O Centro de Estudos Camilianos, uma unidade de investigação da obra de Camilo Castelo Branco, projectada pelo arquitecto Siza Vieira e construída pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, na freguesia de Seide S. Miguel, junto à casa-museu onde o romancista viveu e morreu, é uma das obras candidatas ao Prémio Nacional de Arquitectura Secil 2006.

Neste âmbito, o Centro de Estudos Camilianos recebeu a visita do júri do Prémio, no último fim-de-semana, que avaliou a obra arquitectónica. Do júri fazem parte o arquitecto Souto Moura, que venceu o prémio em 2004, o arquitecto Pedro Maurício Borges, que venceu em 2002, o presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Armindo Costa, em representação da Associação Nacional de Municípios Portugueses, um representante do Ministério da Cultura, um representante da Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Críticos de Arte, e o presidente do júri, designado conjuntamente pela Ordem dos Arquitectos e pela empresa Secil.

O Centro de Estudos Camilianos foi inaugurado em 1 de Junho de 2005 e implicou um investimento de 3,6 milhões de euros. A segunda fase do plano de valorização da zona envolvente à Casa-Museu de Camilo Castelo Branco prevê a reabilitação urbanística do centro da freguesia de Seide S. Miguel e a criação de uma quinta pedagógica camiliana. Para o presidente da Câmara Municipal, Armindo Costa, esta aposta na figura de Camilo Castelo Branco “é um investimento cujo retorno se traduz em mais um pólo cultural com grande visibilidade fora de Famalicão, dadas as iniciativas de relevância nacional e até internacional que têm sido promovidas ao longo dos primeiros meses de actividade”. Por outro lado, frisa o edil, "o investimento em Seide e na figura de Camilo representa uma aposta na cultura e na literatura portuguesa".

Construído em frente à Casa-Museu de Camilo, o Centro de Estudos contempla diversas valências, entre as quais um auditório com 140 lugares, um átrio polivalente, uma biblioteca camiliana, um espaço Internet, uma sala de exposições, depósitos para o acervo camiliano, gabinetes de trabalho e uma cafetaria com esplanada.

Refira-se que o Prémio Nacional de Arquitectura Secil decorre de dois em dois anos, é atribuído através de um concurso nacional e tem como principal objectivo incentivar e promover o reconhecimento público de autores de obras que, incorporando o material primordial da actividade da empresa Secil – o cimento –, constituam peças significativas no enriquecimento da arquitectura portuguesa.

O "Prémio Secil de Arquitectura 2006" consta da atribuição de um diploma e um troféu, que é entregue ao autor em cerimónia pública; uma placa em material imperecível para ser colocada na obra premiada e uma quantia pecuniária no valor de 50.000 euros. Para além do Centro de Estudos Camilianos concorrem, este ano, ao Prémio Secil, entre outras o Centro de artes de Sines, a Biblioteca Municipal de Tavira, as Piscinas de Barcelona, a envolvente do mosteiro de Santa Maria de Alcobaça e os Terraços de Bragança.