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Morreu Nuno Guerreiro, vocalista da banda Ala dos Namorados
Cantor tinha 52 anos. Nuno Guerreiro deu os seus últimos concertos no Cineteatro Louletano, nos dias 30 e 31 de março, num concerto com a Banda da Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva de Loulé.

A notícia é avançada pela autarquia de Loulé, de onde era natural, nas redes sociais. O cantor foi internado esta quarta-feira de urgência num hospital de Lisboa, desconhecendo-se, para já, as causas da morte.
O cantor deu os seus últimos concertos no Cineteatro Louletano, nos dias 30 e 31 de março, num concerto com a Banda da Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva de Loulé, que também confirmou a morte nas redes sociais. "Não queremos acreditar. Depois de momentos tão bons que passaste com a nossa filarmónica. Nunca te esqueceremos", declaram.
Nascido em Loulé em 1972, Nuno Guerreiro estudou canto lírico no Conservatório Nacional, onde também estudou como bailarino profissional. Colaborou com o grupo Diva, de Natália Casanova, e com o ex- Madredeus Rodrigo Leão, antes de se juntar em 1992 a João Gil e Manuel Paulo na banda Ala dos Namorados.
No ano de 1994 é lançado o álbum "Ala dos Namorados", do qual faz parte a música "Loucos de Lisboa".
Em 1998, é apresentado o álbum "Solta-se o Beijo", que dá nome a um dos maiores êxitos da banda. Os Ala dos Namorados editaram oito álbuns de estúdio e dois álbuns ao vivo, ao longo de 23 anos. Nuno Guerreiro lançou ainda três álbuns a solo - em 1999, 2002 e 2011.
Em 2023 a banda regressou aos palcos com o músico João Gil e o cantor Nuno Guerreiro "ao leme" do projeto, tendo sido na mesma ocasião anunciado um regresso aos discos. Com os músicos Olavo Bilac e Tozé Santos criou o projeto "Zeca Sempre", do qual foi editado um álbum, "O que faz falta - Zeca Afonso", que tem como subtítulo: "As mensagens intemporais de José Afonso, numa nova sonoridade", editado em 2011. "Vira de Coimbra", "No Lado do Breu", "Redondo Vocábulo", "Menino do Bairro Negro" e "Saudades de Coimbra" são alguns dos temas que integram o álbum.
Depois de ter vivido em Lisboa e em Setúbal, o músico regressou a Loulé, onde atualmente trabalhava em direção de cena e produção no Cine-Teatro Louletano. O projeto mais recente onde estava envolvido intitulava-se Nuno Guerreiro & Mau Feitio, composto por músicos do Algarve, tendo já somado alguns concertos, nomeadamente no festival Caixa Alfama, em Lisboa, em setembro de 2024.
"Um murro no estômago"
É “uma das vozes mais incríveis dos últimos anos da música portuguesa”. É desta forma que o músico Manuel Paulo, um dos fundadores da Ala dos Namorados recorda Nuno Guerreiro, o vocalista que morreu hoje aos 52 anos.
Numa reação à Renascença, Manuel Paulo mostra-se incrédulo com a notícia, diz mesmo que “é uma daquelas notícias de que não se está à espera. É contranatura!” afirma.
Manuel Paulo já tinha deixado a banda, mas recorda que ainda há pouco tempo tinha falado com Nuno Guerreiro. “Sei que ele estava bem, não padecia de nenhuma doença. É uma perda”, exclama, dizendo que o desaparecimento de Nuno Guerreiro é para si “um enorme murro no estômago”.
Questionado sobre o trabalho na banda, juntamente com João Gil, Manuel Paulo lembra que era “fácil”. “Tivemos juntos durante 20 e tal anos. Era perfeito. Gravamos os nossos discos e as nossas canções e faziamos os nossos espetáuclos e corria muito bem. Já não precisavamos de pensar muito”, remata.
"Um artista extraordinário, com uma voz singular"
É assim que o cantor Miguel Gameiro, fundador dos Pólo Norte, recorda o amigo Nuno Guerreiro, com quem partilhou o palco em vários concertos.
Em declarações, lembra a energia que tinha a atuar.
"A melhor homenagem que se pode fazer é recordar os bons momentos, aquilo que fez pela música e pela arte. O Nuno era um artista extraordinário, dotado de uma voz única e singular, uma das mais singulares do nosso país. E depois tinha uma energia contagiante a atuar", afirma.
por Diogo Camilo e Maria João Costa in Renascença | 17 de abril de 2025
Notícia no âmbito da parceira Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença