para além da sua própria história. O pano de fundo histórico em que tem lugar não deixa de sinalizar uma outra barbárie, o nazismo. E quando a peça se afasta desse tempo histórico, é o pragmatismo economicista dos novos tempos que continua a condená-la a viver num gueto.
Ficha Técnica
Preçário €10 com os habituais descontos SLTM