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CAMB INAUGURA DUAS NOVAS EXPOSIÇÕES

O Centro de Arte Manuel de Brito inaugura duas novas exposições individuais de dois artistas com expressivo significado na Arte portuguesa do Século XX, uma dedicada à obra de Eduardo Batarda e outra à obra de Lourdes Castro, no dia 25 de Setembro, sexta-feira, às 18H30.

 
CAMB inaugura exposições de Eduardo Batarda e de Lourdes Castro

O CAMB – Centro de Arte Manuel de Brito inaugura duas novas exposições individuais de dois artistas com expressivo significado na Arte portuguesa do Século XX, uma dedicada à obra de Eduardo Batarda e outra à obra de Lourdes Castro, no dia 25 de Setembro, sexta-feira, às 18H30.

Na exposição de Eduardo Batarda (1943), são apresentadas obras desde a década de 60 até à actualidade, com apresentação de duas obras inéditas que o artista desenvolveu propositadamente para esta exposição Polen e Polen,2 e que constituem as mais recentes aquisições da Colecção Manuel de Brito.

Os anos 70, período com acentuada representação nesta mostra, são anos em que com mestria o artista se dedica à aguarela e em que as suas obras são marcadas por uma figuração pop, com recorrência ao registo estilo BD, entre outros, em que o humor acicata com acutilância uma linguagem pictórica sexualizada, de crítica artística, social e política.

Nos anos 80, a paleta cromática foca-se nos negros, que se sobrepõem em camadas, deixando apenas vestígios de cores, que dão suporte à definição de linhas e traçados repetidamente sobrepostos, constituindo uma complexa malha visual, de que é exemplo: “ Morse Segundo Braille”1987.

Nos anos 90 a cor tende a voltar a emergir e a partir de 2000, os tons escuros, pretos e cinzentos, contemplam e integram, tons mais luminosos e mais delicados. Esta é uma fase de maturidade e depuração da obra do artista.

Polen
2009, acrílico sobre tela, 200 x 160 cm

Eduardo Batarda


Na exposição de Lourdes Castro (1930), são exibidas obras da década de 50 à década de 70.
Lourdes de Castro foi uma das artistas que integrou o movimento artístico KWY, que surge em Paris na década de 60, altura em que aí estuda com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.

Depois do registo abstraccionista que marca as exposições colectivas do grupo KWY, e com base nos princípios do Novo Realismo, a artista abandona os suportes tradicionais da pintura, e apresenta-nos várias assemblages de bens de consumo e de uso quotidiano, como em “Carro e Caricas”, 1963.

A Sombra, desperta, entretanto, o interesse da artista como mote de exploração, da relação memorial da representação da presença do objecto, com a luz, relação que a artista problematizará em diferentes processos experimentais e que condensará em toda a sua obra futura.

Desenvolverá experiências a este nível com a serigrafia e posteriormente com a fixação da sombra projectada em tela.

A partir de 1964, começa a trabalhar com o pexiglas, o que lhe permite trabalhar a sombra na transparência. A sobreposição deste material permitiu a criação de sombras a partir de sombras, como em “Sombra projectada de Chista Maar”, 1968.

Na década de 70 as silhuetas ganham estatuto real como figuras de animação ao encenar o seu teatro de sombras.

Vão ganhando também outras dimensões e propagam-se para suportes como o lençol onde aparecem bordadas e marcam o contorno do vazio e da ausência.

Autochocolate
1965, pintura sobre plexiglas, 50 x 70 cm

Lourdes Castro

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