O prémio Nobel da Literatura foi atribuído à sul-coreana Han Kang “pela sua intensa prosa poética que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana”, revelou esta quinta-feira a Academia Sueca.
É a 18.ª mulher a receber o Nobel da Literatura. Autora multipremiada, foi distinguida em 2016 com o Prémio Internacional Man Booker, pelo seu romance "A Vegetariana".
O secretário permanente da Academia Sueca, Mats Malm, foi quem revelou o nome da vencedora do Nobel da Literatura 2024. Falou ao telefone com a escritora sul-coreana, que estava a ter um "dia banal", acabara de jantar com o filho e "não estava preparada para isto".
"Han Kang nasceu em 1970 na cidade sul-coreana de Gwangju e, aos nove anos de idade, mudou-se com a família para Seul. O seu pai é um romancista de renome [Han Seung-won]. A par da escrita, dedicou-se também à arte e à música, o que se reflete em toda a sua produção literária", segundo a biografia da Academia Sueca.
Para Anders Olsson, chairman do Comité Nobel, Han Kang "tem uma consciência única das conexões entre corpo e alma, os vivos e os mortos", e com o "seu estilo poético e experimental tornou-se uma inovadora na prosa contemporânea".
Foi em 1993 que Han Kang começou a sua carreira com a publicação de poemas na revista "Literature and Society”, sendo que a estreia na prosa aconteceu em 1995 com a coleção de contos “Love of Yeosu”, de acordo com a Academia Sueca. Seguiram-se "várias outras obras em prosa, tanto romances como contos", entre os quais "destaca-se o romance "Your Cold Hands” (2002), que apresenta traços óbvios do interesse de Han Kang pela arte".
Para a Academia Sueca, a autora sul-coreana conheceu o sucesso internacional com o romance "A Vegetariana" (2015). "Escrito em três partes, o livro retrata as consequências violentas que se seguem quando a sua protagonista Yeong-hye se recusa a submeter-se às normas de ingestão de alimentos".
"A Vegetariana" - o primeiro livro que foi traduzido para inglês e a estreia em Portugal também, em 2016, pela Dom Quixote - é definido como um romance que combina beleza e horror, para contar uma história sobre sexo, loucura e violência.
Com "O Livro Branco", a sua obra mais autobiográfica e simultaneamente experimental, a escritora voltou a estar, em 2018, entre os finalistas do Prémio Internacional Man Booker. Livro foi publicado em Portugal em 2019.
Traduzidos para português e disponíveis no mercado literário nacional estão também o romance "Atos Humanos", sobre a batalha que os fracos travam contra os fortes na luta pela justiça, e "Lições de grego", uma história sobre intimidade humana e empatia entre duas pessoas com incapacidades, todos com a chancela Dom Quixote.
Esta é a primeira vez que o prémio é atribuído a um autor sul-coreano e a terceira que distingue um escritor asiático, tendo as outras duas vezes recaído sobre autores japoneses: Yasunari Kawabata e Kenzaburo Oe.
A cerimónia de entrega do prémio está marcada para 10 de dezembro, em Estocolmo, Suécia.
No ano passado, o Nobel da Literatura foi atribuído ao romancista e dramaturgo norueguês Jon Fosse.
Na terça-feira foi atribuído o prémio Nobel da Física a John J. Hopfield e Geoffrey E. Hinton e um dia depois foi revelado que Victor Ambros e Gary Ruvkun venceram o Nobel da Medicina. Já o Nobel da Química foi para David Baker, Demis Hassabis e John M. Jumper.
Falta ainda conhecer o prémio Nobel da Paz (sexta-feira) e o de Ciências Económicas, que vai ser revelado no próximo dia 14.
Os vencedores da edição deste ano dos prémios Nobel vão receber 11 milhões de coroas suecas (cerca de 968 mil euros, no câmbio atual). O galardão pode ser atribuído a um máximo de três laureados que partilham o montante do prémio.
Os prémios Nobel, criados em 1895 pelo químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (inventor da dinamite), foram atribuídos pela primeira vez em 1901.
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