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NIRA PEREG NO MNAC – MUSEU DO CHIADO

A artista israelita Nira Pereg estará em Lisboa entre 12 e 15 de Agosto, no âmbito da parceria entre o FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa e o MNAC – Museu do Chiado, onde a sua obra Sabbath 2008 é apresentada na Sala Polivalente, entre 11 e 17 de Agosto. Este vídeo insere-se no programa Coisas Poéticas que São Políticas, comissariado por Miguel Amado e exibido na sessão de 28 de Julho do FUSO 2011.


A artista israelita Nira Pereg estará em Lisboa entre 12 e 15 de Agosto, no âmbito da parceria entre o FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa e o MNAC – Museu do Chiado, onde a sua obra Sabbath 2008 é apresentada na Sala Polivalente, entre 11 e 17 de Agosto. Este vídeo insere-se no programa Coisas Poéticas que São Políticas, comissariado por Miguel Amado e exibido na sessão de 28 de Julho do FUSO 2011.


Nira Pereg
Sabbath 2008, 2008
Vídeo, PAL, 16:9, cor, som estéreo, 7’ 12’’
Cortesia da artista, Tel Aviv-Yafo

Nira Pereg (1969, Tel Aviv-Yafo; vive e trabalha em Tel Aviv-Yafo) analisa a relação entre indivíduo e sociedade, em geral, e entre estruturas sociais e práticas individuais, em particular. A artista realiza vídeos que exploram o quotidiano israelita através da tomada de consciência da história e experiência vivida conjuntas da comunidade judaica e árabe. Estas obras chamam a atenção para acções ritualizadas de natureza íntima que se expandem para a esfera pública, manifestando-se o poder simbólico que possuem ao nível da consciência colectiva. Inscrevendo-se nas premissas do documentarismo mas utilizando técnicas cinematográficas experimentais, a artista transfigura o real em eventos para-teatrais nos quais a ficção intersecta os factos ao ponto de estes quase se tornarem inverosímeis. O vídeo Sabbath 2008 (2008) aborda o encerramento ao trânsito automóvel dos bairros judaicos ultra-ortodoxos em e à volta de Jerusalém na véspera do Shabat, o dia de descanso semanal do judaísmo caracterizado tanto por festividades como por restrições. A artista capta a azáfama dos homens – desde idosos a crianças – que colocam barreiras do tipo policial nas ruas com a complacência das autoridades, assim vedando o acesso às zonas nas quais residem. Este muro temporário semanalmente erguido evidencia que a divisão de Jerusalém extravasa o campo político – sinalizado pela barreira que separa a cidade entre israelitas e palestinianos – e alcança terrenos religiosos. As crenças pessoais ditam, assim, traços identitários com ressonância universal, fazendo do domínio privado a base da matriz civilizacional da região. Focando um aspecto do dia-a-dia, esta obra institui-se, pois, numa alegoria de um conflito local com magnitude global – entenda-se este enquanto disputa territorial, guerra entre fés ou luta entre secularismo e moral – que traduz uma visão do mundo.

 

Mais informação em:
http://www.museudochiado-ipmuseus.pt
http://www.fusovideoarte.com

 

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