"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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"Contos Suicidas"

Depois dos contos reunidos em Área de Serviço de Outras Histórias de Amor (2006) e do romance O Segredo de Leonardo Volpi (2009), este livro marca o regresso à ficção do poeta Fernando Pinto do Amaral.

O que faz com que amemos a morte? Porquê a opção do suicídio? Que força ou que fraqueza leva certas pessoas a esse gesto sem retorno?

Ao longo destas 17 narrativas, Fernando Pinto do Amaral não responde a tais perguntas, mas convida-nos a acompanhar uma estranha galeria de personagens de que fazem parte alguns e algumas suicidas, mas também outras criaturas que, embora sem pensar no suicídio, parecem sempre à beira dos limites, desde um jovem actor revoltado contra o sistema até uma cardiologista que alivia o sofrimento de um paciente, passando por um incendiário beirão, uma jogadora compulsiva, um ex-mafioso nascido em Tavira ou uma avó e uma neta deprimidas numa Noite de Natal.

Ao lermos estes contos, percebemos que cada uma destas personagens talvez procure apenas um sentido para as suas vidas – ainda que tal sentido seja a morte.

«Quase vinte anos depois de Área de Serviço e Outras Histórias de Amor (Dom Quixote, 2006), reúno neste livro 17 narrativas breves. Um título como Contos Suicidas poderá parecer mórbido, mas não o será assim tanto se pensarmos que alguns destes suicídios correspondem a mortes adiadas ou de certo modo imaginárias – e que uma boa parte dos textos não conta a história de qualquer suicídio. O título surgiu-me todavia com naturalidade, tendo em conta a frequência com que os pensamentos suicidas ocupam a cabeça de algumas personagens; desse ponto de vista, o suicídio funciona como o adultério ou o homicídio: basta que algures numa cabeça humana se esbocem vagas intenções para que a ideia comece a germinar e a contaminar o espírito, até constituir ele mesmo, o suicídio, um desses tópicos centrípetos que tendem a absorver a atenção de quem lê – ou de quem escreve –, sejam quais forem as suas modalidades, que vão do suicídio romântico aos 20 anos até ao suicídio assistido, quando muda de nome e passa a chamar-se eutanásia, depois dos 70 ou dos 80. O suicida detém um poder absoluto sobre si mesmo – o de interromper a sua existência – e todavia, à medida que os anos avançam, menor se vai tornando esse poder, pouco a pouco sujeito a um destino que ele não decide, não controla, não domina.»

Da Nota Prévia


Fernando Pinto do Amaral nasceu em Lisboa, em 1960.
Frequentou a Faculdade de Medicina, mas abandonou o curso, vindo a licenciar-se em Línguas e Literaturas Modernas, concluindo o Mestrado e o Doutoramento em Literatura Portuguesa.
Professor da Faculdade de Letras de Lisboa, foi Comissário do Plano Nacional de Leitura entre 2009 e 2017.
Publicou doze livros de poesia, três volumes de ensaio e traduziu poemas de Baudelaire, Verlaine, Jorge Luis Borges e Gabriela Mistral.
Prefaciou edições de poesia de Camões, Bocage, Antero de Quental, Cesário Verde, Ruy Cinatti, Tomaz Kim e Luís Miguel Nava, entre outros.
Integra, desde 1996, o Conselho Editorial da revista Relâmpago.
Foi comissário da exposição 100 Livros do Século (CCB, 1998), tendo igualmente comissariado as presenças portuguesas na Feira do Livro de Frankfurt em 1998 e 1999, bem como no Salão do Livro de Genebra em 2001 e na LIBER – Feira do Livro de Barcelona em 2002.
Publicou ainda o álbum 100 Livros Portugueses do Século XX (Instituto Camões, 2002), três livros para crianças, o volume de contos Área de Serviço e Outras Histórias de Amor (2006) e o romance O Segredo de Leonardo Volpi (2009).
O seu «Fado da Saudade», cantado por Carlos do Carmo, recebeu em Espanha o Prémio Goya para melhor canção original em 2008.

Literatura Lusófona
240 páginas
19,90 Euros
ISBN: 978-972-20-8485-7
1.ª Edição: fevereiro 2025
Dom Quixote | Leya
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