Uma edição Guerra e Paz, que agora se junta à reconhecida colecção de clássicos da editora, conta com um excelente prefácio de Paulo Nogueira, no qual o romancista e ensaísta brasileiro discorre sobre estarmos «condenados a chapinhar nos nossos ciclos de angústia e arrependimento, pela simples razão de que o que menos percebemos na vida somos nós próprios.» 

Pai Contra Mãe estará disponível na rede livreira nacional, a partir do próximo dia 27 de Agosto, podendo ainda ser adquirida através da loja online da editora.

Prestes a chegar aos escaparates, Pai Contra Mãe oferece-nos a visão holística da história da escravatura por Machado de Assis. Desde logo a começar pelo ambíguo e crudelíssimo conto que dá título à edição. Eis o seu o pasmoso começo: «A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais».
 
Segue-se «O caso da vara», companheiro de viagem de «Pai contra mãe» em que, à semelhança do primeiro conto, o autor nos mostra os dilemas que o ser humano enfrenta na eterna luta entre o egoísmo e as mais sinceras veleidades compassivas.
 
A estes textos, acrescentam-se três crónicas sobre a alforria e o abolicionismo, tal qual o autor as viveu no seu tempo. Sobre o 13 de Maio de 1888, dia em que foi assinada a Lei Áurea no Brasil, Machado de Assis afirma, com distância e ironia, ter sido «verdadeiramente, o único dia de delírio público que me lembra ter visto.»
 
Completam o livro dois pequenos excertos dos grandes romances de Machado de Assis Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, também eles já publicados com a chancela da Guerra e Paz, que envolvem escravos e escravatura. Textos que segundo Paulo Nogueira, atestam «uma forma peculiar de abordar a escravidão». Uma propensão anti-panfletária de Machado de Assis igualmente realçada pelo editor da Guerra e Paz, Manuel S. Fonseca, na sua nota prévia.

Pai Contra Mãe
Machado de Assis
Ficção /Clássicos
88 páginas · 15x23 · 15,00 €
Nas livrarias a 27 de Agosto de 2024