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CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE ALVES REDOL (1911 – 2011)

A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, a Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, o Museu do Neo-Realismo, a Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo, a Cooperativa Alves Redol, o Ateneu Artístico Vilafranquense, a Secção Cultural da União Desportiva Vilafranquense e entidades em todo o país comemoram ao longo de todo o ano o Centenário de Alves Redol (1911 – 2011) através de um vasto programa de iniciativas.

A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, a Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, o Museu do Neo-Realismo, a Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo, a Cooperativa Alves Redol, o Ateneu Artístico Vilafranquense, a Secção Cultural da União Desportiva Vilafranquense e entidades em todo o país comemoram ao longo de todo o ano o Centenário de Alves Redol (1911 – 2011) através de um vasto programa de iniciativas.

Neste âmbito,  uma exposição itinerante «Alves Redol - Centenário do Nascimento», que está a percorrer várias  bibliotecas municipais e algumas escolas de norte a sul do país e que tem desempenhado um papel de grande relevo  em termos de divulgação e facilitação do acesso ao conhecimento da vida e obra do escritor neorrealista.

O Ministério da Educação associou-se às comemorações fomentando a leitura de obras de Redol através do Plano Nacional de Leitura e a Biblioteca Nacional está a organizar uma exposição sobre o autor. Também a RTP está a produzir um filme e os CTT emitiram um selo comemorativo. Nazaré, Glória do Ribatejo, Caxias e Freixial, localidades por onde passou Alves Redol, comemorarão a efeméride. Em Janeiro de 2012 haverá um Congresso Internacional dedicado ao escritor na Faculdade de Letras de Lisboa.

Também a Editorial Caminho comemora a efeméride através da reedição da obra do autor. Gaibéus e Barrancos de Cegos (Maio); Avieiros e Barca dos Sete Lemes (Junho); Olhos de Água e Marés (Julho); Muro Branco e Glória – Uma Aldeia do Ribatejo (Setembro); Porto Manso e Nasci com Passaporte de Turista (Outubro).

1. Breve Biografia

Ao falarmos do neorrealismo, não podemos alhear-nos da existência em Vila Franca de Xira, entre 1930 e 1940, de um núcleo de jovens literatos, ligados entre si por uma inquietação comum… Em Vila Franca, este fenómeno tornara-se marcante, já pela circunstância de o autor de Gaibéus ter aqui vivido e ensaiado os seus voos de escritor, ao mesmo tempo que desempenhava uma função aglutinadora nesses jovens que viriam a formar o Grupo Neorrealista de Vila Franca…
(Garcez da Silva, in Alves Redol e o Grupo Neorrealista de Vila Franca)

António Alves Redol nasceu em Vila Franca de Xira, em 1911. Com apenas 15 anos publica o seu primeiro artigo no jornal semanário local Vida Ribatejana, dando assim início a uma longa colaboração em jornais da região (para além da Vida Ribatejana, saliente-se o Mensageiro do Ribatejo) e de Lisboa (Notícias Ilustrado), onde publica artigos, crónicas e a sua primeira novela.

A qualidade literária dos seus textos cedo se impõe, mas também a sua atitude crítica face às desigualdades e problemas sociais que observa (na sua região, ou em Luanda, onde viveu alguns anos, ao longo dos quais enviou várias crónicas à Vida Ribatejana, refletindo as suas preocupações sociais, em torno da problemática da colonização portuguesa em África).

Atento à realidade social e à vida comunitária da sua região, em particular da cidade de Vila Franca de Xira, em 1934, profere a sua primeira palestra no Grémio Artístico Vilafranquense, intitulada Terra de Pretos – Ambição de Brancos, sobre a colonização portuguesa em Angola, a que se seguirá, em 1936, uma conferência sobre Arte, onde defende os princípios fundadores do realismo socialista. No final deste mesmo ano publica o seu primeiro conto Kangondo, n’O Diabo  e em 1938  o seu primeiro livro, Glória – Uma Aldeia no Ribatejo.

Publica Gaibéus em 1939 - obra considerada marco fundador do movimento neorrealista português -, numa época em que é intensa a sua ação político-cultural. Fixa-se, entretanto, em Lisboa e, os anos que se seguem, assistem a uma produção (e publicação) literária de extrema relevância no quadro do movimento neorrealista português: Nasci com Passaporte de Turista (1940), Marés (1941), Avieiros (1942), Fanga (1943), até aos romances da sua fase de maturidade a partir de Olhos de Água (1954) e A Barca dos Sete Lemes (1958) até Barranco de Cegos (1961 ), sem esquecer o Teatro e a Literatura Juvenil e Infantil.

Convive com escritores e artistas nacionais e estrangeiros, tendo assumido o cargo de secretário-geral da Secção Portuguesa do Pen Club, em 1947 e integrado, em 1948, a delegação portuguesa que participou no Congresso dos Intelectuais para a Paz, realizado na Polónia.

Com o romance Horizonte Cerrado (escrito em 1949), o primeiro do Ciclo do  Port-Wine, é-lhe atribuído, o Prémio Ricardo Malheiros, em1950.

A sua vasta produção literária integra ainda peças teatrais, literatura infantil, contos, traduções e estudos diversos. Alguns dos seus romances estão traduzidos em várias línguas.

Alves Redol morreu em 1969; o seu romance Reinegros é postumamente publicado (1972).

2. Bibliografia

ROMANCES
Gaibéus (1939)
Marés (1941)
Avieiros (1942)
Fanga (1943)
Anúncio (1945)
Porto Manso (1946)
Horizonte Cerrado (1949)
Os Homens e as Sombras (1951)
Vindima de Sangue (1953)
Olhos de Água (1954)
A Barca dos Sete Lemes (1958)
Uma Fenda na Muralha (1959)
Cavalo Espantado (1960)
Barranco de Cegos (1961)
O Muro Branco (1966)
Os Reinegros (1972)

TEATRO
Maria Emília (1945)
Forja (1948)
O Destino Morreu de Repente (1967)
Fronteira Fechada (1972)

CONTOS
Nasci Com Passaporte de Turista (1940)
Espólio (1944 )
Comboio das Seis (1946)
Noite Esquecida (1959)
Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos (1962)
Histórias Afluentes (1963)
Três Contos de Dentes (1968)

LITERATURA INFANTIL
Vida Mágica da Sementinha (1956)
A Flor Vai Ver o Mar (1968)
A Flor Vai Pescar Num Bote (1968)
Uma Flor Chamada Maria (1969)
Maria Flor Abre o Livro das Surpresas (1970)

ESTUDOS
Glória - Uma Aldeia do Ribatejo (1938)
A França - Da Resistência à Renascença (1948 )
Cancioneiro do Ribatejo (1950)
Ribatejo (Em Portugal Maravilhoso) (1952)
Romanceiro Geral do Povo Português (1959 )

CONFERÊNCIA
Le Roman de Tage ( Edição da Union Française Universitaire - Paris ) (1946)

 

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