Parceria entre a Quinta das Lágrimas e o novo centro de interpretação do mosteiro vai permitir integrar os visitantes numa rota histórica singular.

Sete séculos depois de a Rainha Santa Isabel ter mandado construir um aqueduto entre a Quinta das Lágrimas e Santa Clara-a-Velha, o complexo hoteleiro e o novo centro de interpretação do mosteiro estão a desenvolver uma parceria única na cidade de Coimbra. O objectivo é criar, já a partir de 17 de Dezembro (quarta-feira), uma rota história singular que envolva os dois espaços.

No âmbito da colaboração entre as duas entidades, o Hotel Quinta das Lágrimas Relais&Châteaux ofereceu ao centro um equipamento de guias áudio (para já disponível em português em inglês, mas brevemente também em espanhol e francês), que permitirá aos visitantes das ruínas do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha conhecerem as histórias e segredos por detrás de cada recanto daquele monumento histórico.

Mas a parceria tem uma face ainda mais ambiciosa. A Quinta das Lágrimas vai explorar o espaço de cafetaria no novo centro de interpretação, estando já a desenvolver, em conjunto com especialistas em História e Arqueologia, um projecto ousado para recriar produtos únicos da doçaria conventual local.

A cafetaria, implantada junto a um espelho de água e com vista privilegiada sobre as ruínas e o espaço premiado da Entrada Poente do Parque Verde do Mondego, vai abrir no dia 17 de Dezembro. A entrada é gratuita e, tal como o centro de interpretação, estará aberta, no período de Inverno, entre as 10h30 e as 17h. Encerra à segunda-feira.

O centro de interpretação será inaugurado no mesmo dia. A partir de então, os interessados poderão desfrutar de um percurso guiado pelas ruínas do mosteiro. Em Abril ficará também disponível a valência expositiva do centro de interpretação. A frequência da cafetaria é independente da visita.

O fluxo de visitantes entre a Quinta das Lágrimas e Santa Clara-a-Velha será também incrementado, procurando recriar uma ligação histórica que remonta ao século XIV, quando a Rainha Santa Isabel mandou erigir um aqueduto entre os dois espaços, fulcral para o abastecimento de água à comunidade monasterial.

A Quinta das Lágrimas, há sete séculos chamada Quinta do Pombal, propriedade do Mosteiro de Santa Cruz, volta assim simbolicamente a assumir o seu papel secular original, uma parceria que muito em breve conhecerá significativos avanços.

A ligação entre os dois locais emblemáticos já tinha sido retomada pontualmente no século XIX, quando partilharam um proprietário comum, Miguel Osório de Castro, antepassado dos actuais proprietários. O Convento foi vendido ao Estado Português em 1976.