As vozes femininas, nacionais e internacionais, pública e criticamente idolatradas ou em ascensão, destacam-se em Julho nos nomes de Rosa Passos (10, 22h00) e Rita Redshoes (26, 22h00), cantoras que o Theatro Circo integra num cartaz igualmente composto por nova edição do Festival Infantil – Infanta (16 e 17), pelo espectáculo de dança “Alice” (12 e 13, 21h30) e pelas peças teatrais do “Mimarte” (4, 21h30) e da Companhia de Teatro de Braga (15 a 18 e 22 a 25, 21h45).

“Romance” é o álbum e espectáculo de homenagem à diva Elis Regina, composto apenas por baladas, que a aplaudida Rosa Passos apresenta a 10 de Julho na sala principal do Theatro Circo.

Em ano de comemoração do quinquagésimo aniversário da bossa nova, a compositora e guitarrista regressa a Portugal para uma digressão de apenas sete datas durante as quais dá a conhecer as suas interpretações de algumas das mais emblemáticas baladas brasileiras, da autoria de compositores como Ivan Lins, Tom Jobim, Djavan, Chico Buarque ou Vinicius de Moraes.

Dos doze temas que compõem “Romance”, cinco deles foram imortalizados por Elis Regina, o que converte este projecto numa também inevitável e «sentida» homenagem a uma das cantoras preferidas de Rosa Passos.

«Escuto muitas cantoras de jazz americanas (…), mas Elis tem de facto um lugar especial no meu coração», fundamenta a artista, que se distingue pela voz límpida e fraseado destituído de vibrato e ornamento.

Em Braga, a cantora – que já foi referida por Gary Giddins no “New Yorker” como a detentora, «se não da mais bela, seguramente da mais notável e encantadora das vozes» –, leva a palco temas tão emotivos quanto imortais como “Eu Sei Que Vou Te Amar”, “Doce Presença”, “Neste Mesmo Lugar”, “Altos e Baixos” e “Por Causa de Você”, entre outras baladas representantes da mais pura bossa nova.

Em pleno processo de ascensão e já considerada uma das maiores revelações do contexto musical português da actualidade, Rita Redshoes passa por Braga a 26 (22h00) para apresentar recentíssimo trabalho de estreia – “Golden Era”.

Constituído por treze faixas, de que se destacam os primeiros “singles” “Dream On Girl” e “Hey Tom”, presenças assíduas nos alinhamentos das principais estações de rádio nacionais, “Golden Era” resulta das composições em piano, guitarra e sintetizadores da própria Rita Redshoes e da produção partilhada entre a jovem cantora e Nelson Carvalho.

Sem pretensões de se integrar num único estilo, o álbum de estreia da pianista que se revelou em várias colaborações com David Fonseca,  que culminaram com o dueto “Hold Still”, multiplica-se em sonoridades pop, alternativas e jazz, enquadradas num ambiente algo cinematográfico e assumidamente feminino.

Em período de férias escolares, o Theatro Circo volta a dedicar dois dias (16 e 17) aos mais pequenos, com nova edição do “Infanta – Festival Infantil”.

Pela “Trupilariante e Companhia”, a 16 (15h00), “O Livro de Magik” assinala a abertura do segundo “Infanta”. Num espectáculo que conjuga as artes circenses com o teatro, canto, dança e interactividade com o público, a “Trupilariante” coloca em palco dois distintos professores que entram em conflito por discordarem sobre a existência do livro de Magik, um antigo Tomo perdido que regista a história da magia ao longo dos tempos. A esta dupla junta-se o malévolo Magot, um antigo ser mágico primordial que se aproveita dos esforços dos dois professores para se apoderar do livro e, finalmente, libertar-se da prisão que os antigos alquimistas lhe impuseram para segurança da humanidade.

Ainda no âmbito do “Festival Infantil”, ao palco do Theatro Circo sobe a 17 (17h00) a enigmática “Caixa dos Segredos”. Interpretada pelo “Teatro da Garagem”, traz à cena cinco reis magos. Sim, para além dos tradicionais, Gaspar, Belchior e Baltazar, aparecem agora mais duas rainhas – Flávia e Ana. Com eles trazem uma caixa que, quando se abre, faz surgir mais cinco caixas, uma de cada rei. Nesse momento começa um intrigante jogo: cada caixa contém sete segredos que cada menino e menina do público deve descobrir através das palavras mágicas que os reis vão desvendando. Mas, descoberto o segredo, cada pequeno espectador deve guardá-lo só para si e mais tarde contá-lo à família e amigos da forma que mais gostar.

Integrado no Programa “Sentido”, a “Arte Total – Centro de Educação pela Arte” apresenta no palco da sala principal, a 12 e 13 (21h30) o espectáculo de dança contemporânea “Alice”.

Com coreografia e selecção musical de Joana Domingues, o mais recente espectáculo da “Arte Total”, que mais uma vez reflecte a abertura do Theatro Circo a projectos de outras entidades de produção cultural da cidade, é interpretado por 170 alunos deste ateliê, com idades compreendidas entre os 3 e os 30 anos.

Baseado no texto e nas imagens do livro “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carrol, “Alice” tem por objectivo a divulgação da dança contemporânea e a criação coreográfica descentralizada, sempre fundamentada no projecto pedagógico a que presidem todas as acções deste Atelier de Dança.

Da vizinha Galiza chega ao palco da sala principal do Theatro Circo a 4 de Junho (21h45) mais um clássico das artes teatrais – “Noite de Reis” – do dramaturgo britânico William Shakespeare.

Interpretado pelo Centro Dramático Galego, de Santiago de Compostela, coloca em cena o naufrágio dos gémeos Sebastião e Violeta, na costa da ilha Ilíria. Crendo que seu irmão morreu, Violeta faz--se passar por um jovem pagem e passa a servir na corte do duque Orsino, irremediavelmente apaixonado por Olívia. Contudo as trocas de identidade são mais do que aquelas que no início se revelam e os equívocos, enganos e situações hilariantes são uma constante até ao desfecho da comédia.

Da autoria do dramaturgo e guionista sérvio Dusan Kovacevic, “O Profissional”, na circunstância encenado por Manuel Guede de Oliva e interpretado pela Companhia de Teatro de Braga regressa à cena no pequeno auditório do Theatro Circo de 15 a 18 e de 22 a 25 de Julho (21h45).

Contextualizado num género policial negro e político, inscrito nos anos da tragédia balcânica, “O Profissional” desenvolve a sua acção – recorde-se – nas vidas de um jornalista, jovem estudante contestatário que se torna editor, e de um escritor à procura do editor, que, de acordo com o protagonista, «quer, afinal, editar os anos de pesquisa conduzida, enquanto polícia secreto (agora sem emprego), sobre o tal editor».

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