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ABERTURA DE NÚCLEO MUSEOLÓGICO
A abertura de um Núcleo Museológico a 10 de Maio próximo vai assinalar os 90 anos da inauguração do Coliseu Micaelense.
A abertura de um Núcleo Museológico a 10 de Maio próximo vai assinalar os 90 anos da inauguração do Coliseu Micaelense.
O anúncio da criação deste espaço, que passará a funcionar, em permanência, na Galeria do último piso do Coliseu, foi feito esta tarde, pela Presidente da Coliseu Micaelense S.A., Berta Cabral, que explicou que, com a criação deste núcleo museológico ficará preservado e patente ao público o valioso percurso de nove décadas da vida cultural, recreativa, social e económica da cidade de Ponta Delgada e da própria ilha de São Miguel, que vale a pena recuperar e manter na memória colectiva.
Desde a sua construção até aos nossos dias, incluindo finalmente o processo de aquisição e recuperação empreendido pela Câmara Municipal de Ponta Delgada, o Núcleo Museológico do Coliseu Micaelense vai contar um pouco da história colectiva da cidade e de São Miguel. É ali que ficará em exposição pública um espólio de interesse histórico que tem vindo a ser reunido nos últimos anos, desde a primeira máquina de projecção de cinema adquirida pelo empresário Santos Figueira até ao último piano do maestro Teófilo Frazão, passando pelo registo fotográfico dos mais antigos bailes decorados pelo cenógrafo José Vieira, entre tantos outros exemplos.
Na apreciação destes objectos ficará, assim, registado um percurso intenso da casa de espectáculos que, com o passar do tempo poderia cair no esquecimento, como a sua inauguração, a 10 de Maio de 1917, como réplica, a meia escala, do Coliseu dos Recreios de Lisboa, em plena I Guerra Mundial e numa cidade de Ponta Delgada que contava menos de 20 mil habitantes, graças a uma geração de micaelenses empreendedores como José Maria Raposo do Amaral ou Pedro de Lima Araújo; o seu estatuto de segundo coliseu mais antigo do país – que passou a designar-se “Coliseu Micaelense”, em 1950, quando foi adquirido pelo Teatro Micaelense de Francisco Luís Tavares; a sua constante actividade de carácter sócio-cultural, com uma polivalência de instalações que não encontra paralelo nos Açores; a apresentação de inúmeros espectáculos de todos os géneros, incluindo música, dança, teatro, cinema e circo que por ali passaram; bem como o “nascimento” dos “Grandes Bailes de Carnaval do Coliseu Micaelense” – uma tradição que já remonta ao início dos anos 20 do século passado e que confunde a sua existência com a história do próprio edifício até ganhar hoje o estatuto de maior acontecimento deste género realizado em Portugal.
Berta Cabral sublinhou que a abertura deste espaço, nos 90 anos do Coliseu Micaelense, vai, também, marcar uma programação especialmente enriquecida da sala de espectáculos em 2007, a ser oportunamente divulgada.
Tudo isto numa altura em que, pelo terceiro ano consecutivo, o Banco Comercial dos Açores renova o protocolo com a Coliseu S.A. que confere à instituição bancária o estatuto exclusivo de “Mecenas do Coliseu”. Um protocolo que confirma o apoio do BCA às actividades do Coliseu desde a primeira hora da sua reabertura, já recuperado pelo Município, em Janeiro de 2005.
Para a responsável pelo Coliseu Micaelense, é graças ao patrocínio maioritário do BCA e à colaboração variada de outras três dezenas de empresas privadas, que tem sido possível à sala de espectáculos, a promoção, em dois anos, de 240 eventos com 2.500 artistas regionais, nacionais e internacionais, para um público estimado em cerca de 185.000 pessoas.
Em nome do BCA Marques dos Santos, Presidente da Comissão Executiva da instituição financeira, sublinhou que o percurso do banco e do Coliseu “em diversas alturas se tem vindo a cruzar, pois ambas surgiram e cresceram por via da persistência e dinamismo de diversas personalidades de prestígio da sociedade micaelense, envolvidas por vezes, nesses dois projectos tão díspares, mas, ao mesmo tempo, com um denominador comum: o desenvolvimento da Região”.
Marques dos Santos sublinhou, ainda, que “a disponibilidade do BCA a iniciativas como as promovidas pelo Coliseu Micaelense vem reforçar a relação de afinidade que o banco, ao longo do tempo, tem procurado manter com a sociedade açoriana”.
De referir por último que, para a instalação do Núcleo Museológico do Coliseu Micaelense, a Câmara Municipal de Ponta Delgada vai assegurar a necessária colaboração técnica para a instalação da exposição permanente, através de uma equipa coordenadora constituída pelo engenheiro José Medeiros, o arquitecto Pedro Garcez e o historiador José de Mello, este com responsabilidades acrescidas de orientador científico e futuro conservador.