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Desfazer o silêncio familiar cicatrizado
As Crianças Adormecidas é o novo título da coleção Contemporânea da Livros do Brasil. Nesta estreia literária vastamente elogiada, Anthony Passeron investiga a tragédia da sua família, e de tantas outras, quando em França e nos EUA começou a surgir um vírus desconhecido a que chamaríamos sida.
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Na família de Anthony Passeron, cada um, à sua maneira, confiscou a verdade. Hoje, quarenta anos volvidos, já quase nada resta dessa história de que ninguém fala. Quase. As Crianças Adormecidas é a última tentativa para que algo persista, confessa o autor francês. Misturando recordações doces e duras, confissões incompletas e reconstituições documentadas daquilo que os seus parentes mais próximos viveram em solidão, este livro é uma forma de os ajudar a livrarem-se do desgosto.
«Amesterdão é uma cidade belíssima. As pessoas são adoráveis. Volto em breve. Um beijo. Désiré.» Os tormentos da família começaram com estas palavras inscritas no verso de um postal. O primeiro dos filhos era incumbido de dar o exemplo, de honrar o nome dos seus antepassados. Désiré não foi assim. Mas o seu destino não merece ser guardado em silêncio. A tradução para português é de Diogo Paiva.
O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 23 de janeiro de 2025.
SOBRE O LIVRO
As Crianças Adormecidas
Na década de oitenta, a explosão do consumo de heroína e o surgimento da epidemia da sida tiveram um efeito devastador em toda uma geração de jovens. Quarenta anos depois da morte do seu tio Désiré, Anthony Passeron decidiu investigar a história silenciada da sua família e analisar o que no campo científico internacional corria em paralelo. O resultado é As Crianças Adormecidas, uma narrativa comovente que entrelaça memórias íntimas, sociologia e história, olhando para o sofrimento solitário de uma família em particular e para a competição entre hospitais e centros de investigação franceses e norte-americanos, até à identificação, em 1983, de um vírus que matou milhões de pessoas em todo o mundo. Este é um retrato sóbrio de uma época de caos, vibrante com ânsias de liberdade, de expressão de orgulho, de viver o novo, perplexa com um terror desconhecido, uma dor indizível, um luto asfixiado pelo estigma.
Ver primeiras páginas
Título: As Crianças Adormecidas
Autor: Anthony Passeron
Tradução: Diogo Paiva
Páginas: 192
PVP: 17,75€
Coleção: Contemporânea
CRÍTICAS
«Sem nunca levantar a voz, desfez o silêncio familiar cicatrizado sobre a tragédia e construiu um texto tão poderoso, tão comovente, que permanece connosco muito após a leitura. Sublime.»
Annie Ernaux
«Anthony Passeron assina um grande romance sobre esquecimento, construído com uma linguagem precisa e sóbria. Os capítulos curtos sobre o percurso do seu tio alternam com aqueles dedicados à descoberta da sida em França. Ao início, a atenção dos investigadores e dos meios de comunicação social focou-se em Paris e no meio gay. Quarenta anos passados, a história destes jovens da Provença que estiveram na linha da frente do tráfico de droga organizado pela “French Connection” é por fim contada.»
Magazine Lire (França)
«Testemunhas contemporâneas podem confirmar a veracidade desta história, também para os mais jovens, que dela foram poupados mas que a deveriam conhecer. Memória, crónica familiar, romance, história: As Crianças Adormecidas, de Anthony Passeron, combina com mestria todos os pontos fortes destes géneros narrativos.»
Süddeutsche Zeitung (Alemanha)
«Meticuloso e avassalador.»
De Volkskrant (Países Baixos)
«Entra-se em As Crianças Adormecidas, de Anthony Passeron, como se se entrasse num sonho. (…) Sóbrio, sincero, nunca melodramático, mas poético nos momentos certos.»
Elle (Itália)
«Um testemunho literário destemido e luminoso.»
Babelia, El País (Espanha)
«Ao resgatar a história do tio morto pela aids, o romance de estreia de Anthony Passeron visita o nascimento do estigma e a luta pela cura.»
Quatro cinco um (Brasil)
SOBRE O AUTOR
Anthony Passeron
Nasceu em Nice em 1983 e é professor de Literatura e de História e Geografia numa escola profissional. Em 2022 publicou o seu primeiro livro, As Crianças Adormecidas, com que foi finalista do Prémio Inter 2023 e do Prémio dos Livreiros em França e venceu vários outros, entre os quais o Première Plume, de melhor obra de estreia, e o Wepler – Fondation La Poste, de literatura contemporânea.