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Ayom antecipam edição deluxe de Sa.Li.Va com novo single e residência artística em Lisboa
No próximo dia 30 de março, o grupo Ayom apresenta a segunda edição da sua residência, trazendo ao palco do Tokyo Lisboa artistas que transitam fluidamente por diferentes épocas, linguagens e territórios musicais.

O duo francês Sages comme des Sauvages, formado por Ava e Ismaël, vem a Lisboa para um encontro que se desenrolou naturalmente desde o primeiro encontro com a banda Ayom. A sua ligação nasceu num festival numa ilha, onde reconheceram uma abordagem partilhada para compor e atuar: um som que desafia as classificações fáceis, misturando paisagens sonoras diversas e fluidas.
A noite contará ainda com Toma, um projeto que surge da cena underground de Lisboa, construído numa fusão de épocas e geografias. Composto por três percussionistas e um guitarrista – três angolanos e um greco-italiano – o grupo explora a riqueza da música angolana dos anos 1970, reinventando-a fundindo elementos do kuduro e da música eletrónica dos anos 1990. Mais uma vez, a fusão e a liberdade transcendem as línguas, unindo eras e sempre em crescimento.
Para completar a noite com uma cadência perfeita, a DJ "A Minha Vida Dava Uma Banda Sonora" vai tomar conta da pista de dança, transitando por géneros e atmosferas com a sua seleção de groove afro-tropical-oceânico e intemporal.
A cliffside splash of accordion and strings that connects continents, not only makes space to remember and renew her love but also celebrates the home she (Jabu Morales) makes now.
NPR (US), 2024
Alluring and sensuous, with just a hint of saudade, and cheekily titled to be a ‘word that’s on everyone’s lips’
Mojo
[4 Stars] This unusually diverse project bring together samba, accordion, stabs of brass and muscular percussion on a spiritually weighty second album.
The Guardian (2024)
Após o lançamento do aclamado Sa.Li.Va., que lhes deu os prémios Melhor Grupo e Melhor Disco da Songlines e Melhor Álbum World Music da German Critics Award, o grupo Ayom segue expandindo seu universo sonoro com Sa.Li.Va Bonus Beat – uma edição estendida que reflete o contínuo movimento do grupo e as conexões criadas ao longo de sua jornada musical. Atravessando fronteiras e culturas, essa versão surge do encontro com artistas pelo caminho, da troca criativa e da transformação mútua – deixar um pouco de Ayom neles e trazer um pouco deles para a música de Ayom.
A diversidade sempre foi o eixo central – inspiração e paixão – e nesta edição deluxe que será editada no dia 18 de abril, o álbum ganha novas camadas e perspetivas. O melancólico "Samba para o Vazio" ressurge em sua versão original, revelando toda sua carga nostálgica em francês e português. "Madrecita", com seu poderoso pedido de desculpas à Mãe Terra, sobrevoa um merengue intenso e envolvente. Os remixes trazem uma nova energia digital ao projeto. "Canto de Negro Remix", produzido por Nikooo, da Ilha da Reunião, ganha uma leitura inédita com a voz e a ancestralidade de Kiltir, criando um elo inesperado, mas natural, com a essência original da canção. Já "Fuzuê Funaná" é reinventado pelo DJ italiano Branzino, que imprime o seu olhar contemporâneo sobre o ritmo pulsante do funaná.
Diferentemente do álbum original, produzido por Kastrup, as faixas autorais desta edição deluxe foram produzidas pelo próprio Ayom, mostrando sua autonomia e visão artística. Os remixes, por sua vez, ganharam vida pelas mãos de Nikooo e Branzino, cujas assinaturas culturais e digitais trouxeram novos contornos ao projeto.
Este lançamento acompanha o movimento incessante de troca e criação que define Ayom, conectando tempos, lugares e tradições.
Ayom escolhem "Canto de Negro (Remix)" para novo single, uma nova versão de uma canção que traz a rica herança do Congado Mineiro, um ritmo tradicional do interior de Minas Gerais, Brasil, com raízes profundas na cultura africana. A música original, do álbum Sa.Li.Va., carrega em si a fusão das memórias de povos Bantu e outras influências africanas, celebrando o canto como um símbolo de resistência e união.
O remix é o resultado de uma conexão que se formou de maneira espontânea, mas que, de certa forma, já estava escrita desde a criação da canção. Após o lançamento do álbum, um encontro inesperado numa feira de música em Marrocos, facilitado pelo produtor Nikooo, fez com que o cantor Kiltir, da Ilha da Reunião, fosse convidado a trazer a sua contribuição para a faixa. O maloya, estilo musical com profundas raízes africanas, encontrou o seu lugar natural na música, ampliando a sua mensagem de resistência e união de maneira autêntica.
A colaboração entre Nikooo e Kiltir não foi apenas um remix, mas uma continuidade de um caminho que já estava presente na canção, como se as diferentes influências culturais já se preparassem para se encontrar e se reforçar ao longo do tempo. A música, que já trazia em sua essência a celebração da memória e da resistência, agora ganha uma nova dimensão, conectando mais uma vez os povos e suas histórias. "Canto de Negro (Remix)" celebra as trocas culturais e a força das tradições musicais que atravessam o tempo e as fronteiras.