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Pinturas de Guardi da Fundação Gulbenkian estão no Museu Thyssen-Bornemisza de Madrid

Exposição termina em maio. É a vez de o museu lisboeta emprestar as suas 19 pinturas de Guardi, depois de o madrileno lhe ter cedido obras de Canaletto, Longhi e Piazzetta.

Veneza em Festa. De Canaletto a Guardi esteve no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, até 13 de janeiro © Rui Gaudêncio

As 19 pinturas de Francesco Guardi pertencentes à Fundação Gulbenkian estão desde esta segunda-feira em exposição no Museu Thyssen de Madrid, onde ficarão até 11 de maio.

A exposição Guardi e Veneza na coleção do Museu Gulbenkian inclui ainda um quadro do filho do pintor veneziano, Giacomo Guardi, também da Gulbenkian.

A mostra completa-se com uma obra de Canaletto (1697-1768) que serviu de inspiração a Francesco Guardi (1721-1783) e que pertence à coleção Thyssen-Bornemisza.

Francesco Guardi foi "o último dos grandes pintores venezianos" e, apesar de "talvez não ter a popularidade que merece", ao contrário do que sucede com Canaletto, e depois de ter sido "pouco apreciado em vida", é atualmente considerado "um dos melhores pintores" da sua época, realçou o diretor artístico do Museu Thyssen-Bornemisza, Guillermo Solana, na inauguração da exposição de Madrid.

O artista veneziano é o pintor mais representado na coleção de arte que reuniu o próprio Calouste Gulbenkian, que adquiriu o conjunto de obras de Francesco Guardi entre 1907 e 1921.

As obras de Guardi integram a exposição permanente do Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde têm uma sala própria, o que sublinha a excecionalidade desta mostra em Madrid e o que, ao mesmo tempo, colocou algumas dificuldades à sua concretização, reconheceu o diretor do museu lisboeta, o historiador de arte António Filipe Pimentel, que esteve também na inauguração no Thyssen-Bornemisza.

Tanto António Filipe Pimentel como Guillermo Solana destacaram a colaboração "de muitos anos" entre os dois museus, que tem incluído empréstimos mútuos regulares, de "obras que normalmente não se emprestam", e a co-organização de exposições.

Entre outubro do ano passado e 13 de janeiro último, esteve na Gulbenkian, em Lisboa, uma exposição com mais de 50 obras que celebram a ligação da pintura do século XVIII à arquitetura única da cidade de Veneza, com obras de mestres como Canaletto e Guardi, uma mostra que resultou, precisamente, de uma colaboração entre os dois museus.

Veneza em Festa. De Canaletto a Guardi, assim se chamava, reuniu também pinturas de Giambattista Tiepolo ou Bernardo Bellotto.

O Museu Gulbenkian contribuiu com as 19 obras de Francesco Guardi que possui, enquanto o Museu Thyssen levou para a exposição em Lisboa um conjunto de obras de outros mestres venezianos, incluindo Canaletto, Michele Marieschi, Pietro Longhi e Giambattista Piazzetta.

Hoje, "em reciprocidade", chegou a Madrid "a coleção integral dos famosos Guardi do Museu Calouste Gulbenkian", afirmou Guillermo Solana.

A par da exposição das 20 obras, haverá no Thyssen, entre março e abril, uma série de atividades paralelas e complementares, como três conferências e um concerto, em colaboração com a Embaixada de Portugal em Espanha.

O embaixador português em Madrid, João Mira Gomes, destacou o papel fundamental da cultura na "missão de aproximar os povos e os públicos" de Portugal e Espanha, congratulando-se com o exemplo da colaboração entre "duas instituições fundamentais" nos dois países, a Gulbenkian e o Thyssen-Bornemisza.


Fonte: LUSA | 3 de fevereiro de 2025

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