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FALECEU O POETA RAMIRO FONTE
A 11 de Outubro de 2008 faleceu o poeta Ramiro Fonte, Director do Instituto Cervantes de Lisboa. Em sinal de luto pelo seu falecimento, toda a actividade cultural será cancelada durante três dias a partir de hoje, dia 13 de Outubro.
A 11 de Outubro de 2008 |
"A notícia do falecimento do poeta Ramiro Fonte, Director do Instituto Cervantes de Lisboa, deixou a instituição profundamente consternada e triste. Mais do que um companheiro, era um amigo. O seu apurado sentido de humor, a sua afabilidade no trato, e a sua simpatia faziam dele um ser querido por todos, bem como o amor pelos versos de Pessoa e pelas ruas de Lisboa que o tornaram no anfitrião perfeito para todos os que visitavam a capital portuguesa. É também uma perda para a literatura contemporânea na língua galega. A sua poesia, profundamente enraizada na memória e nas preocupações colectivas do presente, está carregada de emoção e de referências ligadas à geração que atingiu a maturidade na transição para a democracia. Hoje a poesia escreve-se com dor e pesar.”
Carmen Caffarel, Directora do Instituto
Cervantes, 11 de Outubro de 2008
Poeta, narrador e ensaísta, Ramiro Fonte nasceu em Pontedeume, na Corunha, em 1957. Estreou-se como poeta no grupo Cravo Fondo, nos finais dos anos 70 e, em 1983, publicou o seu primeiro livro, As cidades do nada, a que se seguiram Designium (1984), Pensar na tempestade (1986), Pasa un segredo (1988), Adeus Norte (1991), Luz do mediodía (1995), O cazador de libros (1997), Mínima Moralidade (1998) e Capitán Inverno (1999) , A rocha dos proscritos (2005). Poemas seus foram traduzidos em catalão, italiano, francês, inglês e russo; em español foram publicadas as versões de Pasa un segredo, Adiós Norte, Luz de mediodía e Capitán Invierno. Até à data foram ainda publicadas duas antologias da sua obra poética: Escolma poética (1991) e Ámbito dos pasos (1996) e os seus poemas figuram em numerosas antologias de poesia galega e peninsular.
Como narrador publicou Catro novelas sentimentais (1988), As regras do xogo (1990), Aves de paso (1990) e Os leopardos da lua (1993), e a triologia da sua romanceada biografia de criança “Vidas de infancia”: Os meus ollos (2003) e Os ollos da ponte (2004.) e As pontes no ceo.(2007)
Trabalhou na área do ensaio e da investigação literária e publicou um livro sobre a poesia do século XX, As bandeiras do corsário (1995). Escreveu artigos de crítica literária em diversas revistas e na imprensa diária.
Ramiro Fonte foi galardoado com os prémios Crítica de Galicia, Crítica Española, Losada Diéguez, Esquío, Miguel González Garcés e Irmandade do Libro.
Ramiro Fonte era Director do Instituto Cervantes de Lisboa desde Março de 2005.
Em sinal de luto pelo seu falecimento, toda a actividade cultural será cancelada durante três dias a partir de hoje, dia 13 de Outubro.