A AMPLA, Mostra de Cinema Premiado, é signatária, em conjunto com várias associações que representam pessoas com deficiência e Surdas, de uma petição pública para o direito à acessibilidade nas salas de cinema portuguesas, reforçando que a experiência cinematográfica é ainda inacessível para uma parte significativa da população. 

A petição apela à criação de medidas que permitam um acesso às salas igualitário, de forma a eliminar barreiras impostas a pessoas com deficiência sensorial, motora ou intelectual e à comunidade Surda. A petição exige, assim, que sejam integrados nas salas de cinema os vários recursos de acessibilidade, como legendas descritivas, audiodescrição, interpretação em Língua Gestual Portuguesa, aro de indução magnética ou Auracast e, também, que seja garantido o acesso físico a pessoas com mobilidade condicionada. 

Rita Gonzalez, enquanto fundadora da AMPLA, refere que “o acesso à cultura está previsto na Constituição da República Portuguesa como um direito para todos e, por isso, esta discussão é urgente. Queremos, com esta petição, apelar à criação de uma regulamentação específica e clara, que crie condições para assegurar o acesso de todas as pessoas com deficiência e Surdas, em condições de igualdade com as demais, à programação das salas de cinema a nível nacional.” Gonzalez reforça ainda que “este é o único caminho para construir uma sociedade mais justa e inclusiva, que não exclua e que não limite o exercício de um direito”.

O texto apela à criação de um plano nacional de acessibilidade para o cinema, que inclua incentivos financeiros para a implementação de tecnologias acessíveis nas salas de cinema, o cumprimento da lei para eliminação das barreiras arquitetónicas, a formação de práticas inclusivas para profissionais do setor e a fiscalização efetiva das normas de acessibilidade.

A petição está disponível para assinatura na plataforma online Petição Pública desde o passado domingo e pode ser consultada aqui. 

Sobre a AMPLA:

A AMPLA é uma mostra de cinema composta por uma seleção de filmes premiados. Em 2025, regressa à Culturgest, em Lisboa, com filmes premiados em 2024 nos principais festivais nacionais, tais como Curtas Vila do Conde, IndieLisboa, MOTELX, MONSTRA, Queer Lisboa, CINANIMA, entre outros. Para ser o mais inclusiva possível, todos os filmes são exibidos com legendas descritivas, interpretação em Língua Gestual Portuguesa e audiodescrição, convidando as pessoas com necessidades específicas e Surdas a desfrutarem das sessões.

O evento é organizado pela Horta Seca - Associação Cultural em parceria com a Duplacena e a Javalimágico, com a co-produção da Culturgest. A mostra conta com a Fundação MEO como mecenas exclusivo de acessibilidade. São parceiros de acessibilidade a Acesso Cultura, a Fundação LIGA, a ACAPO, a Associação Cultural de Surdos da Amadora, a APEC- Associação Promotora do Ensino dos Cegos, a Bengala Mágica - Associação de pais, amigos e familiares de crianças, jovens e adultos cegos e com baixa visão, a APPDA LISBOA - Associação Portuguesa para Perturbações do Desenvolvimento e Autismo e a APCL - Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa.