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FEVEREIRO NO THEATRO CIRCO

A música portuguesa, pelas vozes de Ana Moura, As 3 Marias, João Coração e Samuel Úria, assume destaque na programação do Theatro Circo para Fevereiro, mês que fica igualmente marcado pela apresentação do espectáculo “nieuZwart” de Wim Vandekeybus.

A música portuguesa, pelas vozes de Ana Moura, As 3 Marias, João Coração e Samuel Úria, assume destaque na programação do Theatro Circo para Fevereiro, mês que fica igualmente marcado pela apresentação do espectáculo “nieuZwart” de Wim Vandekeybus.

Em digressão de estreia de “niewZwart” em Portugal, o coreógrafo, actor e fotógrafo belga Wim Vandekeybus passa a 28 de Fevereiro (21h30) pelo Theatro Circo, com um elenco completamente renovado, que, em palco, interpreta «novas formas de fisicalidade, inspiradas nas ideias de mudança e evolução que se processam através da destruição e da recusa».

Com música de Mauro Pawlowski – da banda “Deus” –, Vandekeybus, na mais recente produção, que estreou em Barcelona em 2009, explora a temática do «corpo no seu momento, a eternidade da alma e a perigosidade das paixões humanas, ou seja, a relação do movimento inerente ao corpo – físico ou emotivo – e as “moralizações” que o tentam deter.

Fundador da companhia “Última Vez”, estrutura através da qual desenvolveu um vocabulário de dança autónomo, violento, enérgico, poderoso e sensual, o coreógrafo, que se estreou em 1987 com a performance “What the Body Does not Remember”, assumiu desde então a produção de mais de 25 criações que alcançaram o reconhecimento como de autênticas obras-primas da dança contemporânea.

Com “Leva-me aos Fados”, a fadista Ana Moura assinala no dia 5 (21h30) a sua estreia no palco principal do Theatro Circo.

Sucessor do multi-galardoado “Para Além da Saudade”, “Leva-me aos Fados” revela um conjunto de temas que anuncia uma leveza de espírito e uma contextualização do género musical mais português fora dos clichés lúgubres.

Após a consagração obtida com o trabalho anterior, Ana Moura regressa, mostrando na alma mais raça que melancolia e cantando mais um lamento revoltado do que uma aceitação contemplativa dos males da vida.

Elevada ao estatuto de estrela – por feitos como o dueto com Mick Jagger, em pleno concerto dos “Rolling Stones” no Estádio de Alvalade, o “disco de platina” que o álbum “Para Além da Saudade” venceu por vendas superiores a 20 mil unidades, a aclamada digressão mundial do ano passado ou o Prémio Amália para Melhor Intérprete – a, Ana Moura aproveitou o seu quarto trabalho de estúdio para dar voz ao tema “Fado das Águas”, de Alfredo Marceneiro, e para se fazer acompanhar pelos “Gaiteiros de Lisboa” na interpretação de “Não É Um Fado Normal”.

A par da actuação do “Grupo Canto D’Aqui”, a 7 de Fevereiro (16h00), a produção cultural local faz-se representar ainda este mês com “A Mascarada”, espectáculo que, a 11 e 12 (21h30), assinala o regresso dos alunos do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian ao palco principal.

Musical desenvolvido a partir da ópera “L’Ivrogne Corrige”, de Christoph Gluck, “A Mascarada” conta a história de Mathurin, discípulo terreno de Baco que olha a realidade com o olhar turvo pelo vinho. Mathurine, sua esposa, vive cansada, lamentando-se de tal sorte. Colette, a jovem sobrinha de ambos, sonha apaixonada por Cléon, mas o tio Mathurin insiste em casá-la com Lucas, o seu companheiro de taberna. Cléon decide montar uma mascarada para assustar Mathurin, fazendo-o acreditar que morreu e chegou ao Inferno. Mathurin sobrevive ao susto e converte-se.

“Quase a Primeira Vez” é o álbum de estreia de “As Três Marias”, grupo portuense que, a 13 (21h30), traz a Braga aquele que também é já conhecido como «o novo tango da Invicta».

Cúmplices de outros universos musicais (Frei Fado D’El Rei, Musa ao Espelho e Mu), Cristina Bacelar (guitarra e voz), Fátima Santos (acordeão), Sara Barbosa (contrabaixo) e Zagalo (percussão) exprimem-se agora num espaço comum de criatividade, que reflecte influências de recursos clássicos de tango misturados com flamenco, bolero, bossa, jazz, tango-canção e outros imaginários musicais.

Desta fusão de ritmos e de tendências surgem temas como “Tango do Vilão Rufia”, “Nevoeiro no Porto”, “La Poderosa”, “O Tempo em Que Estavas Aqui” ou uma versão de “La Llorona”, que, cantados em português e em espanhol, revelam a igual importância que, neste género musical, é atribuída tanto à letra quanto ao instrumental.

Em Fevereiro, a música portuguesa prossegue a 20 (22h00) com as vozes de João Coração e Samuel Úria, num espectáculo apresentado pela “Flor Caveira”.

De viola ou bandolim em punho e queixo erguido, João Coração surge em palco com o mais fiel perfil de um genuíno cavalheiro. A música vai de encontro ao que da imagem se espera e, trovador, voluntário e impetuoso, João Coração entrega-se a “Muda que Muda” e à interpretação de uma mão cheia de canções cheias de sol e estrada, que, segundo o próprio, «vieram para lavar a alma dos portugueses».

Após “N.º 1 Sessão de Cezimbra”, o cantor de voz plácida, rica e melodiosa, que se faz rodear dos mais variados instrumentos, vai oscilando entre a festividade e a melancolia esperançosa, isto enquanto se declara ao público em temas como “Passo a Passo”, “Sofia”, “O Avesso do Começo” ou “Abre a Janela”.

Para partilhar o palco com o «legítimo herdeiro dos grandes trovadores portugueses», Samuel Úria chega nessa mesma noite à sala principal com o álbum “Nem lhe Tocava” na bagagem.

Com um percurso musical que vai desde o “punk-rock vintage” dos “Velhos Glorias” até às filarmonias de “Os Nivitas”, Samuel Úria – co-fundador da editora FlorCaveira – apresenta um conjunto de temas que se distinguem pelo humor castiço, pela loquaz despreocupação e que o autor define como «blues campesinos ou o grande espaço dos pequenos sítios».

Ingressos disponíveis em www.theatrocirco.bilheteiraonline.pt, www.theatrocirco.com e na bilheteira do Theatro Circo.

 

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