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A força das mulheres iranianas na nova coreografia de Clara Andermatt
“Sensorianas” estreia sexta-feira no Teatro Camões, em Lisboa. A nova coreografia de Clara Andermatt explora a cultura iraniana. Em palco um elenco todo feminino que explora a força e a condição da mulher no Irão.
![© Foto Mário J. Negrão/Estúdios Victor Córdon © Foto Mário J. Negrão/Estúdios Victor Córdon](https://www.e-cultura.pt/images/user/image17382292808876.jpg)
“Sensorianas” que sobe ao palco do Teatro Camões, em Lisboa sexta e sábado é um espetáculo que nasceu do desafio que Rui Lopes Graça lançou a Clara Andermatt para criar uma peça para o programa “Outros Mundos”, dos Estúdios Victor Córdon, inspirado na cultura persa.
O exercício levou a coreografa portuguesa a mergulhar numa cultura que desconhecia. Em entrevista Clara Andermatt explica que o mais “importante foi mapear a diáspora iraniana em Portugal”.
“Eu sabia que o Irão tinha realmente uma riqueza cultural e artística ligada à música, à dança, à poesia. Esse foi o ponto de partida. É um país muito vasto, com muitas etnias diferentes, com muitas expressões de dança bastante diferentes e fomos mergulhar nessa direção”, explica a coreografa.
Mas rapidamente Clara Andermatt percebeu que queria trabalhar no feminino. “Quis logo desde o início, ter um elenco feminino e debruçar-me sobre o universo feminino que está muito ligado no Irão às problemáticas que todos conhecemos”, explica.
A problemática da condição da mulher “extravasa o próprio Irão”, afirma Clara Andermatt. “A mulher, a sua condição, a sua força e as suas características” são questões exploradas neste espetáculo que vai percorrer o país.
“São cinco mulheres em palco. Uma delas veio da Holanda e aceitou este desafio. É uma bailarina de dança clássica persa e que tem um conhecimento muito vasto das diferentes danças do Irão. Ela foi um ponto fundamental para nos introduzir a cultura”, explica a coreografa.
Clara Andermatt sente que mergulhou numa cultura cheia de “riqueza”. No texto de apresentação do espetáculo diz mesmo que a criação desta peça foi “uma aventura de descoberta”.
“O espetáculo acaba por ter uma forma poética, porque foi essa a minha ideia. Ao tratar a música, a poesia e a dança está cheio de referências e simbolismos em relação à cultura persa. É uma viagem por muitas histórias que se sobrepõem, evocando muito a mulher”.
Depois do Teatro Camões, em Lisboa, “Sensorianas” parte em fevereiro para Guimarães onde se apresenta no Festival Guidance no dia 13. Depois a 5 de março sobe ao palco do Teatro Aveirense, em Aveiro; dia 29 de abril apresenta-se no CineTeatro Lourletano, em Loulé, no Algarve e a 16 de maio no Teatro Viriato, em Viseu.
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por Maria João Costa in Renascença | 29 de janeiro de 2025
Notícia no âmbito da parceira Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença