Convidada pela ABA a assumir o que considera ser “um grande desafio” a soprano anunciou hoje que trabalhará “no sentido de construir um festival com linhas programáticas de grande qualidade, pensadas muito especificamente para os espaços de Óbidos e sua comunidade, mas sempre com um olhar internacional, com o objetivo maior de colocar o FOO lado a lado com os seus congéneres europeus”.

Citada numa nota às redações. Carola Caramujo afirmou tratar-se de uma oportunidade com “um significado especial”, já que pela primeira vez irá compatibilizar uma outra atividade com a sua “carreira de performance”.

 Diplomada pela Guildhall School of Music and Drama e pelo Royal Conservatoire of Scotland, a cantora já venceu vários prémios, entre os quais o Concurso Nacional de Canto Luísa Todi (Portugal), o Musikförderpreis der Hans-Sachs-Loge (Alemanha) e o Dewar Award (Reino Unido).

Tem trabalhado com alguns dos mais consagrados maestros e encenadores do mundo da ópera, apresentando-se regularmente nas mais reputadas salas da Europa, América do Sul e África do Sul.

Aceitou agora “este desafio com entusiasmo, mas também enorme sentido de responsabilidade e espírito de missão”, disse, sublinhando como fator importante para a tomada desta decisão “o estímulo de integrar uma equipa de grandes profissionais e valores irrepreensíveis.”

Sobre o FOO, que decorre anualmente em setembro, enquadrado na vila histórica de Óbidos, no distrito de Leiria, acredita ter “todo o potencial para se tornar num festival de intercâmbio criativo entre artistas nacionais e internacionais, um motor de estímulo e desenvolvimento da lírica nacional em todas as suas vertentes artísticas e profissionais.”

Citado na mesma nota de imprensa, o vice-presidente da ABA e coordenador do FOO, José Rafael Rodrigues, afirma que com a nova diretora artística "abre-se um renovado e auspicioso ciclo para o festival”, no qual se pretende “consolidar uma posição de referência a nível nacional, sem descurar a afirmação no panorama internacional”.

Para o presidente do município de Óbidos, Filipe Daniel, a escolha de Carla Caramujo reflete “um reforço na aposta estratégica” que a autarquia tem vindo a fazer no evento nos últimos anos” e vem “reforçar a capacidade organizativa de um festival que em boa hora decidimos reativar”.

O festival, lançado em 2004 pela autarquia, foi interrompido durante alguns anos e retomado nas duas últimas edições numa organização da ABA – Banda de Alcobaça Associação de Artes, em parceria estratégica com o município de Óbidos, e o apoio da República Portuguesa – Cultura / Direção Geral das Artes.

Na edição 2025, o FOO irá assinalar várias efemérides, entre as quais os 150 anos do nascimento de Maurice Ravel (1875-1937), os 150 anos da morte de Georges Bizet (1838-1875) e os 500 anos da morte de Vasco da Gama (1469-1524).

Fonte: LUSA | 25 de novembro de 2024