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Omnichord apresenta o projeto Fontes Sonoras: Residências Artísticas de Escuta e Exploração Sonora na Aldeia das Fontes
O projeto Fontes Sonoras chega à aldeia das Fontes, em Leiria, propondo uma exploração sonora e escuta ativa do território.
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Com uma forte ligação à comunidade local e ao ambiente natural que envolve a aldeia, o Fontes Sonoras é um filho e um “desaguar” do Nascentes, festival multidisciplinar que é também uma iniciativa da CCER MAIS/Omnichord, cooperativa cultural com vasta programação na área da música na região.
Com co-direção artística do programador cultural Gui Garrido, a curadoria de Fontes Sonoras está a cargo de Raquel Castro, investigadora e curadora na área da arte sonora, diretora do festival Lisboa Soa e da associação Sonora. A sua abordagem, profundamente enraizada na relação entre som e ambiente, utiliza a arte sonora como uma ferramenta de sensibilização para questões sociais, culturais e ecológicas. No Fontes Sonoras, Raquel Castro convida artistas a explorar o som através das suas criações num dos mais bonitos e preservados lugares da região.
A aldeia das Fontes, atravessada pelo rio Lis, é caracterizada pela sua pequena população e por um forte sentido comunitário e de entreajuda. Este cenário oferece o ambiente perfeito para o desenvolvimento de residências artísticas com duração de 1 a 2 semanas, que permitirão aos artistas conhecer e inspirar-se na paisagem natural e contexto cultural da aldeia. O objetivo do projeto é proporcionar a esses artistas o espaço e o tempo necessários para escutar o lugar de forma profunda e ativa. A partir dessa experiência, criarão obras que se integrem de forma sustentável e harmoniosa no ambiente que as acolhe. As residências pretendem criar um espaço de reflexão crítica e experimentação sonora em sintonia com a natureza e com a comunidade da aldeia das Fontes. Fontes Sonoras é, portanto, um convite à reflexão e à escuta ativa, que cruza arte sonora, ecologia e comunidade num lugar onde som e espaço se encontram, potenciando novas formas de escuta.
Os artistas são convidados a partilhar o processo e o resultado do seu trabalho através de apresentações públicas e instalações sonoras, promovendo o encontro entre a criação artística e a vida na aldeia. Assim, o Fontes Sonoras não é um mero exercício de criação, é também uma oportunidade para fortalecer o diálogo entre os artistas e a comunidade local. O projeto assenta na ideia de que a arte sonora, mais do que uma prática estética, é uma ferramenta de ativação da consciência crítica, capaz de ampliar a escuta e proporcionar uma compreensão mais profunda do território e das relações que nele se estabelecem.
O Fontes Sonoras terá início em março de 2025, com a residência do austríaco Andreas Trobollowitsch, compositor, performer e artista sonoro. O seu trabalho é caracterizado pelo uso de sistemas de rotação, vibração e feedback, além de modificar objetos do quotidiano e criar os seus próprios instrumentos. Ele explora a relação entre o físico e o intelectual, integrando aspetos visuais, espacialidade e movimento, sempre em relação com o som. A residência irá decorrer de 1 a 8 de março e a apresentação será no dia 9 de março.
Em maio será a vez da dupla Inês Tartaruga Água e Xavier Paes, artistas plásticos portugueses cujas práticas combinam performance, som e imagem. O seu trabalho aborda questões sociais e ecológicas contemporâneas, utilizando a arte como um meio de intervenção e reflexão. A dupla também é conhecida pelo seu compromisso com práticas colaborativas e pela utilização de materiais e tecnologias acessíveis, de modo a criar uma obra aberta e participativa. A residência acontece entre 1 e 10 de maio e será apresentada ao público no dia 11 de maio.
A terceira residência, que completará a primeira edição de Fontes Sonoras, acontecerá em outubro deste ano e será anunciada brevemente.