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Márcia lança novo disco "Ana Márcia"

Ana Márcia" é o título do novo álbum de originais da cantautora Márcia e já está disponível em CD e Vinil Duplo (edição limitada), na FNAC e na Loja do Bairro.

No digital, em exclusivo no Spotify, o álbum está também disponível, mas para já somente com "Manhã Bela" e "Sei Lá" - as canções lançadas até esta data. As restantes canções serão reveladas de forma periódica a partir de dia 14 de fevereiro.

Produzido pela própria e por Filipe C. Monteiro, este que é sexto registo de estúdio da carreira da artista, é um álbum que se divide em capítulos, cada um correspondente a uma fase da vida de Márcia. Para além da sua voz, o álbum conta com os convidados: Catarina Salinas, Sérgio Godinho e Jorge Palma.

"Ana Márcia" é como um regresso a casa. É um álbum de memórias de uma menina cheia de sonhos para o futuro.

Com três capítulos, explora o lugar da infância do passado no primeiro; a jovem que encontra o amor e desamor no segundo, e que descobre, na maternidade, o regresso à sua própria infância através da magia da infância dos filhos. Volta assim à sua criança interior, recomeçando o caminho e recriando os passos, refazendo os seus ensinamentos numa viagem circular entre o presente, o passado e o futuro, percebendo que caminha para a criança que foi.

Catarina Salinas foi convidada para acompanhar a jovem que se desengana, como amiga e cantora contemporânea. Sérgio Godinho e Jorge Palma aparecem a convite para assumir a posição de mentores ou modelo a seguir. Os dois artistas compositores de canções que inspiram e encaminham com carinho a geração seguinte, num disco que combina identidade pessoal e artística. Márcia 

A propósito do lançamento de "Ana Márcia", Samuel Úria escreveu as seguintes palavras:

Cada disco novo da Márcia é um acontecimento. É um marco. Assumo esta perspectiva profundamente viciada com que escrevo: incluo os álbuns da cantora/compositora nas minhas contas cronológicas, na minha catalogação biográfica. Os anos passam e eu distingo-os pelos numerais, pelos campeonatos do meu clube, pelas cicatrizes que ganhei, pelos sobrinhos que me nasceram, pelos discos da Márcia que lá saíram.

2025 é, portanto, ano de acontecimento. Álbum novo da minha amiga Márcia. Sei que, por esta altura, já incorri num excesso de pronomes na primeira pessoa, muitos deles possessivos; por nenhum pedirei desculpa. Tampouco me vou penalizar quando, ao escrever sobre o disco de outrem, me focar egocentricamente nos meus ouvidos (esses corações estereofónicos que tanto sentem). Sou um narrador homodiegético, mas tenho motivos. Lá iremos.

“Ana Márcia” é o disco mais íntimo da (Ana) Márcia. Parece que, ao declará-lo, incorro num lugar comum, ou numa consideração genérica; tudo menos isso. A intimidade é, talvez, o ingrediente mais pungente de todos os prévios trabalhos da artista: está nas histórias que nos confessa e na voz com que as sussurra e se sutura. Este disco é, portanto, mais do mesmo – e não duvidem que o assevero em elogio: é muitíssimo mais dum mesmo que sempre comove, sempre resgata. É a Márcia a revelar-se e a renovar-se naquilo que críamos desvendado, estabelecido, insuperável. Que maravilha!

A intimidade e os meus ouvidos. Se falo tão solipsista destas canções é porque estas canções falam tanto comigo. Sendo íntimas, por muito que sirvam perfeitamente a escuta comunitária, têm aquele condão raro de criar estreiteza com o ouvinte individual. A relação pessoal que desenvolvi com este leque de canções é duma pureza que nem a vastidão das minhas falhas tinge. “Ana Márcia” é um acontecimento de intimidade que nos melhora. “Não tem mal ter defeito”, diz-nos no início; diz-nos do alto da sua infalibilidade.

Íntimo. O disco soa-me à casa da Márcia, que conheço. O disco vai soar-vos à casa da Márcia, que não conhecem. As canções hospitaleiras trazem a doçura e a dureza, prole e perda, das casas reais. A Márcia não poupa essa realidade doméstica. Há o mimo e o lamento, na tradição bem-aventurada dos que encontram mais verdade na partilha do que no resguardo. Intimidade luminosa contra a privacidade escura: que lição tão doce e dura que recebo.

Íntimo e familiar. Ouvem-se filhos, ecoam pais desaparecidos. Aparecem pais musicais, consagrados e arrebatados. Miam gatos e Salinas felinas. Comovem-se todos os instrumentos em que tacteia o marido. É o mais alindado retrato de família, e sentimo-nos parentes por afinidade sonora.

Falo-vos do melhor disco da Márcia até à data (e os discos da Márcia são-me como datas). Equilibrado entre a continuidade e o arrojo, é um testemunho de inspiração inigualável. Álbum que comprova a minha amiga como mestre e senhora do seu ofício, álbum onde Palma e Godinho aparecem como pares dedicados e não meros cameos olímpicos. Contraria o negrume do ano que marca: 2025 já não será de treva, será de intimidade.

De volta a mim, aos meus pronomes possessivos. Quero sair-vos da frente com uma confissão: falo muito bem da Márcia, falo muito bem deste “Ana Márcia”, porque sou amigo dela. Faccioso me confesso, mas também insuspeito. Em 2008, a minha amizade com a Márcia começou pelas canções. Começou por querer abeirar-me daquela voz que, vinda duma desconhecida, me oferecia intimidade. Este brilhante último álbum soa como testemunho de mil coisas que descobri sobre a amiga e artista ao longo de todos estes anos. Mas é também um disco deslumbrante que, como se fôssemos estranhos, me faz querer conhecer a Márcia de raiz. Juntem-se. Samuel Úria

 

Em estúdio Márcia contou com Filipe C. Monteiro na guitarra eléctrica, guitarra acústica e teclas; David Santos no baixo; Manuel Dordio na guitarra eléctrica e Zé Kiko Moreira na bateria. Também João Cabrita, Tomás Pimentel e Jorge Guerreiro reforçaram o ensemble com os seus saxofone, trompete e trombone.

O disco foi gravado misturado por Nélson Carvalho, no Estúdio Louva-a-Deus, e masterizado por Mário Barreiros. 

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