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"E AGORA EU SOU GALILEU"

Iniciativa que, a partir de 27 de Fevereiro, pretende recriar por todo o país as observações do cientista que descobriu as fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as crateras da Lua e as manchas solares.

Ano Internacional da Astronomia

O astrónomo mais famoso de todos os tempos nasceu há 445 anos. Agora o AIA 2009 quer fazê-lo voltar à vida... em si.

Ser um astro da Ciência pode até nunca ter estado nos seus planos, mas o Ano Internacional da Astronomia promete agitar-lhe as ideias. Para celebrar os 400 anos da primeira vez que Galileu Galilei apontou um telescópio ao céu e os 445 anos do seu nascimento, a Comissão Nacional do Ano Internacional da Astronomia (AIA2009) desafia os portugueses a vestirem a pele do mais célebre astrónomo de sempre.

"E agora eu sou Galileu" é o nome da iniciativa que, a partir de 27 de Fevereiro, pretende recriar por todo o país as observações do cientista que descobriu as fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as crateras da Lua e as manchas solares.

Tornar-se Galileu Galilei ao longo do ano é fácil: a partir de 27 de Fevereiro, em cada um dos centros de observação seleccionados no âmbito do projecto "E agora eu sou Galileu", as pessoas poderão encarnar o astrónomo e descobrirem no céu, com os seus próprios olhos, os mistérios que ele desvendou.

"A iniciativa tem como objectivo levar a todos a reprodução daquilo que foram as observações de Galileu e mostrar o impacto que elas tiveram para a Ciência e para a Astronomia", explica o coordenador do projecto e especialista do Observatório Astronómico de Lisboa, José Afonso.

Séculos depois da sua morte, Galileu regressou recentemente e em força às páginas da imprensa internacional. A polémica estalou quando foi pedida a exumação do corpo do cientista, que cegou dois anos antes da sua morte. Em cima da mesa está a hipótese de que possíveis problemas de visão do astrónomo tenham afectado as suas últimas observações.

Mas eventuais erros não descartam a contribuição de Galileu para a Ciência, lembra o presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia, Miguel Avillez. Sobretudo porque demonstrou que no Sistema Solar, os astros giram à volta do Sol e não da Terra, como até então se acreditava. "As observações mais importantes são as da Lua - porque verificou que a superfície da Lua não era perfeita, mas estava pontuada de montanhas e vales -, as fases de Vénus - onde se prova que Vénus tem de girar em torno do Sol -, e as luas de Júpiter - que mostra que havia mais planetas com satélites além da Terra. São observações que vieram confirmar ideias que alteraram a visão do mundo que era imposta pela Igreja Católica", sublinha Miguel Avillez.

A partir de 27 de Fevereiro, para fazer reviver Galileu, o AIA2009 disponibilizará aos participantes nos vários pontos de observação espalhados pelo país um dossiê com mais detalhes sobre a vida e obra do astrónomo e várias sugestões de actividades.

Entre outros locais, as observações, que se prolongarão pelo resto do ano, vão decorrer no Observatório Astronómico de Lisboa, no Núcleo Interactivo de Astronomia (São Pedro do Estoril), no Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, no Centro Ciência Viva de Bragança, na Universidade da Madeira, na Orion - Sociedade Científica de Astronomia do Minho. A Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores e a alta universitária de Coimbra serão outros dos palcos da iniciativa.

Em Fevereiro, as atenções concentram-se na observação das fases do planeta Vénus e em Abril é a vez da Lua estar em destaque. No final do mês de Maio e durante o mês de Junho, Saturno e os seus anéis serão o alvo de todos os telescópios. Em Julho, Outubro e Novembro, os olhares mais atentos não perderão o Sol de vista. Em Setembro e Outubro, chega o momento dos telescópios procurarem Júpiter e os seus satélites. No final de Novembro, voltam a recentrar-se na superfície lunar.

Mais informações:
http://www.museudaciencia.pt/
http://www.astronomia2009.org/

 

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