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UM RETRATO DA ÉPOCA DAS LUZES

A Sextante Editora acaba de publicar o mais recente livro de Amadeu Lopes Sabino, intitulado A Cidade do Homem. Neste romance regressamos ao século XVIII português e brasileiro através da biografia de António Dinis da Cruz e Silva, autor de O Hissope, a famosa sátira à querela protocolar entre o bispo e o deão da Sé de Elvas.

A Sextante Editora acaba de publicar o mais recente livro de Amadeu Lopes Sabino, intitulado A Cidade do Homem. Neste romance regressamos ao século XVIII português e brasileiro através da biografia de António Dinis da Cruz e Silva, autor de O Hissope, a famosa sátira à querela protocolar entre o bispo e o deão da Sé de Elvas.
Este livro tem a particularidade de estar escrito segundo o Novo Acordo Ortográfico e inclui um conjunto de ilustrações que vão complementando a narrativa.
A apresentação deste romance está marcada para o dia 21 de Outubro, na livraria Bulhosa de Entrecampos.

O enredo

Romance, ficção documentada, relato das errâncias de um narrador europeu do século XXI através do universo mental do iluminismo, A Cidade do Homem é a biografia imaginada de António Dinis da Cruz e Silva (1731-1799), magistrado e poeta árcade que viveu, trabalhou e poetou em Portugal e no Brasil. Participante ativo nas polémicas que, durante o consulado de Pombal, agitaram o Reino e a Europa, foi juiz militar em Elvas e autor de O Hissope, sátira à querela protocolar entre o bispo e o deão da Sé da cidade alentejana. Presente desde o início no imaginário do protagonista, o Brasil torna-se o cenário da narrativa com a transferência de Cruz e Silva para a Relação do Rio de Janeiro em 1776. A partir desse ano, servidor da Justiça e de Apolo, julgou e poetou nas capitanias do Sul, sobretudo em comarcas do Rio e de Minas, privando com os juristas e árcades locais. Em 1792, seria membro do tribunal que julgou e condenou na capital do Brasil os inconfidentes mineiros, entre eles os seus companheiros mais próximos nas lides judiciais e na poesia. Numa digressão através da História e das ideias em busca da polis racional, A Cidade do Homem centrase na condenação dos conspiradores à morte ou ao degredo, evocando uma época que, na Europa, em Portugal e no Brasil nas vésperas da independência, prenunciou os antagonismos e as hecatombes do nosso tempo.

O autor

Amadeu Lopes Sabino, nascido em Elvas em 1943, ocupa um lugar singular na literatura portuguesa contemporânea: romancista e novelista da expatriação e dos exílios, exteriores e interiores, a sua obra é muitas vezes uma evocação da sua vivência no estrangeiro, «amarga como muitas, mas, como poucas, libertadora», no dizer de Eduardo Lourenço, no prefácio a Identidades fugidias. Com uma escrita marcada «pela agilidade da narração e por um requintado hedonismo» (António José Saraiva e Óscar Lopes, in História da literatura portuguesa), Amadeu Lopes Sabino é autor de uma obra que Álvaro Manuel Machado, no seu Dicionário de literatura portuguesa, carateriza como «uma irónica interrogação sobre o passado dito glorioso de Portugal e, simultaneamente, um pendor autorreflexivo, cosmopolita e quase autobiográfico».
Principais obras: Após Aljubarrota (Centelha, Coimbra, 1978); O cavaleiro cego (A Regra do Jogo, Lisboa, 1982); O retrato de Rubens (D. Quixote, Lisboa, 1985); A capa escarlate (Presença, Lisboa, 1989); Novelas imperfeitas (Quetzal, Lisboa, 1991); A homenagem a Vénus (Presença, Lisboa, 1997); A Lua de Bruxelas, (Campo das Letras, Porto, 2000); Vidas apócrifas (D. Quixote, Lisboa, 2005).

 

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