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Aprovada revisão do registo da manifestação Kola San Jon no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial

O Património Cultural, IP aprovou a revisão do registo do Kola San Jon no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), conforme despacho de 26 de março de 2025 assinado pelo Presidente do Conselho Diretivo, João Soalheiro, e já publicado em Diário da República.

Com este procedimento, o Património Cultural, IP reconhece a relevância desta manifestação inventariada desde 16 de outubro de 2013, destacando a sua relevância na matriz identitária da comunidade do Bairro do Alto da Cova da Moura (Amadora), onde se pratica, bem como a sua importância histórica e simbólica e influência social e cultural no território em que se insere.

As dinâmicas de reprodução e transmissão intergeracional desenvolvidas na comunidade e entre os grupos e intervenientes relacionados, a participação ativa da comunidade do Bairro do Alto da Cova da Moura e da Associação Cultural Moinho da Juventude no presente processo de inventariação e na definição das medidas de salvaguarda e valorização da tradição em apreço constituem fatores igualmente considerados.

O Kola San Jon é uma celebração que ocorre todos os anos no bairro do Alto da Cova da Moura, concelho da Amadora, por ocasião do dia de São João. Provém da tradição cultural de Cabo Verde, sobretudo das Ilhas de Santo Antão, São Vicente e São Nicolau. Apresenta como elemento central um cortejo festivo que percorre as ruas do bairro, envolvendo música, dança, palavra e vários artefactos simbólicos associados. No final do cortejo partilha-se a cachupa entre os presentes, preparada pela comunidade local.

De acordo com alguns dos participantes mais velhos, Kola San Jon quer dizer “saudar São João”. A palavra “kola” está também associada ao verbo “kolar”, que significa “dançar” ou “colar”, referindo-se aqui ao momento em que os corpos dos dançarinos se tocam no movimento característico desta dança.

O Kola San Jon foi trazido para Portugal por migrantes de origem cabo-verdiana, e desde a sua primeira realização em 1984 desempenha, no espaço de acolhimento, um importante papel na representação de memórias e de ligação desta comunidade ao seu país de origem.

Note-se que este não é um processo de novo registo no INPCI, mas sim da conclusão do processo de revisão de registo de manifestação já inscrita, processo esse que no caso do INPCI deve ser feito a cada 10 anos.

O presente pedido de revisão foi submetido pela Associação Cultural Moinho da Juventude, em estreita colaboração com a comunidade local diretamente envolvida.
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