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A CENA LUSÓFONA EM BRAGA

Conversa sobre o intercâmbio cultural no Café A Brasileira, dia 9 de Novembro. Por se tratar da primeira sessão realizada em Braga, o tema é o próprio projecto de intercâmbio que a Cena Lusófona tem vindo a desenvolver nos últimos treze anos. Nesse sentido, serão apresentadas ao público algumas das principais iniciativas já realizadas ou actualmente em curso, abrindo-se depois um período de debate com a assistência.

Conversa sobre o intercâmbio cultural no Café A Brasileira

A Cena Lusófona organiza na próxima segunda-feira, dia 9 de Novembro, em Braga, no Café A Brasileira, uma conversa sobre o intercâmbio cultural entre os países de língua portuguesa. A sessão tem o apoio da Companhia de Teatro de Braga e contará com as presenças dos encenadores Rui Madeira e António Augusto Barros (membros da direcção da associação), e de Rogério Boane, actor moçambicano da CTB que frequentou um estágio internacional de actores organizado pela Cena Lusófona. Será ainda exibido o documentário “Narradores orais da ilha do Príncipe”, de Ivo Ferreira, editado pela associação.

Esta conversa insere-se no ciclo de conversas informais “A Cena no Café”, iniciado há alguns anos na cidade de Coimbra e que agora se alarga a outras cidades portuguesas, nomeadamente àquelas onde estão sediadas as estruturas de criação teatral, como a CTB, que mais intimamente têm estado ligadas ao desenvolvimento do projecto.

Abertas ao público em geral, estas sessões têm permitido o contacto informal com artistas e objectos culturais de todo o espaço lusófono, através da apresentação de livros, da projecção de filmes, do desempenho de pequenas performances e espectáculos ou da abordagem de projectos aos quais a Cena está ligada. Desta vez, e por se tratar da primeira sessão realizada em Braga, o tema é o próprio projecto de intercâmbio que a Cena Lusófona tem vindo a desenvolver nos últimos treze anos. Nesse sentido, serão apresentadas ao público algumas das principais iniciativas já realizadas ou actualmente em curso, abrindo-se depois um período de debate com a assistência.

 

Um programa multi-facetado

O projecto Cena Lusófona nasceu em 1995, com o objectivo de dinamizar a comunicação teatral entre os países de língua oficial portuguesa.

A partir da ideia inicial de realizar um festival ou algo que tivesse idênticas características, configurou-se um programa mais vasto de cooperação teatral, com um alcance maior e mais complexo do que o simples intercâmbio de espectáculos.  Hoje, o programa Cena Lusófona articula-se num conjunto diversificado de projectos: formação, co-produções, circulação de espectáculos, infra-estruturas teatrais, investigação, dramaturgias, debates e conferências, exposições, edições, programas inter-disciplinares, programas institucionais e de cooperação.

Enquanto estrutura organizada e com autonomia, a Cena Lusófona surgiu em meados de 1996. Cerca de duas dezenas de pessoas – encenadores, actores, cenógrafos, técnicos, antropólogos e arquitectos de cena – criaram, então, uma organização dedicada ao intercâmbio teatral na comunidade lusófona. A nova estrutura herdava o nome e a pequena história da experiência bem sucedida, ensaiada em 1995, ainda no âmbito governativo, que acabou por se tornar uma referência para o futuro. A sua sede é na cidade portuguesa de Coimbra.

Entre as iniciativas realizadas destacam-se as co-produções de espectáculos em que se envolvem entidades de dois ou mais países; a realização de um festival de teatro, denominado Estação, rotativo nos países de língua portuguesa, que já teve lugar em Moçambique (Maputo, 1995), Brasil (Rio de Janeiro, Recife e São Paulo, 1996), Cabo Verde (Mindelo, 1997), Portugal (Coimbra, Braga e Évora, 1999), São Tomé e Príncipe (2002) e Portugal (2003); a inventariação dos espaços cénicos nos países africanos, com o objectivo de criar uma rede para a circulação de espectáculos, desenvolvendo, ao mesmo tempo, contactos com vista à sua recuperação; o fomento de experiências de intercâmbio, nomeadamente de carácter formativo, rompendo o isolamento e proporcionando àqueles que dedicam a sua vida ao teatro o contacto com outros grupos, formadores e escolas qualificadas; a constituição de um Centro de Documentação e Informação, em actividade em Coimbra, que reúne e divulga informação sobre o teatro nos países lusófonos.

A actividade editorial é igualmente vasta e diversificada, contemplando a publicação de uma revista especializada – Setepalcos – que tem sido até aqui uma montra do que se faz na cooperação teatral entre todos os países da CPLP; a colecção Cena Lusófona, uma colecção de textos de teatro de autores lusófonos que conta já com obras do autor angolano José Mena Abrantes, do moçambicano Leite de Vasconcelos, do santomense Fernando de Macedo, do cabo-verdiano António Aurélio Gonçalves, do português Abel Neves, do brasileiro Naum Alves de Souza e ainda um volume, escrito a duas mãos, pela portuguesa Natália Luíza e pelo moçambicano Mia Couto. No capítulo editorial, há a registar ainda o lançamento do álbum fotográfico “Floripes Negra”, de Augusto Baptista, dedicado a uma das mais extraordinárias manifestações teatrais de rua africanas, o Auto de Floripes, que anualmente se realiza na Ilha do Príncipe. Ainda neste âmbito, a Cena Lusófona lançou em 2002 o jornal cenaberta, com uma versão em papel e uma versão on-line. Em preparação, encontra-se a edição de um conjunto de documentários sobre a tradição dos narradores orais nos países africanos, dos quais o primeiro será “Narradores Orais da Ilha do Príncipe”, realizado por Ivo Ferreira.

Cena Lusófona
2 de Novembro de 2009.

 

 

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