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PÓLO MUSEOLÓGICO DO COLISEU MICAELENSE
A inauguração do “Pólo Museológico do Coliseu Micaelense”, no dia em que a maior sala de espectáculos açoriana comemora o 90º Aniversário da sua abertura, confirma que a criação do novo espaço “foi o melhor passo para perpetuarmos a memória dos que tiveram o engenho e a arte para construir esta casa e assim, perpetuarmos a nossa memória colectiva”.
“PÓLO MUSEOLÓGICO DO COLISEU MICAELENSE”
PERPETUA MEMÓRIA COLECTIVA
A inauguração do “Pólo Museológico do Coliseu Micaelense”, no dia em que a maior sala de espectáculos açoriana comemora o 90º Aniversário da sua abertura, confirma que a criação do novo espaço “foi o melhor passo para perpetuarmos a memória dos que tiveram o engenho e a arte para construir esta casa e assim, perpetuarmos a nossa memória colectiva”. As palavras são de Berta Cabral, a Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e do Conselho de Administração do Coliseu Micaelense, na abertura da exposição permanente com peças e documentos de interesse histórico que, a partir desta quinta-feira, passam a estar acessíveis ao público, na galeria do último piso do Coliseu.
Berta Cabral quis sublinhar que, com a criação do “Pólo Museológico do Coliseu Micaelense”, se enriquece a oferta cultural de Ponta Delgada, na salvaguarda do “património de afectos” que o Coliseu representa para a cidade, homenageando-se, deste modo, o valioso percurso de nove décadas da vida cultural, recreativa, social e económica da cidade de Ponta Delgada e da própria ilha de São Miguel.
A partir desta quinta-feira, o “Pólo Museológico do Coliseu Micaelense” fica acessível no ambiente adequado da própria sala de espectáculos, ocupando boa parte da galeria do seu último piso, com a exposição pública de um espólio de interesse histórico, que tem vindo a ser reunido, nos últimos anos, para sucessivas actualizações e aperfeiçoamentos: desde a primeira máquina de projecção de cinema adquirida pelo empresário Santos Figueira até ao último piano do maestro Teófilo Frazão, passando pelo registo fotográfico dos mais antigos bailes decorados pelo cenógrafo José Vieira, entre tantos outros exemplos.
Em suma, a exposição permanente acaba por reunir, através de documentos e de peças que o tempo se encarregaria de esquecer se não fossem devidamente acautelados, toda história do Coliseu, da sua construção até aos nossos dias, incluindo o processo de aquisição e recuperação empreendido pela Câmara Municipal de Ponta Delgada.
Coube à autarquia assegurar a necessária colaboração técnica para a instalação desta exposição permanente, através de uma equipa coordenadora constituída pelo engenheiro José Medeiros, o arquitecto Pedro Garcez e o assessor cultural José de Mello, este com responsabilidades acrescidas de orientador científico e futuro conservador.
Inaugurado festivamente a 10 de Maio de 1917, graças a uma geração de micaelenses empreendedores, como José Maria Raposo do Amaral ou Pedro de Lima Araújo, como réplica a meia escala do Coliseu dos Recreios de Lisboa, o então designado Teatro Circo “Coliseu Avenida”, , abriu portas em plena I Guerra Mundial, numa cidade que contava menos de 20 mil habitantes. Desde então, este segundo coliseu mais antigo do país – que passou a designar-se “Coliseu Micaelense” em 1950 quando foi adquirido pelo Teatro Micaelense de Francisco Luís Tavares – assumiu sempre uma actividade liderante de carácter sócio-cultural, com uma polivalência de instalações que não encontra paralelo nos Açores.
Pelo Coliseu passaram inúmeros espectáculos de todos os géneros, incluindo música, dança, teatro, cinema e circo, e ali nasceram os “Grandes Bailes de Carnaval do Coliseu Micaelense” – uma tradição que já remonta ao início dos anos 20 do século passado e que confunde a sua existência com a história do próprio edifício até ganhar hoje o estatuto de maior acontecimento deste género realizado em Portugal.
A inauguração do “Pólo Museológico do Coliseu Micaelense” decorreu com uma cerimónia destinada ao público em geral. Este dia comemorativo inclui ainda o lançamento público da revista “Coliseu”, e encerra com a apresentação do espectáculo “Mi Soledad” em exclusivo nacional, pelo bailarino espanhol Joaquín Cortés.