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Jorge Reis-Sá vence 18.ª edição do Prémio Literário Fundação Inês de Castro com "Prado do Repouso"

Fernando Guimarães recebe ainda Prémio de Tributo de Consagração de Carreira em 2024, numa cerimónia que se vai realizar a 29 de março na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.

O Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2024 foi atribuído a Jorge Reis-Sá pela sua obra Prado do Repouso e o Prémio de Tributo Consagração Fundação Inês de Castro 2024 foi concedido a Fernando Guimarães. A cerimónia oficial de entrega de prémios desta iniciativa anual, que distingue obras de prosa ou poesia escritas em língua portuguesa, realiza-se no próximo dia 29 de março, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, e contará com a presença dos autores vencedores.

Publicada em 2024 pela editora Casa dos Ceifeiros, "Prado do Repouso" reúne 25 anos de produção poética de Jorge Reis-Sá (Vila Nova de Famalicão, 1977), que reflete a evolução poética do autor, oferecendo uma visão abrangente do seu percurso literário. Licenciado em Biologia, fundou em 1999 as Quasi Edições, que editou até 2009. É atualmente consultor editorial de várias instituições e editoras. Estreou-se na literatura em 1999 e tem publicado poesia, contos, crónicas e romances, sendo também colaborador para algumas revistas. O seu romance "Todos os Dias" (2006) foi considerado um dos livros do ano pela revista Os Meus Livros e sua obra já foi traduzida para italiano e editada no Brasil. Organizou a maior antologia de poesia portuguesa e publicou vários livros, incluindo "Francisco, de Roma a Jerusalém" (com Henrique Cymerman) e "A Definição do Amor" (2015).

Nos últimos anos, dedicou-se também à literatura infantil e juvenil. Em 2022, venceu o Grande Prémio do Conto da Associação Portuguesa de Escritores com "A Hipótese de Gaia". Apresenta o programa "Mil Vezes Camões" na RTP3 e está a realizar um doutoramento em História da Ciência. 

"A polifacetada intervenção cultural de Jorge Reis-Sá culmina na sua multifacetada criação literária de confronto com as situações-limite propiciadas pelas novas tecnologias e com vidas de rotina e perda, mas também do sentido da sobrevida, da busca de resgate na memória afectiva e no mistério do amor infindo", afirma José Carlos Seabra Pereira, presidente deste júri deste prémio literário, que é ainda composto por Isabel Pires de Lima, Isabel Lucas, Mário Cláudio e António Carlos Cortez.

O júri atribuiu ainda o Prémio de Tributo Consagração Fundação Inês de Castro 2024 ao poeta, tradutor literário e ensaísta Fernando Guimarães.



"Prémios nunca lhe faltaram, distinguindo com justiça a sua extensa e tão valiosa obra de criação e de tradução poéticas, de ensaio entre a história literária e a teoria estética, enfim de contínuo exercício da crítica de poesia", declara o presidente do júri.

A formação e o magistério filosófico do autor de "Linguagem e Ideologia" vocacionou-o para enquadrar em teoria estética meio século de contínuo exercício da análise literária e da crítica de poesia contemporânea - que fez de Fernando Guimarães (Porto, 1928) figura de referência nos estudos sobre os estilos de época entre o Simbolismo e a fronteira fluida da Presença com o Neo-Realismo. Ao mesmo tempo, não menos fecunda e marcante se revelou a sua criação lírica - maioritariamente em verso de discreta harmonia, mas também em prosa de narrativa breve e diálogo dramático, num meridiano de neo-modernismo reflexivo e ecfrástico, desde a revista Eros até  à grande colectânea Sobre a Voz nos nossos dias. Essa dupla faceta intelectual e artística de Fernando Guimarães foi merecendo justa distinção por vários Prémios, nomeadamente os da Academia das Ciências, Associação Portuguesa de Escritores, Associação Internacional de Críticos Literários e o Grande Prémio de Poesia DST. Considerando o conjunto da sua obra ensaística, a Universidade de Évora concedeu-lhe o Prémio Vergílio Ferreira. Saíram em livro traduções suas de poetas ingleses (Donne - em colaboração com Maria de Lourdes Guimarães -, Byron, Shelley, Keats, Dylan Thomas). Participou em vários seminários de tradução da Casa de Mateus, coordenando a tradução do poeta libanês Salah Stétié. Pertenceu, como investigador, ao Centro de Literatura da Universidade do Porto, ao Centro de Estudos do Pensamento Português e ao Centro de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa. Durante vários anos orientou estágios de Filosofia para professores e realizou um seminário sobre o Simbolismo num mestrado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Ao longo dos anos, o Prémio Literário Fundação Inês de Castro tem distinguido autores e obras de reconhecido valor, como Pedro Tamen (2007), José Tolentino Mendonça (2009), Hélia Correia (2010), Gonçalo M. Tavares (2011), Mário de Carvalho (2013), Rui Lage (2016), Rosa Oliveira (2017), Djaimilia Pereira de Almeida (2018), Andreia C. Faria (2019), Daniel Jonas (2021), António Lobo Antunes (2022) ou Rita Taborda Duarte (2023).

Na cerimónia oficial de entrega destes prémios, que se vai realizar no dia 29 de março, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, José Carlos Seabra Pereira falará em nome do júri sobre o livro "Prado de Repouso" e seu autor, enquanto António Carlos Cortez falará sobre o trajeto e a obra de Fernando Guimarães.

Aceda aqui à lista completa de obras e autores premiados. 

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