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António Costa Silva faz o retrato do país que celebra 50 anos de independência em 2025
"Desconseguiram Angola" é um romance que António Costa Silva publicou, em edição restrita, sob pseudónimo, mas que agora assume publicamente.
A farra estava nice… Bundas caloríficas e perfumes das europas… Luanda de sábado à noite.
Desconseguiram Angola fala-nos de um período vivido já há meio século, quando se tentava construir uma nação no meio de uma guerra, que se prolongaria por mais 27 anos! Hoje, nas vastas chanas do leste e nas planuras cuito-cuanavalescas, já não se ouvem os canhões nem se bombardeiam civis, mas as lavras continuam por lavrar, com temor das muitas minas outrora plantadas.
Há vários livros dentro deste livro: o do regresso imaginado à infância, o da vida e das histórias de Luanda, o dos rios ancestrais de África e o da guerra. Há um cruzamento de caminhos sob o cenário da guerra, a mais longa da história de Angola, que marcou o país, as pessoas, as palavras.
A guerra, essa, não acabou. Antes se transformou numa desconseguerra, sobretudo em cenários urbanos, e em milhões na refrega, em combates diários pela sobrevivência, nos raides à carga dos camiões, à caça dos bagos de arroz, finalmente apreendidos por estes guerrilheiros urbanos que combatem agora sem armas, unidos sob a mesma bandeira invisível, a da luta contra a fome.
Desconseguiram Angola interroga o instinto belicista do género humano, realizando uma peregrinação através da história recente de Angola e da banalidade do mal.
Todas as palavras estão incendiadas pela guerra, as próprias palavras usam fato de combate.
António José da Costa Silva nasce em 23 de novembro de 1952 em Catabola, Angola. Estudante na Universidade de Luanda, milita nos Comités Amílcar Cabral e na Organização Comunista de Angola. É preso pelo MPLA em 22 de dezembro de 1977. Sobrevive à tortura e escapa mesmo a um fuzilamento, sendo libertado após duas greves de fome. Inicia, então, na Sonangol, uma carreira na área dos petróleos.
As sequelas da tortura, em particular a deterioração da visão, levam-no a procurar tratamento em Portugal e Espanha. Licencia-se em Engenharia de Minas no Instituto Superior Técnico, concluindo o mestrado em Engenharia de Petróleos na Imperial College. Obtém o doutoramento pelas duas faculdades.
Na vida profissional, passa pela Companhia Portuguesa de Serviços, pela multinacional francesa CGG, pelo Instituto Francês do Petróleo e, a partir de 2004, pela Partex, empresa da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi ministro da Economia e do Mar do XXIII Governo Constitucional da República Portuguesa. É professor aposentado do Instituto Superior Técnico.
Ficha Técnica:
Categoria(s): Ficção, Literatura de Língua Portuguesa
Nº de Páginas: 208
Ano de Edição: Janeiro 2025
ISBN: 978-989-576-148-7
Formato: 15x23
Capa: Brochado
Guerra & Paz