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7ª EDIÇÃO DO SALÃO MOTORCLÁSSICO COM NOVIDADES
Nos dias 8, 9 e 10 de Abril, a FIL – Feira Internacional de Lisboa vai receber a 7ª Edição do Motorclássico, o maior evento português relacionado com a temática dos Clássicos e da História Automóvel.
Nos dias 8, 9 e 10 de Abril, a FIL – Feira Internacional de Lisboa vai receber a 7ª Edição do Motorclássico, o maior evento português relacionado com a temática dos Clássicos e da História Automóvel. A organização está a preparar um programa com muitas surpresas, para vários públicos, onde se destacam um leilão e duas exposições paradoxais: Por um lado, os micro carros, económicos e adaptados a contextos de crise. Por outro, o luxo absoluto dos Rolls-Royce, onde estará presente o Rolls-Royce mais antigo da Europa Continental, e que faz este ano 100 anos (é de 1911), e que inclui até um bar lá dentro.
Leilão de automóveis clássicos e peças de automobilia - A 7ª Edição do Motorclássico – Salão Internacional de Automóveis e Motociclos Clássicos, vai trazer uma novidade para os visitantes e investidores: um leilão de automóveis clássicos e peças de automobília. Embora já tenham sido organizados em Portugal alguns leilões relacionados com esta temática, este é o primeiro enquadrado num grande evento de clássicos. O leilão, organizado em parceria pela leiloeira Aqueduto e pelo Salão Motorclássico, decorre no dia 9 de Abril. As peças que serão leiloadas têm origem em coleccionadores privados, há peças para todos os preços e gostos e qualquer pessoa pode participar no leilão, como vendedor ou comprador.
Exposição “Micro Carros, Grandes Histórias” - Ao longo da história da indústria automóvel, sempre houve o fascínio em produzir pequenas viaturas, sobretudo em momentos de contenção económica. O aparecimento dos micro carros coincide com as épocas de recessão dos períodos entre Guerras. A escassez de recursos e as crises dos anos 20 a 50 levaram ao surgimento de vários fabricantes de pequenas viaturas, os micro carros, através de projectos com cariz mais ou menos experimental, em toda a Europa, especialmente na Alemanha e França. No pós-Guerra, a maior parte destes veículos utilizavam materiais excedentários das linhas de montagem da indústria aeronáutica e de armamento. A motorização era assegurada por pequenos motores fornecidos pelos fabricantes de motociclos.
A maioria dos micro carros do pós-Guerra tinha menos de 3,5 metros de comprimento e o seu peso rondava os 450 kg. As reduzidas dimensões e os motores pouco potentes – do mesmo tipo dos que eram utilizados nas scooters da Vespa – acabavam por ser bastante eficientes em termos de relação peso/potência, embora se privilegiasse a robustez e fiabilidade. Podemos afirmar que estes pequenos carros foram uma grande alavanca no ressurgimento económico, pois permitiram de uma forma inteligente adaptar os escassos materiais existentes e colocá-los ao serviço do mercado economicamente frágil, assegurando a necessária mobilidade.
Apesar de tradicionalmente as épocas de crise serem propícias ao aparecimento de viaturas económicas, os gigantes da indústria automóvel mundial não ficaram alheios a este nicho de mercado e desenvolveram também os seus próprios projectos resultando em modelos com grande êxito e de referência, tais como o BMW Isetta, o Fiat Topolino e o Fiat 500 bem como o NSU Prinz. Outras marcas alcançam também o reconhecimento, como é o caso da Fuldamobil, Gogomobile, Heinkel, Lloyd, Messerschmitt, PTV e Vespa. Mais raros podem considerar-se o Velorex, Scootacar, Trident, De Rovin, Solyto, Brütsch Moppeta, Mochet, Peel e dezenas de outras, provavelmente reconhecíveis apenas pelos amantes dos micro carros. Pela conjuntura que se vivia durante as épocas de produção, estes veículos eram parcos em luxos e performances. Uma vez que não possuíam as características mais valorizadas pela maioria dos coleccionadores ao longo dos anos, a que acrescia não terem grande valor comercial nas tabelas grande parte foi empurrada para a destruição. A sua reduzida série de produção faz com que alguns deles constituam verdadeiras raridades a nível mundial.
Em Portugal, no início da década de 80, foi produzido um micro carro: o SADO 550. Este veículo, quase desconhecido, foi o primeiro automóvel português produzido em série. Apesar da sua limitada produção ainda o podemos ver circular diariamente em algumas cidades. Mais recentemente, a Smart soube fazer reviver o conceito e a BMW, Toyota, Fiat, Subaru, Suzuki entre outros, seguem-lhe os passos e inspiram-se nos microcarros do passado enquanto projectam carros para o futuro. Bubblecars, Microcars, Microcoches, Microcotxes, Motocars ou Voiturettes são algumas das designações internacionais que os Micro carros assumem. Hoje em dia, com os consumidores a exigirem carros mais económicos em combustível e as normas ambientais a imporem as normas de produção, começamos a assistir ao renascer do conceito de micro carro.
Exposição “Rolls Royce”
Falar em Rolls-Royce é sinómimo de luxo, de sofisticação, de conforto, dos carros mais exclusivos do mundo. A marca britânica é uma das mais conceituadas, e os veículos que produz estão desde sempre ao alcance de poucos. Foi fundada por Frederick Henry Royce e Charles Stewart Rolls em 15 de Março de 1906, como resultado de uma parceria formada em 1904, e desde então tem fabricado os carros mais caros do Mundo, com uma lista de espera considerável para quem os quiser adquirir. A marca, acompanhando as tendências actuais, acaba de anunciar uma versão eléctrica do clássico Phantom, especulando-se que o custo poderá ultrapassar o milhão de euros. A apresentação será em Março, no salão automóvel de Genebra.
Dois dos automóveis que estarão nesta exposição dedicada à marca automóvel mais cara do Mundo pertencem à colecção do Museu do Caramulo. São ambos do modelo Rolls Royce Silver Ghost, um de 1911 e outro de 1920. No seu tempo justamente considerado o «melhor automóvel do mundo», manteve-se em produção, de 1907 a 1925, com pequenas alterações de mecânica, atingindo o número de 6173 chassis fabricados em Inglaterra. Como sempre sucedeu, nos grandes modelos da marca, as carrosseries ficavam a cargo e ao gosto dos clientes.
O Silver Ghost de 1911 foi o primeiro a ser importado para Portugal pelo agente em Lisboa - José Rugeroni - que o vendeu a um cidadão inglês, Franz Pidwell, morador em Santiago de Cacém. Foi registado a 17 de Novembro de 1911, com a matrícula S-323. Desconhece-se onde e por quem foi carroçado na elegante forma de open-touring-phaeton, com um pára-brisas original ondulado e recebendo grandes e potentes faróis, niquelados, com gerador de acetilene incorporado. Em Agosto de 1962 João de Lacerda descobre-o em Santiago de Cacém, compra-o e restaura-o em Lisboa na garagem de Harry Rugeroni, filho do primeiro agente da R-R e Portugal. Ainda possui rodas «tipo artilharia» não destacáveis e por isso os pneus (tipo «talão») têm que ser montados no sítio, o que é particularmente difícil dada a sua rigidez. Para vencer este handicap o carro veio equipado com uma roda tipo Stepney Wheel que permite, em caso de furo, ligar à roda furada uma jante com o pneu sobresselente podendo assim rodar alguns quilómetros. Foi classificado pelo Veteran Car Club of Great Britain com o n.º 988, em 28 de Novembro de 1962, e considerado o mais antigo Rolls Royce na Europa Continental.
O Rolls Royce Silver Ghost de 1920, ano em que a produção deste modelo atingiu 936 unidades, foi carroçado na Bélgica, em Brougham, por D'Ieteren-Fréres - Bruxelles, tem uma placa com o n.º 2653, o interior é totalmente revestido a madeira de nogueira. Conserva os estofos de origem com 2 fauteuils e 2 strapontins e vidros de correr, verticalmente, com compensadores de mola para facilitar o seu encerramento. Adquirido em Lisboa a Bernardino Gomes, em Março de 1956, por João de Lacerda foi restaurado com a colaboração de Harry Rugeroni.
O Salão Motorclássico é a melhor oportunidade em Portugal para conhecer um mercado de investimento onde alguns produtos podem atingir uma valorização de 15% ao ano. “Poucos investimentos oferecem este retorno, associado ao facto de se poder desfrutar do investimento”, diz Salvador Patrício Gouveia, um dos directores do certame, acrescentando que “comprar um automóvel clássico é hoje um investimento seguro. Não só não se desvalorizam, como mesmo valorizando a um ritmo mais lento, a mais-valia no momento da venda é sempre superior à maioria dos investimentos financeiros. Mais interessante ainda é que este facto não tem acontecido apenas nos automóveis de grande valor e raridade. Por vezes as maiores valorizações têm acontecido nos chamados clássicos populares, ou os veículos produzidos em série”.
Este evento proporciona ainda a oportunidade de compra e venda de modelos clássicos, sejam automóveis ou motociclos. A 6ª edição teve a maior área de exposição de sempre (15 mil m²), e bateu recordes de número de visitantes e de expositores, com cerca de 44 mil pessoas a visitarem os mais de 175 expositores. O crescimento do número de visitantes e de volume de negócios em cada uma das edições demonstra o impacto do Salão Motorclássico e a sua influência enquanto referência no mercado e temática dos Clássicos em Portugal e o potencial comercial do evento. O Motorclássico – Salão Internacional de Automóveis e Motociclos Clássicos, é organizado pelo Museu do Caramulo (Fundação Abel e João de Lacerda).
Site oficial do evento: http://www.motorclassico.com/
Inscrições: http://www.motorclassico.com/index.php?lang=PT&area=600