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THEATRO CIRCO
"Turismo Infinito", trabalho dramático fundamentado em Fernando Pessoa e seus heterónimos, é um dos projectos que se destaca da programação do Theatro Circo para Fevereiro, predominantemente constituída por propostas destinadas ao público infanto-juvenil.
Forte vertente educativa e pedagógica em Fevereiro
TEATRO E MUSICAIS INFANTIS
EM DESTAQUE NO THEATRO CIRCO
“Turismo Infinito”, trabalho dramático fundamentado em Fernando Pessoa e seus heterónimos, é um dos projectos que se destaca da programação do Theatro Circo para Fevereiro, predominantemente constituída por propostas destinadas ao público infanto-juvenil.
A partir de textos de Fernando Pessoa e três cartas de Ofélia de Queirós, “Turismo Infinito” chega ao Teatro Circo a 15 de Fevereiro (21h30), dirigindo-se não só ao público em geral, mas em especial aos alunos do 3.º Ciclo do Ensino Básico e Secundário, em cujos programas de Literatura Portuguesa se inclui a obra de Fernando Pessoa.
Produzido pelo Teatro Nacional de São João, a encenação de Ricardo Pais conta com interpretações dos consagrados João Reis, Emília Silvestre, Pedro Almendra, José Eduardo Silva e Luís Araújo. Perante o público, a mente do poeta expõe-se em três blocos distintos, cada um deles protagonizados por Bernardo Soares e Álvaro de Campos, novamente por Álvaro de Campos e Fernando Pessoa e pelo resultado sádico dos impasses descritos nos textos anteriores. No epílogo, Alberto Caeiro surge em cena personificando, na perspectiva de Pessoa, a resolução olímpica das tensões anteriores.
Com uma forte vertente pedagógica e educativa, “1, 2, 3, Uma Colher de Cada Vez”, musical infantil da autoria de Cláudio Figueira com encenação de Carlos Artur Thiré, sobe ao palco da sala principal a 23, 24 (16h00) e ainda a 25 de Fevereiro em duas sessões (11h00 e 14h30) exclusivas para as escolas. Concebido para crianças a partir dos quatro anos de idade, “1, 2, 3, Uma Colher de Cada Vez” é protagonizado por Ana e Fernando, duas crianças de oito anos que vivem em meios muito distintos. Proveniente de um meio social modesto, Ana vive sozinha com a mãe e diariamente convive com a escassez de alimentos. Por seu lado, Fernando cresce num contexto de abundância que, na maior parte das vezes, resulta numa alimentação desequilibrada e em atitudes malcriadas por parte do pequeno Fernando. Contudo, a “festa” começa quando os alimentos ganham vida e decidem dar uma bela lição aos mais pequenos, de que resultam momentos bem alegres e divertidos. |
Também para os mais pequenos e para todos aqueles para quem a diversão não tem idade, o Theatro Circo apresenta a 10 de Fevereiro (11h00) o musical “Animais de Palco”. Constituída pelo Leão – um Rei da Selva descontraído e simpático que toca baixo, que não tem grandes ambições de poder e até pratica Yoga para combater os seus instintos de predador –, pela Girafa guitarrista – que gostava de ser bailarina e hospedeira - , pelo Macaco baterista – apaixonado pela Girafa, melhor amigo do Leão e muito trapalhão – e pela Hipopótama - que toca piano e fala francês –, a banda dos animais revela-se um grande sucesso. Mas, a verdadeira aventura começa quando são convidados para um grande espectáculo à escala mundial que tem por objectivo a salvação do planeta Terra!
A completar a programação de Fevereiro para o público infantil, a Companhia de Teatro de Braga apresenta a 17 (16h00) e de 18 a 20 (11h00 e 15h00) “O Escaravelho Contador”, numa encenação de José Caldas.
«Como uma caixa dentro de uma caixa, dentro de uma caixa, dentro de uma caixa, o escritor escreve as histórias que o escaravelho por sua vez lhe contou a ele e que o encenador transforma em imagens no teatro e que por sua vez os actores são os fazedores». Desta forma, o livro de Manuel António Pina, “História que me contaste tu”, transforma-se em teatro para os mais novos, que, por sua vez, levarão os mais crescidos a acompanhá-los nestas histórias vivas.
Dando continuidade à apresentação das artes de palco, desta vez para um público mais velho, “A Separação” é a comédia que os mediáticos actores Helena Isabel e Heitor Lourenço apresentam na sala principal a 9 (21h30) e 10 (16h00) de Fevereiro.
Encenada pelo também mediático actor Almeno Gonçalves, de gema bracarense, “A Separação” é da autoria de Carlos Eduardo Novais e coloca em cena um casal aparentemente feliz, que, em pleno processo de mudança de apartamento, se vê confrontado com alterações inesperadas quando, após um dia de trabalho, a mulher regressa ao lar e descobre um bilhete anónimo que desencadeia uma série de situações divertidas e inusitadas.
Dando mais uma vez cumprimento ao objectivo de induzir e fomentar a apresentação de conteúdos de iniciativa local e regional, é logo a 1 de Fevereiro (21h30) que o Theatro Circo recebe o espectáculo “A Little Night Music”, de Stephen Sondheim, pelo Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga.
…dos ritmos enérgicos de “Samba de Rainha”
à provocante exuberância de “Vagabond Opera”
Antecipando a animação e energia que dominam os dias de folguedo que culminam na terça-feira de Carnaval (5), “Samba de Rainha” é a banda brasileira que no dia 2 (21h30) traz ao Theatro Circo os ritmos do samba conjugados no feminino.
Composta por nove cantoras, compositoras e instrumentistas aficionadas deste estilo musical, “Samba de Rainha” distingue-se por ser uma banda exclusivamente feminina que agita plateias com instrumentos como a conga, o cavaco, o violão, o ganzá, o surdo, o timbal, o tamborim, o rebolo ou o pandeiro e um reportório constituído por nomes como Benito Di Paula, Jorge Aragão, Martinho da Vila, Ataulfo Alves, Monarco, João Nogueira e muitos outros.
Ultrapassando o preconceito que restringia a participação da mulher no samba à beleza, inspiração e sensualidade, a banda, que nasceu do empenho de Núbia Maciel e Pati Cavaquinho em criar um projecto de referência aos consagrados expoentes femininos do samba, afirmou-se, desde a sua formação, pela musicalidade, carisma e talento.
Garantindo a continuação da animação e da sensualidade, a “Vagabond Opera” traz de volta à sala principal, a 28 de Fevereiro (21h30), a irreverência e misticismo do típico “cabaret” europeu. Composta por uma trupe de seis elementos oriundos de Portland (Oregon), a “Vagabond Opera” mistura em palco a provocante sedução das dançarinas do Ventre dos Balcãs, as inusitadas sonoridades da Ópera Neoclássica e a magia do teatro judeu da velha Europa, entretendo e deliciando plateias com uma amálgama única de algo entre o absurdo e o boémio. Num mundo de antigos viajantes, vagabundos e galantes homens de fortuna, a “Vagabond Opera” cria espectáculos inspirados em ambientes tão dispares como excertos de Kurt Weill, Duke Ellington, Edith Piaf, jazz boémio de Paris e tango, tudo executado com talento, exuberância e uma vertente assumidamente “vagabunda”.
Com as memórias de “Twin Peaks” na bagagem,
Julee Cruise junta-se a Pluramon para passagem única em Portugal
De presença fatalmente hipnótica, o Theatro Circo tem o privilégio de receber, a 18 (22h00), a consagrada Julee Cruise, que, em plena digressão europeia, com passagem única por Portugal, se junta a “Pluramon” para interpretar algumas das suas melhores sonoridades, inclusive do recente “The Monstrous Surplus”.
Criadora de composições que lhe garantiram enorme notoriedade, a cantora, compositora e actriz norte-americana é ainda dona da voz angelical que transformou “Falling” – tema principal da série de culto “Twin Peaks”, em que participou também como actriz – numa das canções mais emblemáticas do universo televisivo e cinematográfico internacional.
Aclamada pela crítica e por nomes como David Lynch e Angelo Badalamenti, Julee assumiu ainda a participação no lendário “Blue Velvet”, colaboração da qual resultou “Floating Into The Night”, álbum assumidamente favorito de Tim Booth (James) e de Moby.
Com “Pluramon”, projecto que Marcus Schmickler concebeu sob uma perspectiva inovadora da música electrónica, a diva entrega uma voz límpida e luminosa a sonoridades que se desmultiplicam entre a dream pop, o folk ou o psychedelic.
Da Roménia para Braga, as sonoridades inconfundíveis
de “Balanescu Quartet”
Assinalando a continuidade da presença de grande nomes em palco, “Balanescu Quartet” é a singular formação, liderada pelo violinista e compositor romeno Alexander Balanescu, que o Theatro Circo recebe em concerto a 8 de Fevereiro (22h00), num regresso que assinala o fim de dois anos de ausência dos palcos nacionais.
Há 20 anos a extravasar todas as fronteiras da música clássica e erudita, o quarteto de cordas, composto por Claire Connors (violino), Bill Hawkes (viola), Nick Price (violoncelo) e pelo próprio Balanescu (violino), distingue-se pelos trabalhos e pelas actuações ao vivo, que levam ao limite as possibilidades de conjugação dos instrumentos de corda e que resulta em sonoridades modernas em fusão com ritmos de música popular romena.
Sons alternativos agitam sala principal e pequeno auditório
Num género mais alternativo, é aos “MV & EE with the Golden Road” que cabe a missão de no dia 1 (23h59) subir ao palco do pequeno auditório para apresentar os temas que fazem deles uma das bandas de referência da actualidade.
“Gettin’Gone”, a mais recente encarnação dos “Golden Road”, de Matt Valentine e Erika Elder, consubstancia-se no “folk” luminoso dos anos 60 e 70, pequenos excertos de “rock” de garagem e em duas vozes, que, através das suas conjugações sem limites, dão origem a um som épico e intimista.
Os sons menos convencionais prosseguem com a já aclamada super-heroína da “pop” Ebony Bones, que no dia 2 (23h59) apresenta no pequeno auditório as provas que fazem com que no universo londrino seja reconhecida como uma verdadeira força da natureza. Electricidade, choque, espanto e palavras que se espalham como um fogo selvagem são os materiais que conjuga nas faixas com que agita os cibernautas e que interpreta nas polémicas e frenéticas actuações ao vivo. |
Capaz de captar a essência de tudo o que a envolve, Ebony Bones deixou para trás uma promissora carreira de actriz, para, através de um som cru, autista e abrasivo, que define de “DIY” (“Do It Yourself”), chamar as atenções de Basement Jaxx, fazer Timbaland saltar da cadeira e levar os prestigiados Grace Jones e Don Letts aos seus concertos.
Formada pela dupla Sharin Foo e Sune Rose Wagner, a banda dinamarquesa “The Raveonettes” chega a 19 de Fevereiro (22h00) a Braga, para dar a conhecer o recente “Lust, Lust, Lust”, registo que permite ao público uma maior identificação do projecto com as influências de “The Jesus and Mary Chain”, em detrimento de uma certa identidade “Blondie”. Caracterizados por uma originalidade “retro”, contextualizada algures entre o “rock’n’roll” dos anos 50 e 60 e o imaginário dos filmes a preto e branco, “The Raveonettes” apresentam uma sonoridade feita de harmonias vocais sobrepostas, ao jeito dos “Everly Brothers”, às quais são adicionadas guitarras eléctricas em doses excepcionais de ruído.
Em português, do alternativo ao tradicional,
com passagem obrigatória por David Fonseca
Num género definido entre o “rock”, o “surf” ou o “freestyle”, a 23 de Fevereiro (22h00) é a vez dos portugueses “Lobster”, de Ricardo Martins e Guilherme Canhão, apresentarem no Theatro Circo o que André Gomes define como «um encontro improvável de riffs impossíveis com percussão igualmente improvável».
Capaz de arrastar multidões pelas salas e festivais por onde passa, David Fonseca apresenta-se no Theatro Circo a 16 de Fevereiro (22h00) com o terceiro registo de originais, “Dreams in Colours”. Para além dos singles “Superstars” e “Rocket Man”, original de Elton John, o público terá oportunidade de julgar em directo os restantes temas que integram o seu mais recente trabalho. Do alinhamento farão igualmente parte algumas das canções que contribuíram para o êxito de “Sing me Something New” e “Our Hearts Will Beat As One”.
A assinalar o início de uma série de tardes de domingo exclusivamente preenchidas por música tradicional portuguesa, o Quarteto de Artur Caldeira apresenta no dia 3 o espectáculo “Fados… E Outras Músicas”. Esta formação, composta por músicos de larga carreira – designadamente, Artur Caldeira, Firmino Neiva, Paulo Peixoto e Bárbara Passos –, com experiência em variados idiomas musicais, desde os sons mais tradicionais ao “jazz” e à música erudita, foi sofrendo transformações, mantendo sempre a vontade de criar um som próprio, baseado em instrumentos acústicos. Com estes instrumentos, o reportório transforma-se numa fusão, misturando sonoridades ibéricas e estilos musicais diversos como o fado, a música popular portuguesa, o “jazz” ou o flamenco.
Dando continuidade a esta iniciativa, o Theatro Circo recebe ainda a 2 de Março o grupo “Caminhos de Romaria”, a 6 de Abril a Banda Musical de Cabreiros e a 4 de Maio o Grupo “Canto d’Aqui”.