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PRÉMIO NACIONAL DO ENSAIO LITERÁRIO
O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Armindo Costa, anunciou a criação do Prémio Nacional de Ensaio Literário Eduardo Prado Coelho, cuja primeira edição vai decorrer já em 2010.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Armindo Costa, anunciou a criação do Prémio Nacional de Ensaio Literário Eduardo Prado Coelho, cuja primeira edição vai decorrer já em 2010. Um ano depois da abertura ao público de uma biblioteca com o espólio bibliográfico que Eduardo Prado Coelho doou ao Município de Famalicão, o presidente da autarquia escolheu a abertura de um colóquio sobre a figura daquele professor universitário, ensaísta e escritor, na última sexta-feira, para anunciar o lançamento de um galardão literário, que terá o apoio logístico da Associação Portuguesa de Escritores.
“Com este prémio, a Câmara de Famalicão está a dar um valioso contributo para o incentivo dos estudos literários em Portugal”, considerou Armindo Costa, revelando que o regulamento do Prémio Nacional do Ensaio Literário, no valor pecuniário de 7.500 euros, aguarda aprovação municipal, “estando criadas as condições para que a entrega do primeiro galardão aconteça em Março de 2010”.
Os 12.500 títulos que preenchem a recente Biblioteca Eduardo Prado Coelho, instalada no edifício central da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, abarcam múltiplas matérias e variados saberes. “São 10.700 livros e 1.800 revistas que traçam o perfil académico, cultural e humano de Eduardo Prado Coelho”, sintetizou Armindo Costa.
Falando na presença dos familiares mais directos do escritor (a viúva, Maria Manuel Viana, e a filha, Alexandra Prado Coelho, estavam na primeira fila do auditório Sousa Fernandes, na Biblioteca Municipal), Armindo Costa lembrou que Prado Coelho foi “um homem que reflectiu e escreveu sobre tudo: de temas mais complexos como a Filosofia e a Linguística, até aos temas mais simples do quotidiano de cada um de nós”. E Armindo Costa acrescentou: “Soube, como poucos, valorizar o seu papel como intelectual, descendo da cátedra, onde foi brilhante, para melhor compreender e interpretar a condição do homem comum. Prado Coelho interessou-se pelas coisas simples, mas sempre com a densidade intelectual dos sábios.”
Há um ano, com a inauguração da Biblioteca Eduardo Prado Coelho, o Município de Famalicão deu o primeiro passo para a criação de um centro de estudos na área das ciências sociais, em particular da literatura e do ensaio. O Prémio Nacional de Ensaio Literário resulta, deste modo, de um plano de acção cultural da Câmara de Famalicão em torno de Eduardo Prado Coelho.
Sublinhando a importância de Prado Coelho, Armindo Costa lembrou que, em Famalicão, a sua biblioteca pessoal juntou-se às bibliotecas de Camilo Castelo Branco, de Nuno Simões, ministro na 1ª República, e de Alexandre Cabral, um grande camilianista… “E juntou-se também aos acervos de Bernardino Machado, Presidente da República na primeira metade do século XX, e de nomes grandes do surrealismo português como Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas, entre outros”, afirmou Armindo Costa, enaltecendo, assim, a riqueza famalicense do ponto de vista dos valores culturais.
Famalicão é um cruzamento de estradas, “mas também um cruzamento de vidas e de culturas”, observou o presidente da Câmara, sublinhando que “a vinda de Camilo Castelo Branco para Famalicão no século XIX transformou para sempre a vida do concelho”. “Hoje, com a Casa-Museu de Camilo e o Centro de Estudos Camilianos, Famalicão é uma das capitais da literatura e da língua portuguesa. É aqui que temos incentivado e promovido o Conto como género literário, descobrindo novos autores e consagrando outros, com o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco”, declarou Armindo Costa na abertura do Colóquio “Recordar Eduardo Prado Coelho”, perante uma plateia repleta de estudantes do ensino secundário.
O colóquio assinalou mais um aniversário do nascimento de Prado Coelho (nasceu a 29 de Março de 1944 e faleceu em 2007), tendo registado as presenças, entre outros, dos investigadores Maria Emília Pereira, da Universidade do Minho, Eunice Cabral, da Universidade de Évora, José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores, Nuno Júdice, poeta e catedrático da Universidade Nova de Lisboa, e Fernando Pinto do Amaral, catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, poeta e crítico literário. Entretanto, A Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco acolhe uma exposição bio-bibliográfica sobre Eduardo Prado Coelho, que está patente até 9 de Abril.