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PRÉMIO LITERÁRIO EDUARDO PRADO COELHO

Eduardo Prado Coelho considerava a sua própria biblioteca “como um seguro de vida”, “com tantos livros por ler, como os já lidos”. Costumava dizer que tinha “livros para duas ou três vidas” e que, por isso, tinha muitas obras que nunca teria tempo para folhear. Todos estes livros e outras publicações, num total de 10.635 exemplares, estão agora disponíveis ao público numa das salas da Biblioteca Municipal de Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, num espaço inteiramente dedicado ao professor universitário e ensaísta desaparecido em Agosto de 2007.

Sala com mais de 10 mil livros doados ao Município foi inaugurada
Famalicão cria prémio literário Eduardo Prado Coelho
 

Eduardo Prado Coelho considerava a sua própria biblioteca “como um seguro de vida”, “com tantos livros por ler, como os já lidos”. Costumava dizer que tinha “livros para duas ou três vidas” e que, por isso, tinha muitas obras que nunca teria tempo para folhear. Todos estes livros e outras publicações, num total de 10.635 exemplares, estão agora disponíveis ao público numa das salas da Biblioteca Municipal de Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, num espaço inteiramente dedicado ao professor universitário e ensaísta desaparecido em Agosto de 2007.


Armindo Costa com familiares de Eduardo Prado Coelho

A inauguração da Sala Eduardo Prado Coelho aconteceu no passado sábado, e registou a presença dos familiares mais próximos do escritor. A sua filha Alexandra Prado Coelho, jornalista do “Público” – onde Eduardo Prado Coelho escrevia diariamente desde a fundação do jornal, em 1990 –, recordou a importância que o pai dava à sua biblioteca pessoal. “Os livros eram a sua vida”, salientou.

É com muito orgulho que o Município de Famalicão imortaliza o génio de Eduardo Prado Coelho, com a abertura desta sala, com os seus livros, que doravante ficarão à disposição dos famalicenses e de todos os portugueses”, afirmou o presidente da Câmara, Armindo Costa, que surpreendeu os presentes ao anunciar que está em estudo a criação de um prémio literário nacional consagrado a Eduardo Prado Coelho. “Muitos projectos e iniciativas vão certamente nascer em Famalicão à volta de Eduardo Prado Coelho e da sua obra. Para já posso revelar que temos em estudo a criação de um Prémio Literário Eduardo Prado Coelho”, adiantou o presidente da autarquia. A notícia foi recebida com uma enorme salva de palmas.

Os 10.635 títulos – distribuídos por 8760 livros e 1875 revistas –, abarcam cerca de meia centena de temas, da filosofia à sociologia, do cinema à economia, do teatro à literatura, entre tantos outros. Um espólio que acabou por se mostrar bastante superior aos seis mil volumes inicialmente previstos.

É este espólio que Armindo Costa quer ver, em breve, disponível na Internet. De acordo com o autarca, “não descansaremos enquanto não colocarmos a biblioteca na Internet para consulta “online”. “E não pouparemos esforços para cativar os intelectuais para o seu estudo”.

As novidades apanharam os familiares de Eduardo Prado Coelho de surpresa, que se mostraram muitos satisfeitos com a ideia. “É uma ideia maravilhosa, que nos agrada muito, pois através da Internet estas obras chegarão a muito mais pessoas, e era isso que pretendia o meu pai”, referiu Alexandra Prado Coelho.

O nosso compromisso tem a ambição de fazer desta biblioteca uma alavanca de acção cultural, abrindo-a aos estudantes e aos investigadores e criando um centro de trabalho e de animação cultural à sua volta”, sublinhou ainda o autarca famalicense.

É esta dinâmica cultural da Câmara Municipal” que justifica a doação do espólio de Eduardo Prado Coelho a Famalicão, como explicou Alexandra Prado Coelho. “Sei que o meu pai aprovaria a criação desta biblioteca em Famalicão, já que ele acompanhava, com atenção e interesse, a actividade cultural da Câmara Municipal", reafirmou.

Para além de todo o espólio bibliográfico, a Sala Eduardo Prado Coelho reserva ainda a Pena de Camilo, o galardão atribuído no âmbito do Famafest do ano passado, que nunca lhe foi entregue pessoalmente. De acordo com Alexandra Prado Coelho, na altura o escritor já estava doente, “mas ele queria muito vir a Famalicão receber o prémio e conhecer a terra onde viveu Camilo Castelo Branco”. Como não foi possível, pois faleceu entretanto, os familiares decidiram que “o galardão deve ficar junto dos objectos que ele mais gostava, que eram os livros”, acrescenta a filha do escritor.


Alexandra Prado Coelho recebeu de Armindo Costa a Pena de Camilo

Alexandra Prado Coelho diz mesmo que através dos livros e das anotações feitas neles é possível “construir um percurso biográfico” de seu pai. “É como se fossem dois livros num só: o original e aquele feito através dos seus comentários e anotações”. Por outro lado, com esta colecção de livros, “é possível ver os temas que lhe interessaram e em que altura da sua vida”, explica. E acrescenta: “Analisando as várias obras, podemos ver que a arquitectura, por exemplo, só lhe começou a interessar a partir de um certo momento da sua vida”.

 

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