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Histórico Teatro Variedades reabre três décadas depois
Inaugurado em 1926, este edifício icónico da cultura lisboeta e do teatro volta a abrir portas sob a égide da LISBOA CULTURA, depois de um interregno de três décadas e espera receber 15 espetáculos e 40 mil visitantes em 2025.
Além de reforçar a oferta para artes performativas, este teatro disponibilizará um novo conceito, enquanto espaço de acolhimento e apresentação para produções independentes e para companhias que não dispõem de espaço próprio.
A intervenção realizada no Variedades, edifício agora sob a gestão da LISBOA CULTURA, efetuada pela Lisboa Ocidental SRU, procurou preservar o glamour e a identidade do teatro, e revitalizá-lo enquanto centro de espetáculos adaptado às exigências legais e técnicas contemporâneas.
O Teatro Variedades está classificado no Conjunto de Interesse Público da Avenida da Liberdade e a obra de requalificação do edifício integra-se na intervenção no recinto do Parque Mayer, estando o edifício incluído na área do Plano de Pormenor do Parque Mayer.
O projeto, da autoria do arquiteto Manuel Aires Mateus, apostou em soluções construtivas de simplicidade e reabilitou os principais elementos que caracterizam o edifício - o pórtico, o foyer, o auditório e o palco –, completando-o com uma nova envolvente funcional, nomeadamente através da construção de novos espaços de acesso e circulação entre pisos, de apoio e de serviço, e de cariz técnico.
O “novo” Teatro Variedades conta com cerca de 300 lugares sentados - com cadeiras desenhadas pelo Arquiteto Manuel Aires Mateus - distribuídos pela Sala principal, a construção de uma bancada e camarotes no piso do balcão e frisas nas laterais da plateia. O Palco mantém as dimensões originais (7,90m de profundidade e 16,80m de largura entre paredes, com avançado em cerca de 3m da boca de cena).
O Foyer, com triplo pé direito, integra o pórtico da fachada principal da construção inicial e o guarda-vento original em madeira. O Lounge envidraçado tem acesso direto ao exterior e à sala. A Bilheteira está instalada no foyer, inclui balcão adequado a pessoas com mobilidade condicionada e compartimento com cacifos para utilização pública.
Conta com 4 camarins providos de bancada para maquilhagem e lavatório, assim como instalações sanitárias e duches destinadas aos artistas.
O Teatro Variedade garante acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada para público.
“A reabertura do Teatro Variedades é um momento extraordinário para a cidade de Lisboa e para a sua enorme comunidade artística e cultural. O novo edifício, espaço icónico e quase centenário do teatro de revista português, vem trazer uma nova dinâmica à cidade e enriquecer a sua oferta cultural, contribuindo ainda de forma decisiva para a revitalização do Parque Mayer enquanto centro de referência da cultura lisboeta”, destaca Pedro Moreira, Presidente do Conselho de Administração da Egeac / LISBOA CULTURA.
“Um palco para a cidade é o mote para a programação do Teatro Variedades. Um palco de partilha, de diversidade e inclusão, onde públicos, artistas e equipas podem encontrar-se, dialogar e construir este espaço, honrando a memória coletiva que temos do Parque Mayer, centrando-a no século XXI”, salienta por sua vez Joaquim René, Diretor do Teatro Variedades.
O Teatro Variedades foi inaugurado a 8 de julho de 1926 (projeto do Arquiteto Urbano de Castro) com o espetáculo de revista “Pó de Arroz”. Foi o segundo edifício de espetáculos no recinto do Parque Mayer, que no passado foi muito popular em Lisboa. Ali foram realizados espetáculos até à década de 90 (em 1992 foi palco da gravação do programa semanal da RTP1 “A Grande Noite”, do encenador Filipe La Féria). Vocacionado para o teatro de revista, foi casa de grandes sucessos, com grandes elencos onde se destacam Beatriz Costa, Mirita Casimiro e Vasco Santana.