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CONVENTO DE CRISTO EM TOMAR

O diploma legal que impõe desde Dezembro diferentes tutelas para o Castelo de Tomar e o Convento de Cristo é contestado por vários investigadores e cidadãos, que colocaram um abaixo-assinado na Internet.

http://www.petitiononline.com/1cc1160/petition.html
 
 
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O diploma legal que impõe desde Dezembro diferentes tutelas para o Castelo de Tomar e o Convento de Cristo é contestado por vários investigadores e cidadãos, que colocaram um abaixo-assinado na Internet.

O abaixo-assinado - - foi lançado por Rui Ferreira, que, em declarações à Lusa, afirmou pretender "chamar a atenção das pessoas para um problema que existe por desconhecimento das características do monumento".

Rui Ferreira classifica a portaria do ministério da Cultura como "inaudita" enquanto que o historiador de arte Paulo Pereira, ex-vice-presidente do extinto Instituto Português do Património Arquitectónico, a considera "um absurdo".

"Essa divisão não faz nenhum sentido, é um absurdo", sublinhou o investigador.

Para o historiador, Castelo e Convento "cresceram juntos, estão intimamente ligados desde a fundação do Castelo à igreja e à casa da Ordem do Templo [Templários]".

Rui Ferreira salientou que, "para se entrar no Convento tem de se passar pela porta do Castelo, e os Paços do Infante, que foi administrador da Ordem de Cristo, que sucedeu aos Templários, são na zona da alcáçova".

"Esta portaria emana de pessoas que não conhecem o monumento", criticou Rui Ferreira.

Paulo Pereira, por seu turno, disse que o diploma "vai ao contrário das actuais políticas de gestão do património, que optam pela unidade como forma de agilizar a gestão".

O ex-presidente da Câmara de Tomar e actual membro da Comissão directiva do Plano Operacional do Centro, António Paiva, declarou que "só pode ser um erro" e que na altura [Dezembro último] alertou o presidente do IGESPAR, Elísio Summavielle.

"Não faz sentido, qualquer pessoa que visite vê isso, é um absurdo separar essa unidade", concluiu.

Fonte do gabinete do presidente do IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) disse à Lusa que "a portaria está ser corrigida e está a ser redigida uma nova que coloca toda área monumental sob tutela do Instituto".

Tanto o IGESPAR como o gabinete do ministro da Cultura não prevêem quando será publicada a nova portaria.

Entretanto, o abaixo-assinado, que já reuniu cerca de 15000 assinaturas, continua online "para alertar as consciências", assinalou Rui Ferreira.

Ferreira insistiu na "diversidade arquitectónica e histórica na sua íntegra continuidade, que sustenta o reconhecimento do Conjunto como Património da Humanidade: Castelo, Convento, Cerca, Ermida [de N.ª S.ª da Conceição] e Aqueduto de Pegões".

Observou ainda que a classificação pela UNESCO "diz respeito ao conjunto monumental com características únicas".

"O que propomos - esclareceu - é que o Convento seja novamente unificado com o Castelo, situação que foi criada no início do século XX com a criação provavelmente original de um serviço de monumento com um guarda, dotação para obras. E desde logo, a partir do resgate de parte do edifício a particulares, considerou-se como um monumento - Castelo e Convento -, porque são uma evolução construtiva, tem a ver com a evolução do Templo e mais tarde da Ordem de Cristo e a sua reforma [1789] e são uma única habitação da Ordem do Cristo até à sua extinção [1834]".

O autor da petição alertou também para "o estado em que está o Aqueduto de Pegões, que é uma parte integrante do Convento de Cristo, que está classificado desde 1910, mas apenas na sua parte mais nobre, na zona dos Pegões Altos".

"Todo o resto da paisagem, a zona das nascentes as áreas que são tecnologicamente interessantes para a história da hidráulica, estão completamente a saque, são objecto discricionário das pessoas que usam os terrenos, e é este um pouco o estado do património", alertou.

A Lusa tentou, sem resultado, contactar o presidente da Câmara Municipal de Tomar, Curvelo de Sousa, para o ouvir sobre esta matéria.

Segundo uma nota do IGESPAR, "o Convento e Castelo Templário, em Tomar, formam um conjunto monumental único no seu género".

O Castelo foi fundado em 1160 por Dom Gualdim Pais, Mestre provincial da Ordem do Templo em Portugal, e fundador da cidade.

Dentro das suas muralhas, a Oriente, foi construída a Charola e em continuidade o convento sucessivamente ampliado.

A Ordem do Templo foi extinta em 1312, mas em Portugal os seus bens foram passados à Ordem de Cristo, criada pelo Rei D. Dinis em 1319.

NL.

Lusa/Fim
http://aeiou.visao.pt/Pages/Lusa.aspx?News=200807258586878


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