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JANEIRO NO THEATRO CIRCO
“Mississipi Gospel Choir” é o grupo de vozes afro-americanas que, a 7 de Janeiro (21h30), abre a programação do Theatro Circo para 2010.
“Mississipi Gospel Choir” é o grupo de vozes afro-americanas que, a 7 de Janeiro (21h30), abre a programação do Theatro Circo para 2010. Com direcção de Ira Everett Jr. e participação especial dos “Woods Brothers”, Johnny Saunders e Francine Murphy, estes últimos nomeados em 2008 para os “Grammyes”, o “Mississipi Gospel Choir” traz a Braga canções como “God Is Moving”, “I Am the Lord”, “Thank You” ou “Oh, Happy Day”, que, ao longo de décadas, se transformaram em hinos do gospel e levaram mensagens de paz e solidariedade a todo o mundo.
Nascido no seio da «Afro-American Cultural Society» da Universidade de Southern Mississipi, associação criada em 1968 para participar de forma activa na luta pelos direitos civis então em curso nos Estados Unidos, o coro manteve como propósito a divulgação do gospel, base de quase toda a música negra americana, e da espiritualidade que a caracteriza.
Neste contexto, para além das presenças frequentes nos palcos e nas televisões norte-americanas, o “Mississipi Gospel Choir” já se apresentou em digressões pela Inglaterra, Polónia, Canadá, Bermudas, Bahamas ou Jamaica, entre muitos outros países.
Do género gospel para a música clássica, a 9 de Janeiro (21h30), o pianista Jorge Moyano sobe ao palco principal para um recital com obras dos compositores Chopin e Schumann.
Assim, na primeira parte do concerto, o músico que iniciou a sua formação aos quatro anos na Fundação Musical dos Amigos das Crianças interpreta as composições Nocturno op.32 n.º 2 e Balada op. 47, Nocturno op.9 n.º 1 e Scherzo op. 31 e Andante Spianat Grande Polonaise Brilhante op. 22 de Chopin.
As obras Papillons op. 2 e Carnaval op. 9 de Schumann – constituída por 21 pequenas peças – preenchem a segunda parte do programa.
Como concertista, além da docência que exerce na Escola Superior de Música de Lisboa, Jorge Moyano participa regularmente nas temporadas da Fundação Calouste Gulbenkian, do Centro Cultural de Belém e em diversos festivais, ao mesmo tempo que integra frequentemente o júri de competições nacionais e internacionais.
As suas apresentações estendem-se ainda ao estrangeiro, designadamente a países como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Jugoslávia, Canadá e Tunísia.
Após o êxito estrondoso de “Dreams in Colour”, David Fonseca regressa à sala que esgotou em 2008 para apresentar o seu quarto álbum a solo “Between Waves” (23, 21h30).
Em digressão pelos palcos nacionais com concertos ao vivo, que se caracterizam pela energia e intensidade, David Fonseca, que se afirmou como um dos mais bem sucedidos e carismáticos músicos portugueses até à data, traz ainda a Braga algumas das canções que contribuíram para o êxito dos trabalhos anteriores.
«Este é um trabalho muito pessoal e intimamente ligado ao meu mundo emocional, uma viagem sempre enigmática», explica o cantor que, ao vivo, reflecte a sua extrema preocupação com o conceito plástico do espectáculo e a necessidade de, noite após noite, surpreender a audiência, seja através da música ou do carisma que evidencia na interacção com o público.
A representar as artes dramáticas, para além das reposições das peças “Concerto a la Carte” (13 a 16, 21h30; 17, 16h00) e “Auto da Barca do Inferno” (19, 15h00; 20 e 21, 11h00 e 15h00) pela Companhia de Teatro de Braga, o Theatro Circo acolhe ainda, a 29 e 30 de Janeiro, (21h30) a encenação da obra “Cratera, as Crianças com Segredos” pelo Teatro Bruto.
Da autoria do escritor e poeta valter hugo mãe, o espectáculo “Cratera, as Crianças com Segredos” insere-se no programa de reflexão “Monstro Bruto” consubstanciado por uma série de trabalhos sobre o eterno conflito interior sobre o bem e o mal.
«A convite do Teatro Bruto, valter hugo mãe escreveu um texto dramático original que teve como ponto de partida e inspiração os motes lançados pela companhia para o seu ciclo de reflexão, assim como toda uma tradição que vai até ao século XVIII, que associa o nascimento dos monstros à corrupção matriarcal, existindo uma relação muito directa entre os nascimentos monstruosos ou anómalos, ligados à perversidade dos desejos femininos», enquadra a encenadora Ana Luena.
Destinado a um público com idade superior a 16 anos, o trabalho que conta com as interpretações dos actores Carlos António, Pedro Mendonça e Sílvia Silva apresenta a mulher, como belo sexo, que suporta também a condenação de o ser, suscitando os mais extremos desejos do homem, por vezes ao limite das coisas, ao limite da morte.
Propondo uma forma mais difícil de perspectivar a mulher, “Cratera, as Crianças com Segredos” sugere que ela seja vista através de um homem, actor que não se disfarçando, é Beatriz, irmã de um estranho Miguel que, na ausência dos pais, toma as rédeas da família que resta.
Esta mulher, que o autor obriga a ver através do corpo de um homem e, por isso, custa despir, é uma manifestação simples do desespero de se ser aprisionado por um desejo desequilibrado.