"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Notícias

SINOS DO SÉCULO XVIII EM FAMALICÃO

Os serviços de arqueologia da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão descobriram restos arqueológicos que evidenciavam a presença de uma actividade artesanal relacionada com a fundição de um sino de bronze, nomeadamente um fosso de fundição, datado da segunda metade do século XVIII, no local onde está a ser construído o novo Centro Social e Paroquial de Requião, junto à igreja de S. Silvestre.

Os serviços de arqueologia da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão descobriram restos arqueológicos que evidenciavam a presença de uma actividade artesanal relacionada com a fundição de um sino de bronze, nomeadamente um fosso de fundição, datado da segunda metade do século XVIII, no local onde está a ser construído o novo Centro Social e Paroquial de Requião, junto à igreja de S. Silvestre.

O achado arqueológico foi descoberto depois dos serviços municipais terem sido chamados ao local, onde numa primeira fase surgiu um conjunto de muros, que suscitaram a hipótese da existência de um primitivo mosteiro, anexo à igreja. “A forma como se direccionaram os trabalhos levou também à descoberta inesperada de um fosso de fundição de sinos”, conforme explica Felisbela Leite, responsável pelos serviços de arqueologia da autarquia.

De acordo com a responsável, “um fosso de fundição de sinos corresponde a uma técnica tradicional de fazer sinos, em que é realizada uma abertura no solo, estruturada interiormente, na qual era colocado um molde, que depois de preenchido por bronze, fundido a altas temperaturas, dava origem a um sino”.

Apesar da deterioração do local, os arqueólogos do município conseguiram retirar diversas informações. “Numa primeira análise, presume-se que a estrutura encontrada possa ser datada do século XVIII-XIX, coincidindo com as reformulações executadas na Igreja de S. Silvestre”, refere Felisbela Leite.

Refira-se que a existência de um fosso de fundição em Requião representa um aspecto pouco frequente, no qual a feitura do sino acontecia fora da oficina. O fundidor tentava assim reduzir o risco de fractura do sino, implicado no transporte do mesmo, desde a oficina até ao local da encomenda. A crise, que por vezes afectava o sector, poderia ser também um dos motivos que obrigavam o fundidor à itinerância, oferecendo os seus préstimos “porta-a-porta”.

Segundo os responsáveis, o desenrolar dos estudos poderão avançar com dados mais concretos, nomeadamente a data precisa da fundição; o tipo de combustível usado no processo; a percentagem de metais usada na constituição da liga de bronze; a dimensão; o peso; o tom sonoro emitido pelo sino e a existência, ou não, de uma relação do sino aí fundido com os demais ainda hoje existentes na torre sineira da Igreja.

Para Felisbela Leite “a descoberta revela-se do ponto de vista histórico e científico, de extrema importância para a freguesia e concelho, por constituir uma fonte valiosa e rica de conhecimento e por serem raras as estruturas deste tipo identificadas e estudadas”.

Entretanto, depois de retiradas todas as informações do local, será executado um molde do achado arqueológico, que poderá ser utilizado em exposições de arqueologia. No local, o achado será tapado, tendo em conta que é muito difícil proceder à sua conservação, como explicou Felisbela Leite.

 

Agenda
Ver mais eventos
Visitas
101,461,863