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PROTOCOLO PARA RECUPERAÇÃO DE ORGÃOS HISTÓRICOS DE MAFRA

O Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e o Barclays Bank assinam Protocolo para a recuperação dos dois últimos órgãos históricos do Palácio Nacional de Mafra.

O Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e o Barclays Bank assinam Protocolo para a recuperação dos dois últimos órgãos históricos do Palácio Nacional de Mafra.

A Basílica do Palácio Nacional de Mafra possui um conjunto instrumental de 6 órgãos históricos de princípios do século XIX que constituem um conjunto único no mundo, e foi para este conjunto instrumental que alguns dos melhores compositores nacionais e estrangeiros da época como João José Baldi e Marcos Portugal, entre outros, escreveram obras existentes no Fundo Antigo da Biblioteca de Mafra e que só aqui poderão ser executadas.

Consciente da importância de salvaguardar este património, o Barclays Bank tem vindo a patrocinar, em exclusivo, o Programa de Recuperação do maior projecto organístico português. No âmbito de uma parceria estabelecida entre o Barclays Bank e o IPPAR celebra-se o protocolo do restauro dos últimos dois órgãos históricos do Palácio Nacional de Mafra.

Este Programa é acompanhado por uma Comissão de Apoio Científico constituída por especialistas nacionais e internacionais (musicólogos, organólogos e organistas), tendo o IPPAR contratado o organista João Vaz como consultor permanente.

Os trabalhos de restauro efectuados pelo Mestre organeiro Dinarte Machado tiveram início no ano de 1999 com o restauro do Órgão do Evangelho, a que se seguiu o da Epístola em 2000 e posteriormente o dos 3.º e 4.º órgãos, respectivamente do Santíssimo Sacramento e de S. Pedro de Alcântara, cuja inauguração se realizou para o concerto de encerramento do Festival de Órgão de Mafra de 2005.

O projecto organístico da Basílica, concebido de raiz, é verdadeiramente inovador ao considerar um conjunto integrado de seis órgãos em vez de dois instrumentos de grandes proporções e três secções, geralmente ligados ao coro alto das igrejas como era então usual. Os 6 órgâos de Mafra são por isso um caso único no mundo.

O ano de 2007, data prevista para  a conclusão do restauro dos seis órgãos e do bi-centenário da construção dos instrumentos, constituirá um marco na vida organística europeia. Para o assinalar realizar-se-á um concerto, concebido especialmente para a ocasião, que contará com os melhores intérpretes mundiais de órgão. Este evento, da maior importância, só será possível depois de concluído o restauro do conjunto instrumental graças ao mecenato exclusivo do Barklays Bank, no montante de 375 mil euros.

Embora haja nota de que, aquando da Sagração Solene da Basílica e não estando ainda concluída a obra, tenham sido igualmente utilizados seis órgãos portativos, só durante a regência de D. João VI é que os trabalhos de construção destes seis órgãos foram confiados a António Xavier Machado Cerveira e Joaquim Peres Fontanes.

Na Capela-Mor, do lado Norte, encontra-se instalado o órgão do Evangelho e, do lado Sul, o órgão da Epístola, situando-se os restantes quatro no transepto, respectivamente o órgão da Conceição (Sudeste), o órgão de Santa Bárbara (Sudoeste), o órgão do Sacramento (Noroeste) e o órgão de S. Pedro de Alcântara (Nordeste).

O Real Edifício de Mafra, mandado construir na centúria de Setecentos pelo rei D. João V, é o mais importante monumento do barroco português e esteve, está e estará inevitavelmente sempre relacionado com a Música. As tradições musicais, sejam da corte portuguesa ou das ordens religiosas que o habitaram, encontram-se ainda bem vivas neste Monumento, pelos magníficos e únicos conjuntos instrumentais que possui (carrilhões e órgãos) como também pelo importante acervo de partituras existentes na casa da livraria, que vocacionaram naturalmente Mafra para esta arte. É neste cenário de grande monumentalidade intrinsecamente ligada à música que o IPPAR entendeu promover de uma forma regular e contínua a realização de grandes eventos musicais como forma de valorização e dinamização dos espaços e de angariação e fidelização de novos públicos. Com efeito, podemos considerar que o Palácio Nacional de Mafra possui já uma actividade regular ligada à música, através da organização do:
Festival Internacional de Música - Vocacionado para a divulgação da música barroca, mas também, à semelhança do Rei Magnânimo, para o apoio a jovens músicos e compositores, este Festival,  que vai já na sua  X edição, granjeou um reconhecido prestígio a nível nacional, tendo fidelizado um vasto público.
Festival Internacional de Órgão - Decorrente do projecto de recuperação dos seis órgãos da Basílica e da vocação natural do monumento para a música, o IPPAR organiza desde o ano 2000 Festivais anuais de órgão com cerca de 12 concertos anuais.

A concretização deste projecto permitiu-nos  proporcionar ao público a fruição de peças musicais inéditas e concebidas especialmente para este conjunto instrumental.

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