"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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Um longo canto de memória e desejo

Assírio & Alvim publica A Terra Desolada, o livro mais importante de T.S. Eliot, agora disponível numa edição bilingue com tradução de Jorge Vaz de Carvalho. 

«Abril é o mais cruel dos meses», quem não terá ouvido este belo verso de A Terra Desolada? T.S. Eliot, um dos maiores poetas de língua inglesa, prémio Nobel de Literatura em 1948, cimentaria a sua reputação com este livro: um longo canto de «memória e desejo» sobre os horrores da Grande Guerra, a devastação da terra e da cultura e a proposta de um sincretismo entre Oriente e Ocidente, como solução de uma «paz para além do entendimento».

O livro já se encontra disponível online e nas livrarias.

Enorme lenho marinho alimentado de cobre
Ardia verde e laranja, emoldurado pela pedra colorida,
Em cuja luz triste um golfinho entalhado nadava.
Sobre o lintel da lareira antiga era mostrada
Como se uma janela desse para a cena silvana
A metamorfose de Filomela, pelo bárbaro rei
Tão brutalmente forçada; mas ali o rouxinol
Enchia todo o deserto com voz inviolável
E ela ainda gritava, e o mundo ainda persegue,
«Tiu tiu» a ouvidos imundos.
E outros ressequidos cotos de tempo
Estavam narrados nas paredes; formas arregaladas
Assomavam, debruçando-se, silenciando a sala cercada.
Passos arrastavam-se na escada.
Sob a luz do fogo, sob a escova, o cabelo dela
Espalhava-se em pontas flamejantes
Refulgia em palavras, depois ficava selvaticamente quieto. 


SOBRE O LIVRO

Título: A Terra Desolada
Autora: T.S. Eliot
N.º de Páginas: 72
PVP: 14,40€
Coleção: documenta poetica

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SOBRE O AUTOR

T.S. Eliot
Poeta, crítico e dramaturgo inglês, nasceu em St. Louis, no Missouri, em 1888. Frequentou a Universidade de Harvard (1906-10), prosseguindo os seus estudos na Sorbonne, onde estudou durante um ano. Regressou a Harvard para estudar Filosofia por um período de três anos. Persuadido por Ezra Pound, fixou-se definitivamente em Inglaterra em 1915, naturalizando-se em 1927, ano em que se converte ao «anglo-catolicismo», nas suas palavras. Depois de lecionar em diversas escolas inglesas, Eliot trabalhou durante oito anos no Lloyds Bank, antes de se tornar editor da editora Faber (1925). Pela sua obra, de que se destacam os títulos Prufrock e Outras Observações (1915), A Terra Desolada (1922) e Quatro Quartetos (1941), foi-lhe atribuído o prémio Nobel de Literatura em 1948. Morreu de um enfisema, em Londres, em 1965. 

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