Notícias
TESOUROS DAS ARTES DECORATIVAS EM PORTUGAL NO PERÍODO BARROCO
O curso pretende dar a conhecer três das mais significativas manifestações artísticas portuguesas, enquadráveis no campo dos revestimentos, através da sistematização da informação recolhida por investigações recentes.
– Talha, embutidos de pedraria e azulejos –
Aulas de 2h | quarta-feira
Dias 21 e 28 de Setembro | 4, 12, 19 e 26 de Outubro de 2011
O curso Artes Decorativas em Portugal no período Barroco – Talha, embutidos de pedraria e azulejos – pretende dar a conhecer três das mais significativas manifestações artísticas portuguesas, enquadráveis no campo dos revestimentos, através da sistematização da informação recolhida por investigações recentes.
Reconhecidas pela historiografia da arte internacional como três das mais relevantes artes decorativas portuguesas, o auge da sua produção, qualidade e esplendor ocorreu durante os séculos XVII e XVIII, quer em espaços sacros, quer em civis.
A divulgação e estudo da talha, embutidos de pedraria e azulejos no contexto português apresenta-se como uma mais-valia para a dignificação do nosso património, que urge difundir.
Com o presente curso pretende-se habilitar o público-alvo a adquirir conhecimentos mais vastos sobre as matérias em estudo, enquadrá-las no tempo e no espaço e reconhece-las in situ.
A arte da talha e as suas manifestações artísticas, produzidas essencialmente para os interiores das nossas igrejas e conventos, alcança nos dias de hoje merecido destaque no seio das artes de produção nacional. Reconhecendo-se como uma das expressões artísticas mais genuinamente portuguesas, foi na época barroca (sécs. XVII-XVIII) que alcançou a sua maior expressão e qualidade, num movimento que se alargou a todo o território português. A especificidade muito própria desta arte que alia a escultura e o entalhe, o douramento e o estofado tornou-a bastante apetecível na configuração dos espaços sacros, onde convivendo com a pintura, a azulejaria, os embutidos marmóreos, a ourivesaria, entre outros, contribuiu para a definição do templo barroco português como obra de arte total.
Aula 1: Introdução ao estudo da arte da talha portuguesa e terminologia associada. Materiais, técnicas e artistas. Das primeiras realizações do Gótico Flamejante ao apogeu das estruturas maneiristas: percursos de uma arte em expansão.
21 de Setembro | Professora: Sílvia Ferreira
Aula 2: A consolidação de uma arte: A talha de “estilo nacional” e a sua fortuna no território nacional e ultramarino. O ciclo joanino: magnificência e teatralidade ao serviço da igreja católica. A talha regência e rococó: as influências francesas, as características dominantes e os exemplares mais significativos no nosso país.
28 de Setembro | Professora: Sílvia Ferreira
A produção portuguesa de obras embutidos de pedraria policroma inscreve-se numa das manifestações das artes decorativas que maior requinte apresenta em finais de Seiscentos e de inícios de Setecentos a nível europeu. Revelando afinidades técnicas, plásticas e tipológicas com artes congéneres que então floresciam na península itálica, a produção nacional demarca-se pelo material, assim como pelo cunho pessoal deixado por debuxadores e executantes portugueses. A sua inserção no espaço cultural, em detrimento dos espaços palacianos, permite relacionar esta arte do ponto de vista decorativo e iconográfico com a arquitectura envolvente, bem como com a pintura, escultura e as restantes manifestações artísticas que caracterizaram o espaço sacro barroco.
Aula 3: Apresentação do tema no contexto da época Moderna. A origem e florescimento da arte. A relação da obra de pedraria com a arquitectura, a pintura e a escultura coeva. Especificidades materiais, técnicas e tipológicas: superfícies murárias, altares, retábulos, tumulária, mobiliário litúrgico.
4 de Outubro | Professora: Maria João Pereira Coutinho
Aula 4: Os autores do risco e executantes: arquitectos e mestres pedreiros. As fontes gráficas e literárias. A concepção dos programas ornamentais à luz da época. A propagação da obra de embutido na corte e no império português. A importância das ordens mendicantes e da Companhia de Jesus na qualidade de divulgadores do gosto.
12 de Outubro |Professora: Maria João Pereira Coutinho
A Historia das Artes Decorativas em Portugal tem, nos revestimentos azulejares, uma das suas componentes mais importantes e originais. Estes revestimentos adoptam características incontestavelmente relevantes, intervindo na organização do espaço, interior e exterior, organizando a escala, o ritmo e a luz, permitindo, entre outras, uma maior funcionalidade, própria da acção impermeabilizadora constituinte.
Ao longo do tempo a azulejaria portuguesa evolui na História, na técnica tipológica e na iconografia, acompanhando os vários estilos artísticos. No entanto, o enquadramento deste fenómeno, no conjunto das manifestações artísticas coetâneas indica uma certa particularidade inventiva, resultante, na maior parte, da actividade criativa dos próprios ladrilhadores ou mestres pintores, seus executantes.
Aula 5: Introdução ao estudo do azulejo em Portugal. As suas origens remotas e introdução na Península Ibérica. Os revestimentos mudéjares e renascentistas, evolução técnica e decoração. A produção portuguesa e os revestimentos azulejares nos meados do século XVI: as influências técnicas italianas e as ornamentais flamengas aplicadas à azulejaria maneirista.
19 de Outubro | Professora: Teresa Peralta
Aula 6: A azulejaria da primeira metade do século XVII, geométrica e de padronagem; figurativa e ornamental. A segunda metade do século XVII e os primórdios da azulejaria Barroca em Portugal. O ciclo dos “Grandes Mestres” nas primeiras décadas do século XVIII. A “Grande Produção Joanina”. Os ornatos Regência e o desenvolvimento do estilo rococó. A azulejaria rococó e a neoclássica.
26 de Outubro | Professora: Teresa Peralta
Aula 7: Visita ao Convento dos Cardaes, em Lisboa
29 de Outubro | Professoras: Sílvia Ferreira, Maria João Pereira Coutinho e Teresa Peralta
DOCENTES DO CURSO
Sílvia Ferreira é Doutora em História (especialidade em Arte, Património e Restauro) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com tese dedicada ao tema: “A Talha Barroca de Lisboa (1670-1720). Os artistas e as obras”. Licenciada em Filosofia e Mestre em História da Arte. Participa actualmente num projecto de estudo financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, denominado “Lisboa em Azulejo antes do Terramoto” (PTDC/EAT-EAT/099160/2008) do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Para além da sua actividade principal, ligada à divulgação do património de talha dourada de Lisboa e das áreas da sua influência, tem colaborado em vários projectos no âmbito mais vasto da história religiosa da época moderna. Nestes domínios é autora de diversas publicações, tanto colectivas como singulares.
Maria João Pereira Coutinho é Doutora em História (especialidade em Arte, Património e Restauro) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Licenciada em Artes Decorativas Portuguesas pela Escola Superior de Artes Decorativas (ESAD), da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva e Mestre em História da Arte, pela Universidade Lusíada. Entre 1998 e 2005 foi docente das disciplinas de História do Mobiliário, Arquitectura Portuguesa, História da Arte e Artes Decorativas na ESAD. Entre 2006 e 2009 foi bolseira de doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. A partir de 2010 é bolseira do projecto “Lisboa em Azulejo antes do Terramoto” (PTDC/EAT-EAT/099160/2008) do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem participado em encontros nacionais, de carácter científico, e tem colaborado com projectos culturais, no âmbito da História da Arte e Artes Decorativas.
Teresa Peralta é Mestre em História (especialidade em Arte, Património e Restauro) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e doutoranda desse mesmo estabelecimento de ensino. Licenciada em Artes Decorativas Portuguesas pela Escola Superior de Artes Decorativas (ESAD), da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva.
Entre os anos de 1992 e 2004 desenvolveu a sua experiência profissional no âmbito do Design de Interiores. A partir dessa data integrou a docência da disciplina de História das Artes Decorativas Portuguesas na ESAD. Tem participado em vários colóquios e estudos no âmbito dessas matérias e ultimamente foi coordenadora iconográfica do Dicionário das Ordens e Instituições Afins em Portugal (2010).