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Município de Esposende reedita mais três obras de Manuel de Boaventura
A Casa-Museu Manuel de Boaventura está cada vez mais perto de ser uma realidade. Depois da aquisição da casa do escritor, situada em Palmeira de Faro, o Município de Esposende avançou agora com a contratação da equipa projetista que elaborará o projeto de recuperação e adaptação a Casa-Museu.
Realçando que “a melhor maneira de homenagearmos as nossas figuras mais queridas e ilustres é recordarmos a sua vida e perpetuarmos a sua obra”, o autarca lembrou que o Município tem vindo, desde 2017, a proceder à reedição crítica da obra de Manuel de Boaventura, “precisamente para que todos conheçam o seu legado e a grandeza do seu trabalho literário”. Assim, foram já publicados: “O Solar dos Vermelhos” 2017); “Crimes dum Usurário” (2018); “No Presídio – Memórias dum Conspirador” (2019); “Contos do Minho” (2020); “Novos Contos do Minho” e “Lapinhas do Natal” (2022); “Zé do Telhado no Minho” e “Histórias Contadas à Lareira” (2023). Os três títulos agora apresentados, conjuntamente com a reedição crítica da obra “Vocabulário Minhoto”, que ocorrerá em 2025, encerram a publicação da sua obra romanesca – os volumes IX e X da coleção “Obras de Manuel de Boaventura”, sem prejuízo de o Município vir a editar outras obras sobre o autor.
Guilherme Emílio realçou que “homenagear Manuel de Boaventura é um ato de profunda justiça”, que se encontra refletido também no Prémio Literário, instituído pelo Município, a partir de 2016, e que já premiou nomes como Ana Margarida Carvalho (2017), Filipa Martins (2019), Mia Couto (2021) e Giovana Madalosso e Rui Couceiro (2023), nomes que prestigiam e engrandecem este Prémio.
Ciente de que “era possível ir ainda mais longe”, o Município avançou com a aquisição da moradia do escritor, com o intuito de a transformar em Casa-Museu, um “projeto ambicioso, à medida da sua grandeza”, e que se pretende seja “uma referência da nossa identidade cultural em termos regionais e nacionais, servindo como produto estruturante na oferta cultural do nosso concelho”, afiançou Guilherme Emílio.
A apresentação dos três títulos agora reeditados esteve a cargo de Sérgio Guimarães de Sousa, autor do estudo prévio e responsável pela fixação do texto, que destacou o empenho do Município em dar a conhecer o escritor Manuel de Boaventura e a sua obra.
“A literatura é, talvez, a forma mais profunda de pensar a realidade do território, porque recorre a personagens, neste caso de Esposende, de um passado não assim tão longínquo quanto isso, e permite repensar esse território e sobretudo essa dimensão do que ele foi e do que pode vir a ser, tendo sempre como horizonte o presente, o horizonte das suas raízes fundamentais, que são raízes rurais. Manuel de Boaventura é um escritor disso mesmo”, afirmou.
Estando apenas a um título de dar por terminado este trabalho da redição das obras de Manuel de Boaventura, Sérgio Guimarães de Sousa agradeceu ao Município “a honra de ter desenvolvido este trabalho” e saudou a autarquia pelo “investimento avultado, cujo retorno não é imediato e automático, mas de longa duração”.
A neta do escritor, Helena Boaventura, agradeceu ao Município por ter assumido a preservação e promoção do legado de Manuel de Boaventura, reconhecendo que está a fazer um excelente trabalho nesse domínio e assumindo que a família, por si só, não teria capacidade para empreender esse desígnio.