"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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A frescura e a febre dos primeiros encontros

Assírio & Alvim publica As Flores do Mal, de Charles Baudelaire. Uma reedição da tradução premiada de Fernando Pinto do Amaral, agora com um novo prefácio. 

Obra-prima de Charles Baudelaire, As Flores do Mal (1857) representam uma rutura com toda a poesia escrita antes dela. Aqui, encontramos o homem urbano a braços com a violência da modernidade, misturando no mesmo poema um tom elevado com temas indignos, carregados de ódio, horror ou sensualidade. Esta ousada forma de escrever poesia levou o autor a ser condenado e à censura de algumas composições, marcando contudo o rumo da literatura futura.

Recuperamos, nesta edição bilingue revista e aprimorada, a tradução de Fernando Pinto do Amaral, a primeira para português europeu, publicada em 1992 e vencedora dos prémios PEN Clube Português e Associação Portuguesa de Tradutores.

O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 20 de fevereiro de 2025.

A BELEZA

Sou tão bela, ó mortais!, como um sonho de pedra,
E o meu seio, que foi o assassino de todos,
É feito pra inspirar ao poeta um amor
Sempre mudo e eterno, assim como a matéria.

Sentada no azul, esfinge incompreendida,
Com a brancura do cisne e um coração de neve,
Odeio o movimento que as linhas altera,
E assim como não choro também nunca rio.

Os poetas, ante as minhas grandes atitudes,
Que pareço copiar de nobres monumentos,
Vão consumir a vida em austeros estudos;

Já que, pra fascinar esses dóceis amantes,
Tenho espelhos que tornam as coisas mais belas:
Meus grandes olhos, luz de claridade eterna!

SOBRE O LIVRO
Título: 
As Flores do Mal
Autor: Charles Baudelaire
Tradução, textos e notas: Fernando Pinto do Amaral
N.º de Páginas: 528
PVP: 19,99€
Coleção: documenta poética

Ver primeiras páginas 

SOBRE O AUTOR 


Charles Baudelaire
Nasceu em Paris a 9 de abril de 1821, filho de François Baudelaire e da jovem Caroline. Após a morte do marido em 1827, esta desposou o comandante Aupick, mais tarde general e embaixador francês em Espanha, com quem Baudelaire cedo se incompatibilizaria. Ao atingir a maioridade reivindica a herança paterna, que irá desbaratar, consome ópio e haxixe (experiência que está na origem de Os Paraísos Artificiais, de 1860) e relaciona-se com a atriz Jeanne Duval. Conhecido principalmente pela sua poesia, Baudelaire também fez crítica literária e artística, ensaio, novelas e traduções, das quais se destaca uma parte substancial da obra de Edgar Alan Poe. Ficaram para as posteridade os seus livros O Pintor da Vida Moderna (1863), a obra póstuma O Spleen de Paris (1869) ou As Flores do Mal (1857), obra-prima da poesia moderna que escandalizou a sociedade francesa da época e condenou o autor ao banco dos réus. Com uma saúde já fragilizada pela sífilis, Baudelaire ficará paralisado após uma queda na igreja de St. Loup, acabando por morrer anos mais tarde, a 31 de agosto de 1867.

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