Dia 18 de Junho na Almedina

POETA DO "CORAÇÃO ILUMINADO"
CONVERSA COM LEITORES EM COIMBRA

Dizem que é Fernando Pessoa, mas ao contrário. Poeta tardio, poeta do "coração iluminado", nas palavras do ensaísta Eduardo Lourenço. António Osório vai estar em Coimbra para conduzir os leitores, na primeira pessoa, pelos bastidores de uma obra poética multipremiada

Canta o Homem, o animal, a vida e a morte. Dizem que é um Fernando Pessoa ao contrário. O ensaísta Eduardo Lourenço prefere chamá-lo o poeta do "coração iluminado". António Osório vai estar em Coimbra para dar a conhecer, na primeira pessoa, um percurso literário ímpar na escrita em português. A sessão terá lugar no dia 18 de Junho às 18 horas na livraria Almedina Estádio. A entrada é livre.

Descrito como o reverso de Fernando Pessoa e do seu universo fragmentado, António Osório mergulhou tarde no mundo da poesia. A primeira obra, "A Raiz Afectuosa", foi publicada em 1972, quando completava 39 anos.

Bastonário da Ordem dos Advogados entre 1984 e 1987, António Osório fundou, com Pedro Tamen e Cristovam Pavia, a revista Anteu e foi colaborador de publicações como O Tempo e o Modo, Seata Nova, Vértice e Colóquio de Letras.

"A poesia de António Osório é um lugar de reflexão sobre o humano e de experiência viva com a linguagem, na sua relação com o real, o mundo dos afectos, as outras linguagens da arte, o trascendente, os grandes temas do Homem - a vida, a morte, o amor", explica a especialista em literatura Isabel Delgado, que dia 2 de Junho esteve na Almedina para conduzir os leitores numa primeira viagem pela obra do poeta.

Com livros publicados no Brasil, Espanha, França, Itália e Bélgica, António Osório tem representado Portugal em recitais de poesia e eventos literários por todo o mundo: de Londres a Buenos Aires, passando por Paris, Barcelona, Madrid, Roma, Salzburgo, Viena e Rio de Janeiro, o poeta esteve ainda presente na Europália 21, na Feira do Livro de Frankfurt e no Congresso Portugal-Brasil do ano 2000. A sua escrita tem sido ilustrada por alguns nomes maiores da pintura portuguesa como Mário Botas, Cargaleiro, Cabrita Reis, Graça Morais, Júlio Resende e Júlio Pomar.

Das obras publicadas constam, para além de "A Raiz Afectuosa", as premiadas pelo Município de Lisboa "Décima Aurora" (1982) e "Adão, Eva e o Mais" (1984), a galardoada com o Prémio PEN Clube Português "Planetário e Zoo dos Homens" (1990), "O Lugar do Amor e Décima Aurora, Obra Poética II (2001), "O Amor de Camilo Pessanha" (2005) e, mais recentemente, "Casa das Sementes" (2006) e Vozes Íntimas (2008). O poeta foi ainda galardoado com o Tributo de Consagração 2008, pela Fundação Inês de Castro.

São vários os autores de renome que já escreveram sobre a sua obra, como João Gaspar Simões, David Mourão-Ferreira, Eduardo Lourenço, Eugénio Lisboa, Fernando Guimarães, Fernando J. B. Martinho, Joaquim Manuel Magalhães, Fernando Pinto do Amaral, Robert Bréchon, Pedro Mexia e José Manuel de Vasconcelos.

O ciclo Comunidade de Leitores é organizado pela livraria Almedina, pela professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Ana Paula Arnaut, pelo Centro de Literatura Portuguesa e pela Ideias Concertadas.