Notícias
CENTRO DE ESTUDOS DO SURREALISMO
O futuro Centro de Estudos do Surrealismo, equipamento cultural que a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão vai construir, terá uma sala de exposições com 350 metros de área e nove metros de pé direito, garantindo condições únicas no País para a exposição de obras de arte de grande dimensão.
Centro de Estudos do Surrealismo implica um investimento municipal de três milhões de euros
Famalicão terá sala de exposições única no País
O futuro Centro de Estudos do Surrealismo, equipamento cultural que a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão vai construir, terá uma sala de exposições com 350 metros de área e nove metros de pé direito, garantindo condições únicas no País para a exposição de obras de arte de grande dimensão. Esta é a grande novidade do projecto que está a ser preparado pela equipa de arquitectos Duarte Nuno Simões e Nuno Simões, do atelier DNSJ.Arq, de Lisboa. A maqueta do futuro edifício foi apresentada no último fim-de-semana, na Fundação Cupertino de Miranda, no âmbito de uma homenagem a Mário Cesariny, por ocasião do primeiro aniversário do falecimento daquele que é considerado o maior nome do surrealismo português, cujo espólio está confiado ao Centro de Estudos de Vila Nova de Famalicão.
“O Centro de Estudos do Surrealismo será uma obra marcante para a cidade, para a região e para a cultura portuguesa, que o Município de Famalicão se orgulha de lançar no terreno", afirmou o presidente da Câmara Municipal, Armindo Costa, adiantando que, "com a construção do Centro de Estudos do Surrealismo, onde vamos investir cerca de três milhões de euros, a Câmara de Famalicão, assume o seu papel de agente defensor dos bens culturais e promotor da cultura, que investe na criação de infra-estruturas e na dinamização dos equipamentos culturais".
O Centro de Estudos do Surrealismo, projectado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, será “um espaço para honrar a cidade e as obras que ali serão expostas”, como indicou o arquitecto Duarte Nuno Simões Na presença de alguns dos amigos mais próximos de Mário Cesariny e de figuras da cultura nacional, Duarte Nuno Simões mostrou-se emocionado com a tarefa que lhe foi concedida, referindo que foi muito difícil criar um espaço “capaz de albergar obras de uma corrente artística, como é o surrealismo”.
O Centro de Estudos do Surrealismo, cujo concurso público será lançado após a conclusão do projecto de execução, prevista para durante o próximo ano, ficará localizado no futuro Parque da Cidade e deverá implicar um investimento de cerca de três milhões de euros. Uma sala de exposições com 350 metros de área e nove metros de pé direito é a grande novidade do projecto pois irá garantir condições para “a exposição de obras únicas em Portugal, nomeadamente obras de grande dimensão”, como explicou o arquitecto Nuno Simões. Composto por três pisos, a estrutura em forma de rectângulo recortado irá receber 1900 obras surrealistas, sobretudo pinturas e desenhos. Integrará também uma biblioteca especializada com cerca de 10 mil volumes, um auditório com 120 lugares e um espaço pedagógico. De acordo com o arquitecto Nuno Simões, será “uma construção com uma presença maciça em betão branco com aberturas pontuais dispostas irregularmente”. A entrada, a partir do lado da cidade será feita através da passagem por “um pequeno bosque de faias que serve de mediação e prepara as pessoas para a visita”, acrescentou o responsável. O arquitecto Nuno Simões destacou também o átrio, “como o espaço mais representativo do Centro de Estudos”, pois é o espaço que dará acesso a todas as salas e gabinetes, tendo “uma visão transversal sobre o Parque da Cidade”.
Entretanto, durante a apresentação da maqueta do futuro Centro de Estudos do Surrealismo, Armindo Costa lembrou a importância do famalicense Arthur Cupertino de Miranda, fundador do Banco Português do Atlântico e da Fundação com o seu nome: "Evoco a figura do grande banqueiro português do século XX, porque foi a dimensão cultural do seu projecto bancário que permitiu a existência da Fundação Arthur Cupertino de Miranda, como baluarte da cultura contemporânea em Famalicão e no País. Foi graças ao filantropismo de Cupertino de Miranda, que a cidade de Famalicão é hoje a capital do surrealismo português. Foi graças ao trabalho desenvolvido pela Fundação Arthur Cupertino de Miranda que o artista e poeta Mário Cesariny confiou a esta instituição o seu espólio de enorme valor histórico e cultural."