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Theatro Circo entra em 2025 com Tiago Rodrigues, Mário Laginha, Meg Stuart e Mark Eitzel
A programação entre janeiro e abril do próximo ano da instituição bracarense atravessa as artes performativas, a música, o cinema e atividades para público infanto-juvenil.
A nova criação de Tiago Rodrigues, um espetáculo que reúne os bailarinos Francisco Camacho e Meg Stuart, concertos de Mão Morta, Sérgio Godinho, Tarta Relena, Mário Laginha, Panda Bear ou Mark Eitzel são alguns dos destaques da programação do Theatro Circo, em Braga, para os primeiros quatro meses de 2025.
No ano em que Braga será Capital Portuguesa da Cultura, o Theatro Circo "afirma-se como um pólo artístico de referência no país", com uma programação entre Janeiro e Abril que inclui "apresentações inéditas, encomendas e novas criações", lê-se num comunicado divulgado por aquele equipamento cultural, dirigido por Luís Fernandes, também à frente do gnration, outro espaço central no ecossistema cultural de Braga.
Sendo o Theatro Circo "um dos epicentros" desta iniciativa, acolherá, a 25 de janeiro, o Programa de Abertura da Braga 25 Capital Portuguesa da Cultura, que irá desenrolar-se ao longo do dia em vários locais da cidade. Ainda no âmbito da programação da Capital, o Theatro Circo acolhe, a 1 de fevereiro, o festival Square - Mapping the Atlantic, que inclui a atuação da cantora espanhola Adelaida e da marroquina Asmâa Hamzaoui com o grupo Bnat Timbouktou.
Mas o 2025 do Theatro Circo arranca com artes performativas. A 10 de janeiro, o encenador Marco Paiva e a companhia Terra Amarela voltam a palco com Ricardo III, uma versão da obra de William Shakespeare em Língua Gestual Portuguesa e Espanhola, recorrendo ao gesto, à mímica e ao músculo, com um elenco composto por intérpretes portugueses e espanhóis.
Em fevereiro, no dia 15, entra em cena Quando eu Morrer, Vou Fazer Filmes no Inferno, do ator, dramaturgo e encenador Mário Coelho. A 27 e 28, é a vez de No Yogurt for the Dead, a nova criação de Tiago Rodrigues, encenador e diretor artístico do Festival de Avignon. Este espetáculo sobre "uma voluntária de um hospital que ouve as histórias de um homem prestes a morrer e sobre o livro que ele nunca chegou a escrever", concebido a partir dos últimos dias de vida do pai do encenador, chega a Braga depois da apresentação na Culturgest, em Lisboa, e da estreia no teatro NTGent, na Bélgica.
Ainda nas artes performativas, a 28 de março o Theatro Circo recebe Limbo, do ator e encenador Victor de Oliveira, "luso-moçambicano, luso-francês, franco-moçambicano, afro-europeu, mulato, mestiço, mais para o branco, mais para o negro”, como introduz neste espetáculo sobre uma identidade "entre-dois", que passou pelo Teatro do Bairro Alto em 2021.
Em abril, juntam-se em palco duas figuras maiores da dança contemporânea europeia, cúmplices de longa data: o português Francisco Camacho e a norte-americana, há muito radicada na Europa, Meg Stuart, com Steal You for a Moment, um dueto entre "o místico e o mundano" inspirado nas ruínas nurágicas da ilha italiana de Sardenha, "vestígios de uma cultura rica que se foi erodindo lentamente" (o espetáculo estreia-se em março no Teatro Municipal do Porto).
Inserido no programa Supracasa, haverá o espetáculo infanto-juvenil O Duelo e Outras Histórias, da coreógrafa Joana Providência, e no dia 22 do mesmo mês, Hide to Seek, do coreógrafo Júlio Cerdeira.
Centenário de Carlos Paredes
No departamento da música, o Theatro Circo apresenta o ciclo Contraponto, que contará, a 11 de janeiro, com o espetáculo Rzewski e Shostakovich, pela Jovem Orquestra Portuguesa; Music for 18 Musicians, obra de Steve Reich pela mão do coletivo de percussão Drumming GP, a 7 de março; e Metamorfose, pelo Suelen Estar Quartet, numa homenagem ao repertório para quarteto de cordas da compositora norte-americana Caroline Shaw, a 4 de abril.
A programação musical para os primeiros meses de 2025 inclui também concertos de Mão Morta, a 18 de janeiro; de Sérgio Godinho, a 31 de janeiro; do pianista Mário Laginha, que a 21 de fevereiro irá assinalar o centenário do nascimento de Carlos Paredes (1925-2024), mestre da guitarra portuguesa, num desafio lançado pelo Theatro Circo; do duo catalão Tarta Relena, (22 de fevereiro), de Helena Ros e Marta Torrella, que se dizem inventoras (meio a sério, meio a brincar) dos géneros “folk tronadet [arruinada ou deteriorada, em catalão]” e “gregoriano progressivo”; de Panda Bear, a 21 de março, em mais uma paragem da digressão nacional do seu novo álbum, Sinister Grift; e da compositora e cantora inglesa Keeley Forsyth, em estreia em Portugal no dia 29 de março.
Ainda nos concertos, a 5 de abril, o cantor e compositor americano Mark Eitzel, rosto dos icónicos American Music Club, também com uma longa carreira a solo, junta-se ao Octecto de Cordas, composto por intérpretes da Escola Profissional de Música de Espinho e do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, numa encomenda do Theatro Circo feita em parceria com a Culturgest e o Auditório de Espinho, por onde também passará este espetáculo.
À boleia da programação fora de portas do Teatro Nacional de São Carlos, a instituição bracarense recebe a ópera Il Trionfo del Tempo e del Disinganno, de Georg Friedrich Händel, e no âmbito do CINEX será exibido o filme Faust, clássico de F.W. Murnau, musicado ao vivo pela pianista e compositora escocesa Kathryn Joseph. No cruzamento entre música e cinema, haverá também um cine-concerto de Pierre Bastien com curtas-metragens japonesas das décadas de 1920 e 1930.
Já a programação dedicada ao público infanto-juvenil arranca logo em janeiro, com uma oficina de escrita orientada por Capicua, e uma outra de criação musical com Inês Malheiro, ambas no decorrer do projeto Três Tempos, que envolve o Theatro Circo, a Culturgest e o Teatro Viriato. Em Fevereiro é apresentado o espetáculo micro micro coisas, do coletivo teatral Plataforma285, e em Março realiza-se a oficina de música para bebés e crianças Será de Voar?, das criadoras Aurora Miranda e Joana Mafalda Araújo.
Em abril, o Monstra - Festival de Animação de Lisboa leva a Braga a sessão de cinema Animação e Fascinação, e a Confederação - Coletivo de Investigação Teatral organiza a Officina Teatro de Sombras.
A programação completa do Theatro Circo para os primeiros quatro meses de 2025 pode ser consultada no site oficial da instituição.
por Mariana Duarte e Lusa in Público | 5 de dezembro de 2024
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público